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FOTOS E VÍDEO: “Está acontecendo de novo”, relata moradora do Esmeralda que perdeu tudo em dezembro

Casa de Graciela Junkherr ficou coberta pelo lodo

Uma família moradora da Travessa Ilópolis, no Corredor Zanette, Bairro Esmeralda, em Santa Cruz do Sul, viveu momentos de terror entre a noite dessa terça-feira, 18, e a manhã desta quarta, 19. A forte chuva que atingiu o município, com acumulado de mais de 116 milímetros, provocou diversos danos na residência que já havia sido devastada exatamente meio ano atrás, em 18 de dezembro.

A moradora Graciela Lenz Junkherr, de 43 anos, procurou a redação do Portal Gaz para relatar a situação vivida no temporal da madrugada desta quarta. “Agora está tudo acontecendo de novo. Faz cinco meses que voltamos para casa”, lamenta. Na primeira vez que foi afetada, em dezembro, a Gazeta do Sul conferiu e registrou os estragos.

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Na manhã desta quarta-feira, 19, a Rádio Gazeta 107,9 FM conversou com Marcos Paulo Junkherr, sobrinho de Graciela. Ele conta que, na parte da casa onde vive, os ralos estouraram, jorrando lodo pelos ambientes. Banheiro, sala, cozinha e quartos ficaram cobertos pela água barrenta. Além disso, a piscina nos fundos da residência se desprendeu e levantou para cima do solo.

“Eu estava olhando TV, acabei pegando no sono na sala. Acordei, nem olhei para o chão, fui levantar e já dei com os pés gelados no lodo. Eu já me levantei preocupado com a minha tia, porque minha tia mora mais nos fundos, mais perto do que aconteceu”, relata Marcos.

Piscina nos fundos da residência ficou acima do nível do solo | Foto: John Kaercher Machado

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Problema sem solução

Os moradores apontam que a construção de um loteamento ao lado do imóvel tem provocado a situação no Esmeralda. “Lá em cima são canos gigantes que eles botaram, e atrás de casa são canos de 100 milímetros, aí vem a água numa força que não é proporcional ao cano que a gente passa embaixo da nossa casa. Para algum lugar a água tem que soltar, e soltou para dentro de casa”, conta Marcos.

O empreendimento está sendo construído pelo Grupo CasaNova, que em dezembro emitiu uma nota à imprensa alegando que, assim que tomou conhecimento, encaminhou prontamente uma equipe para prestar apoio aos moradores afetados pelo temporal enquanto apurava se há “efetiva responsabilidade com os fatos ocorridos”. Conforme a construtora, essas moradias estão edificadas sobre um leito de drenagem natural e sobre tubulações antigas que não suportaram o volume da água da chuva.

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De acordo com Marcos, equipes foram fazer reparos no local, mas não foi suficiente para evitar novas ocorrências. Ele comenta que, quando chove, não consegue mais dormir tranquilo. “Eles fizeram vazão na frente da casa, botaram encanamento novo falando que ia resolver. Eles têm engenheiro disso, engenheiro daquilo, por que não fizeram de uma vez só?”, questiona o morador.

A família ainda buscou apoio jurídico para resolver a situação. “Na outra vez que aconteceu, a gente levou de boa, porque a gente queria voltar para casa. Eles assinaram embaixo que iam vir, iam dar um jeito, iam pagar e tal. Levamos de boa vontade no começo, a gente aceitou. Mas não ficou certo”, revela Marcos.

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A equipe de reportagem do Portal Gaz entrou em contato com a assessoria jurídica do Grupo CasaNova, que encaminhou uma nota. Confira na íntegra:

“Com relação à moradora que procurou a Gazeta, realmente, em dezembro, passamos por um período de chuvas fortes, e houve alguns alagamentos na travessa Ilópolis. A Casa Nova de pronto, sem apurar responsabilidade ou sem apurar qualquer situação vinculada aos acontecimentos, entendeu a situação, se prontificou e ajudou os moradores atingidos.
Tanto que essa família que procurou a empresa e que foi atingida, retorno a dizer, sem verificar a real responsabilidade da empresa, teve a resolução de todos os problemas. Limpeza, restituição de todos os móveis e alimentos, e alguns utensílios que foram danificados, entre reparos na residência.
Ainda, a empresa prestou assistência aos demais moradores que procuraram a mesma.
Prosseguindo, e falando especificamente da moradora que procurou a Gazeta, é pertinente citar que a casa em questão está situada no talvegue da topografia da região, compondo naturalmente uma rede de drenagem da bacia, onde abaixo de sua casa, a drenagem foi tubulada, o que é um problema, porque a qualquer momento, quando esta tubulação não suportar as águas pluviais, pode arrebentar e alagar a residência. Motivo, inclusive, pelo qual a empresa orientou a moradora que não fizesse a instalação da piscina, pois a pressão da água a levantaria, o que de fato ocorreu neste novo episódio de maior volume de chuva.
Paralelamente a isso, se procurou o município para ter uma solução definitiva para o bairro, pois este bairro não é de hoje que enfrenta problemas com alagamentos, quando tem chuvas fortes.
Na ocasião, foi realizado um projeto e, às custas do Grupo Casa Nova, se alterou a direção da tubulação de desague pluvial do Loteamento da empresa, desviando para uma outra rede, que não mais passasse pela Travessa Ilópolis.
Outrossim, foi realizado um estudo nas redes de drenagem do município, e se descobriu que naquela área da Travessa Ilópolis não possui tubulações, ou seja, o município não tem sistema de drenagem nesta quadra, não existe uma colheita desta água pluvial, ou seja, sempre que tiver essas chuvas em grande volume, vai ocorrer estas situações.
A empresa protocolou junto à Prefeitura uma sugestão de melhorias para o bairro e solicitação de reunião com a secretaria de obras e a secretaria de planejamento, para que na próxima semana possa ser revisto a questão “redes de drenagem do bairro esmeralda”.
Dito tudo isso, importante frisar que não existe em nenhum lugar, nenhum documento ou nenhuma prova que essas questões de alagamentos são responsabilidade da empresa ou que a empresa tenha causado, isso é uma falácia.
De destacar que, antes da moradora procurar a Gazeta, a moradora procurou a empresa, sendo oferecido pela empresa uma limpeza da casa, mas ela não autorizou e disse que era uma cidadã e buscaria seus direitos.
Por fim, deve ser destacado que o empreendimento que o Grupo Casa Nova está executando no bairro esmeralda não é lindeiro das residências afetadas, muito menos da travessa Ilópolis, e está todo licenciado e aprovado pelo município, tendo sido seguida todas as normas.  Logo, o empreendimento não tem nenhum problema que pudesse causar danos aos moradores do bairro, estando de acordo com a legislação aplicada para loteamentos.”

Veja registros desta quarta-feira, 19

*Colaborou o repórter John Kaercher Machado

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