Empresário natural da cidade de Suzano, no estado de São Paulo, Adimilson Anzai, de 58 anos, é neto de japoneses e morou por dez anos no país asiático. Há pouco mais de um ano, após uma pesquisa sobre qual local seria melhor para empreender, escolheu Santa Cruz do Sul para abrir duas lojas, a Temakeria Japesca, que é especializada em sushis, e o On Açaí, ambas instaladas em uma galeria na Rua Galvão Costa, no Centro.
“Desde abril do ano passado estou em Santa Cruz, e me disseram que era uma cidade segura. Vim acreditando nessa baboseira toda. Mas essa conversa que sempre passaram pra mim é bem diferente.” Para o empresário, a onda de furtos a estabelecimentos comerciais registrados em Santa Cruz do Sul recentemente vem causando preocupação e gerando uma intranquilidade no empresariado local.
LEIA TAMBÉM: Série de furtos na Uergs acende o alerta da polícia
Publicidade
Foram várias as ocorrências de furtos de roupas, equipamentos, eletrônicos e outros itens, sem contar o dano às estruturas dos estabelecimentos, que acaba sendo, na maioria das vezes, o principal prejuízo após uma ação criminosa. “Entraram nas minhas lojas a primeira vez, levaram algumas coisas, e fiz a ocorrência pra não dizerem que não fiz minha parte. Depois entraram de novo. E isso vem acontecendo repetidamente não só comigo, mas em outros locais”, disse Anzai.
O proprietário dos estabelecimentos afirmou que depois do primeiro furto, instalou grades na frente da porta de vidro, mas no último dia 23, um criminoso entrou pelo espaço da tubulação do ar-condicionado, no segundo andar. “Tive que colocar barras de ferro no local também”, explicou. Chama a atenção o fato de haver um poste com uma câmera instalada quase em diagonal à tamakeria, há cerca de 30 metros do ponto onde o ladrão entrou.
O criminoso furtou utensílios e equipamentos do local, sem contar os danos e a mercadoria que apodreceu devido aos estragos deixados no estabelecimento pelo ladrão. “Procurei ter acesso a essas câmeras, mas segundo o que me disseram eu não tenho o direito de acessá-las. Aí eu sou um pagador de imposto, de certa forma pago por essa segurança e não tenho nem a autorização para ver as imagens de um fato que ocorreu no meu estabelecimento”, comentou.
Publicidade
Autor é conhecido da polícia e dos empresários
Conforme o comerciante, ocorrem de três a quatro casos por semana em estabelecimentos do Centro. E há subnotificação, pois nem todos são registrados devido à falta de expectativa de alguns comerciantes para que algo de fato resulte em uma repressão aos crimes. Na última segunda-feira, foi a vez de uma loja de roupas femininas da Rua Marechal Floriano ser arrombada, tendo sido furtados um celular, peças de vestuário e dinheiro.
LEIA TAMBÉM: Guarda Municipal recupera motocicleta furtada
No dia 15 de maio, outro estabelecimento especializado em comida asiática, este da Rua Marechal Deodoro, também foi alvo de um furto e dano. Na oportunidade, um criminoso arrombou um acesso do local e seguiu na direção do caixa, onde abriu uma gaveta e retirou todas as notas de dinheiro que haviam no compartimento. No dia 26 de maio, foi a vez da loja Orientista, especializada em artigos esportivos, na Rua Assis Brasil, ser alvo de um criminoso.
Publicidade
Imagens de câmeras flagraram a ação. Entre os itens levados por ele está um celular e lanternas. Conforme o proprietário da Japesca, o autor dos crimes é conhecido até pelo seu nome e apelido pelos policiais e também pelos comerciantes. Normalmente é o mesmo, com o modo de agir semelhante em todas as ocasiões, e com dezenas de processos por crimes de furto na Justiça. No entanto, permanece em liberdade e cometendo crimes.
“Vemos que as forças públicas são coniventes, pois dizem que muitas vezes os autores são presos, mas logo soltos e com isso o comerciante que acaba arcando com todo o prejuízo de produtos e itens furtados e estruturas danificadas”, relatou Adimilson Anzai. Para ele, que morou fora do País, a questão das câmeras nas ruas precisa ser melhorada, para de fato ajudar o cidadão quando necessário, e há exemplos a serem seguidos em outras partes do Brasil e do mundo.
Apesar de todo o prejuízo material, o que o empresário mais teme é a segurança de sua família. “Tenho uma mulher e um filho que ficam comigo na loja. Se algum dia esse criminoso vem de dia e resolve cometer um roubo e agredir ou até matar eles, como que vai ficar? Essa cidade pode ter sido segura algum dia, em algum momento, mas a realidade não é mais essa e temos todos esses exemplos citados para provar.”
Publicidade
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙
Publicidade