Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

MELHOR IDADE

Maria Noedi, uma líder entre os idosos

Jaime Fredrich

Com um café preparado por ela mesma e singelos biscoitos dispostos em uma cesta de vime sobre a mesa, Maria Noedi recebe as visitas para uma conversa às 11 horas de uma quarta-feira. Antes da prosa, ela estava às voltas com Faísca, um cachorrinho agitado que batia o pé para passear na rua, mesmo com a negativa de sua tutora. Faísca venceu. E foi só oferecendo um naco de pão para convencer o bichinho a retornar para o pátio grande e cercado.

Graduada em Educação Física, a vida de dona Maria Noedi Frantz nunca foi de águas mansas e tricô. Avessa ao sedentarismo, para ela viver é sinônimo de movimento, e foi o que se viu no resgate da amiga de quatro patas. Aos 77 anos – 49 deles morando em Santa Cruz do Sul – sempre defendeu que agitação é saúde e este é seu lema de vida para agora e todo o sempre. Pois foi esta filosofia que ela sempre semeou nos encontros de Clube de Mães que passou a frequentar no Bairro Santo Inácio, quando mudou-se de Vera Cruz para cá. Mas ela queria mais.

LEIA TAMBÉM: Incansável aos 86 anos, Dona Gladis é referência na cultura e na dança germânica

Publicidade

Tempos depois, e desde então já se completam 25 anos, ela e uma equipe formaram o grupo de terceira idade Arte de Viver, do qual foi primeira presidente. Foi a partir daí que as ideias começaram a surgir. “Idoso não pode ter a postura de coitadinho. Ele precisa tirar o pijama e sair da janela onde fica assistindo a vida, e fazer muito mais”, diz ela. Lá no princípio, implantou atividade física nos encontros, utilizando equipamentos como cabos de vassoura e garrafas com areia e bolas grandes de plástico. “Uma vez a Mercur nos doou várias coisas para usarmos para nos exercitar”, recorda.

O sucesso da nova prática lhe rendeu um telefonema. Certa vez, recorda que o médico do posto de saúde do Bairro Verena ligou para ela. Esperava um puxão de orelha, mas o recado foi bem o oposto. “O médico era o doutor Ferrugem, na época. Ele me deu parabéns, porque com o meu trabalho, eu estava tirando os velhinhos das filas dos SUS”, relembra.

“Eu era metida”

Pois o mesmo trabalho replicou-se no interior do município e em outros cantos do Vale do Rio Pardo. Sim, em muitas ocasiões, ela com o próprio veículo e mais dois ou três aliados, passavam em comunidades do interior como Linha Antão, Monte Alverne, Linha Andrade Neves, entre outras tantas, para formar grupos de idosos. “Eu era metida”, brinca.

Publicidade

Também implantou muitos projetos novos como grupo de canto coral, oficinas de poesia, escolha da rainha da terceira idade, concursos musicais, entre outros. “E em todas as ações sempre tive o apoio do poder público municipal”, reconhece.

LEIA TAMBÉM: Maria Elvira: a vovó que abraçou a solidariedade

Há cinco anos, após um acidente em que fraturou o pé, reduziu as atividades, mas já avisa que está pronta para voltar, e com a mesma energia com que iniciou nos anos 1990. “Me sinto uma garota”, revela. Maria Noedi tem três filhos com o esposo, Astor: Márcio, Tales e Elisana.

Publicidade


O projeto Longevidade é uma parceria entre Gazeta do Sul e Secretaria de Relações Institucionais e Esporte, da Prefeitura de Santa Cruz. Quem quiser sugerir histórias semelhantes pode contatar pelo WhatsApp (51) 98443-0312 ou [email protected]

LEIA OUTROS TEXTOS DA COLUNA LONGEVIDADE

Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.