Sábado. Toca o celular. Leio a mensagem/convite enviada pelo geólogo Mário G. F. Esperança Júnior. De pronto, aceito. Encontro a equipe, formada por geólogos e paleontólogos da Ufrgs, junto ao loteamento Mãe de Deus. Cuidadosos, atentos, pesquisam o afloramento de rochas argilosas da Formação Santa Maria, em seu tom vermelho característico. Formação geológica dos tempos do Triássico Médio, testemunhando a vitalidade das ancestrais planícies fluviolacustres.
Aproximo-me do senhor assentado num barranco bastante inclinado. Trata-se do dr. Cesar Schultz, reconhecido paleontólogo, que tem visitado a região em diferentes momentos, sendo um dos assíduos participantes dos eventos em Candelária, cidade referencial da paleontologia. Achegam-se seus colegas Douglas Strattmann, Francesco Battista e Bruno Horn.
Cesar aponta para um ponto ao seu lado. Ali jaz um crânio de dicinodente de 230 milhões de anos. Encantados, mal conversamos. Como expressar com palavras um momento que se faz presente após milhões de anos? Como viveu aquele herbívoro? Que condições se tornaram propícias para que seu crânio se perpetuasse? Gostaria de permanecer incógnito, ou aguardou o momento para se revelar, após erosões e processos dinâmicos que o colocaram à mostra? Quais foram seus relacionamentos? Não, não é um crânio morto. Sua presença fala das ancestralidades, das condições ambientais, de seus hábitos e, quem sabe, se soubermos entender, dos tempos futuros.
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Nossa região é privilegiada em registros fósseis conhecidos e desconhecidos. Só no sítio Mãe de Deus, como nos assegura o Francesco (amigo de nosso filho Rodrigo), em pouco tempo de pesquisa, já foram encontradas centenas de amostras, abrigadas na Ufrgs e no Museu de Ciências Naturais da ex Fundação Zoobotânica-RS (FZB). É preciso resguardar esses sítios, respeitá-los e desenvolver geoparques, conforme encaminhamentos de diferentes pessoas e instituições, a exemplo de Enoir Greiner, Silmo Schüler e Djalmar Marquardt (Aturvarp). Sim, temos tudo para nos tornarmos um polo de pesquisa geobiossocioambiental. O Parque da Gruta que o diga. Confirma-se, a cada dia, o acerto do Movimento Socioambiental em curso.
Na foto, (ao lado) da esquerda para a direita: Bruno Horn, Francesco Battista, Cesar Schultz, Wenzel e Mário Esperança. (Fonte: Mário Esperança, dia 20 de abril de 2024)
VENHA! TEMOS MUITO A CONVERSAR!
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Entre dores e confortos, desafiados por esta história repleta de biografias perpetuadas na memória coletiva e individual, impregnadas na natureza e nas instalações que remanescem no local originário, fazemos um convite muito especial a você, a seus familiares e amigos: Lançamento do livro Vida Nova: a história do Sanatório Kaempf, pela Editora Gazeta, no dia 1º de maio, quarta-feira, às 17 horas, na Feira do Livro (praça da Matriz de Santa Cruz do Sul).
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