Entender a relevância do componente solo para o funcionamento da vida na Terra passou a ser um dos principais desafios contemporâneos. É urgente refletir sobre o papel dos solos urbanos a fim de diminuir os efeitos negativos sobre esse componente, provocados pela forte expansão urbana, muitas vezes desordenada, visto que a produção de alimentos depende dele.
Segundo a ONU, a parcela dos que vivem em áreas urbanas, correspondente a cerca de 55% da população mundial, aumentará para 70% em 2050. Conforme Jainer Valdez Regert, administrador da Plantar Juntos, o acentuado aumento da urbanização mundial traz consigo algumas disfunções, tais como a necessidade crescente de alimentos, dificuldade de alimentação básica, consumo excessivo de recursos naturais, a quantidade elevada de lixo e resíduos, o aumento da violência e a explosão das chamadas “doenças modernas” (TDAH, ansiedade, estresse, depressão, entre outras).
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Regert explica que a agricultura urbana, que é o exercício de diversas atividades relacionadas à produção de alimentos e conservação dos recursos naturais nos centros urbanos e periurbanos, contribui para atenuar essas disfunções, em especial nas áreas citadas abaixo.
- Meio ambiente: por meio da conservação do solo, a formação de um microclima, o manejo da água, o balanço entre oxigênio e o dióxido de carbono, a redução dos resíduos orgânicos e a educação e conscientização ecológica.
- Bem-estar: por meio da segurança alimentar, a manutenção de espaços verdes limpos, uma alimentação diversificada e a hortoterapia, prática que aumenta a capacidade de concentração, reduz a ansiedade e o estresse, melhora o desenvolvimento cognitivo e produz hormônios ligados ao bem-estar. Além da realização de atividade física, entre outros.
- Economia: a agricultura urbana tem a capacidade de gerar emprego e renda, valorizar as culturas locais e promovor a inclusão social e o empoderamento comunitário e de gênero.
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Como implementar a agricultura urbana
Muitos têm dúvida sobre como implementar, no apinhado espaço urbano, hortas e plantações que garantam alimento às pessoas. Segundo Regert, é possível produzir em qualquer espaço, seja uma parede ou em um cantinho na sacada ou no quintal. Após a escolha de um local com bastante incidência solar, o preparo do solo é essencial.
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É necessário efetuar a limpeza de ervas daninhas e detritos, realizar o revolvimento da terra com pelo menos 20 centímetros de profundidade, incorporar adubação orgânica e por fim uma camada generosa de cobertura morta, como folhas secas.
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Para produzir, ele explica que é importante fazer um calendário de plantio, de modo que permita ter sempre produtos em ponto de colheita. Além disso, acompanhar a saúde das plantas e fazer o controle de eventuais pragas e doenças. Vale o uso de receitas caseiras muito eficientes, além do plantio de plantas que repelem insetos daninhos ou atraiam predadores, como a joaninha, que se alimenta dos pulgões, comuns em várias hortaliças. “Na hora de escolher o que cultivar, deve-se levar em conta os gostos da família, a sazonalidade das culturas, assim como a experiência e o tempo de dedicação disponíveis para a horta”, ensina.
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A data
No dia 13 de novembro de 1989 foi publicada a lei federal 7.876, instituindo 15 de abril como o Dia Nacional da Conservação do Solo. Tal data foi escolhida em homenagem ao nascimento de um conservacionista estadunidense que desempenhou importante papel nessa área: Hugh Hammond Bennett (1881–1960), considerado em seu país como o “pai” da conservação do solo.
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