Ingressamos neste sábado, 1º, no mês de junho, em geral sempre marcado pela alegria e pela descontração das festas juninas, e assim deixamos para trás, um tanto apavorados, esse maio de 2024 que nunca mais sairá de nossa memória. Da memória de cada pessoa que vivencia a realidade no Rio Grande do Sul, e da memória coletiva dos brasileiros.
As fortes chuvas e a enchente que assolaram as áreas mais baixas dos vales e das planícies, com a água ainda hoje tomando bairros em diversas cidades, caso de Porto Alegre, obrigam a todos, lideranças públicas e privadas, moradores, especialistas, a pensar meios de evitar que estrago semelhante venha a ser outra vez registrado.
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Mas como fazer para que isso possa ser assegurado? A dependermos unicamente do clima, é provável que enchentes (talvez não na mesma proporção, mas de intensidade crescente) venham a ser novamente testemunhadas. Por isso, é impreterível que ocorram ações para mitigar seus efeitos.
Pelo visto, e por mais que tentemos desviar dessa verdade ou ignorar ameaças e avisos, o “novo normal” será marcado pelo destempero da natureza. Não é assim apenas em nosso entorno, mas no País inteiro e mesmo em todos os quadrantes do planeta. Do contrário, como conceber que, enquanto as águas levavam tudo consigo no Sul, o Pantanal agonizava em meio a uma das maiores estiagens da história? Logo o Pantanal, bioma este sim caracterizado por ter abundância aquática.
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A tendência é de que chuvas torrenciais, tempestades, ventanias e granizo seguirão sendo uma constante entre nós, no Rio Grande do Sul, ou na região Sul do Brasil. Ou o fato de termos vivenciado três enchentes em poucos meses, desde setembro do ano passado, seria mera coincidência? É pertinente desconfiar que meteorologistas nos advertirão, quando menos esperarmos, que nova chuva intensa se avizinha. Por isso, por já não ser mais algo imponderável, hipótese distante, medidas preventivas devem ser colocadas em prática o quanto antes.
Na hora da reconstrução, do estabelecimento de infraestrutura, os parâmetros precisam ser outros, baseados nesse novo cenário. Caso apenas busquemos reocupar os mesmos espaços que já habitávamos, altamente suscetíveis e sujeitos aos efeitos advindos do clima, seguiremos expostos, habitando um ambiente fragilizado.
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No Vale do Rio Pardo, mais do que nunca será necessário levar a sério a preservação, a proteção e a recuperação de margens de rios e de encostas. Sem a vegetação que cria a rede de sustentação desses espaços, como o desamparado Rio Pardinho escancara ao longo de todo o seu curso (além do mais completamente assoreado e embretado), e também o Cinturão Verde, vulnerável torna-se toda a comunidade estabelecida nesse terreno. Cuidar do meio ambiente já não é uma hipótese: é condição de sobrevivência. Boa leitura, e bom final de semana!
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