Quem acessava o perímetro da Praça da Bandeira no sábado, em Santa Cruz do Sul, parecia ter entrado em um portal para as décadas de 1950 e 1960. O Old School Day mais uma vez superou as expectativas e se consolidou como um dos grandes eventos familiares do município. Desde cedo, muitas pessoas aproveitaram o clima agradável para curtir as diversas opções voltadas à valorização da memória.
Apaixonados por relíquias automotivas e outros itens antigos puderam conferir muitas atrações no gramado da praça e nas ruas do entorno, que ficaram parcialmente fechadas para a festividade. Cerca de 400 veículos de modelos de décadas passadas ficaram expostos no centro de Santa Cruz do Sul entre a manhã e a noite. Além disso, o evento contou com chope artesanal, gastronomia variada, mercado de pulgas e venda de antiguidades. A música ficou por conta das bandas locais.
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O Museu do Colégio Mauá ficou aberto ao público e o Clube 25 de Julho marcou presença com trajes e gastronomia típicos. Para o organizador, o dentista e entusiasta da cultura Alberto Más e Blum, esta terceira edição foi a maior de todas. “Começamos no primeiro em um estacionamento de um estabelecimento comercial aqui no Centro e agora chegamos nesse tamanho. É um evento que se tornou gigante pela paixão que a comunidade tem pelas coisas antigas”, disse o santa-cruzense de 43 anos.
Segundo ele, o Old School Day serve para celebrar o passado. “Temos muitas pessoas com trajes de época. É para vivermos aquela memória afetiva, uma paixão para celebrar o passado. Cultura pura”, complementou Más e Blum, que celebrou a parceria com a Prefeitura para a realização do evento. “Deu muito certo.”
Outro personagem na organização nos últimos meses, o ex-secretário de Cultura Marcelo Corá marcou presença no Old School Day desde cedo. “Essa é uma atividade já consolidada. É muito bom ver as famílias celebrando as memórias afetivas, e os pais mostrando aos filhos um carro ou objeto de sua infância”, comentou.
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Máquina do tempo
Bicicletas e motocicletas antigas também marcaram presença no evento. Outro modelo que chamava muito a atenção era uma réplica idêntica de um DeLorean, veículo que ficou mundialmente famoso na franquia de filmes De Volta Para o Futuro, transformado na máquina do tempo do doutor Brown. Sem saber muito do que se tratava, os pequenos que passavam próximo ao Palacinho, onde estava o carro no Old School Day, viam os olhos dos pais brilharem ao lado de um totem com uma foto dos personagens Marty McFly e Brown, protagonistas nos três filmes lançados entre 1985 e 1990.
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As relíquias que atraíram os olhares na praça
Expositores da região, mas também de todo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, prestigiaram o evento. Um dos veículos que mais chamava a atenção era o do empresário Ricardo Alexandre Henz, de 49 anos. O Studebaker Champion 1950 ficou instalado quase em um palco próprio, na praça. E o público ocupou o seu entorno para tirar fotos.
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À Gazeta, Henz, que é natural de Cruzeiro do Sul e mora em Santa Cruz, contou que desde pequeno, incentivado pela mãe, frequentava eventos de veículos antigos. “Eu cresci vendo esse carro de um vizinho, e há 30 anos, quando ele fez menção de vender, eu logo comprei”, detalhou. O automóvel foi projetado nos Estados Unidos e tem um design que foi ousado para os anos 1950. Seu desenho foi inspirado em uma turbina de avião, cujo centro em forma de ogiva ganhou o apelido de “bullet nose” (nariz-bala).
Modelos do tipo eram usados como veículo para táxi em Santa Cruz do Sul durante as décadas de 1950 e 1960. “A mecânica é 100% original. Fiz a pintura da lataria em verde para dar uma vida, tem o estofamento original e teto branco-pérola. Ele decora a garagem e também guarda toda uma história que gostamos de contar”, disse o proprietário do veículo já premiado em encontros de carros antigos em Santa Cruz.
O Fusca laranja de Ricardo Lopes, de 46 anos, também atraía olhares e continha uma história. O santa-cruzense é o terceiro, após seu avô e pai, que tem paixão pelo modelo. Morador do Bairro Renascença, Lopes já foi bicampeão brasileiro de bicicross e carrega dentro do veículo um álbum de fotos de toda a história do Fusca, agora todo modificado e moderno. “A gente vive isso desde sempre”, ressaltou.
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