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MULHERES EMPREENDEDORAS

Áurea Binz: foco em transformar realidades

“Nem todo empresário é empreendedor, mas qualquer um pode empreender.” Foi com essa frase que Áurea Helena Kops Binz passou a impactar por onde passava. Com uma veia empreendedora forte, ela se diz muito boa em começar coisas. Entre as conquistas que coleciona, ter sido a primeira mulher a integrar a Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul. Agora, aos 64 anos, celebra estar no “flow”, fazendo o que lhe dá sentido à vida: é presidente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Foco Empreendedor, que atua transformando a realidade de jovens e da sociedade.

A trajetória de Áurea iniciou há mais de 45 anos, na Sulprint, empresa da família. Ao longo desse tempo, não deixou escapar nenhuma oportunidade de aprender. “Até do que não era dito eu tentava tirar alguma lição importante. Sempre tive uma percepção muito apurada”, afirma. Ao lado do marido, Paulo, a empresária liderou a interiorização de muitos processos na organização. “Sou boa em começar coisas novas, sempre estive envolvida quando as coisas iniciavam”, conta.

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Não por acaso, foi a primeira mulher a integrar a ACI. Dentro da entidade, participou de alguns pequenos cursos. Em 1997, desenvolveu um projeto chamado Comissão de RH. A iniciativa reuniu os departamentos de Recursos Humanos de diversas empresas associadas à ACI para discutir ações, de olho no futuro. “Mais de 450 pessoas participaram logo no primeiro ano”, relembra. Esse foi só o primeiro sucesso dentro da entidade, da qual ela chegou a ser vice-presidente e até assumiu o comando por oito meses. Algum tempo depois, em 2008, liderou a 5ª Semana do Empreendedor, que também bateu recorde de participações.

Foco Empreendedor é legado

Ao longo da trajetória no mundo da indústria, Áurea percebeu um distanciamento entre as empresas e a educação, justamente uma área que serve como alicerce para a qualificação profissional. Para preencher essa lacuna e fazer valer o legado do avô, Frederico Kops – que dá nome a uma escola em Sinimbu –, criou a Foco Empreendedor, que converge com todas as necessidades sociais das organizações. “Nossos projetos despertam os jovens, mostrando que eles podem sonhar e realizar”, diz.

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A Foco Empreendedor, em parceria com empresas, promove projetos focados na educação empreendedora, aprimorando as chamadas soft skills de jovens, tanto do ambiente urbano quanto rural. “Nosso incentivo é para que questionem positivamente, aprendam sobre Geografia, Matemática etc., porque tudo faz diferença para um empreendedor”, afirma.

As ações e projetos da Foco Empreendedor são elaborados a partir das “dores” enfrentadas tanto pelas pessoas quanto pelas empresas e até mesmo pela sociedade. Em 13 anos de atuação, mais de 12 mil pessoas foram impactadas. “Somos um hub de projetos sociais, que pode ajudar as empresas de forma inovadora”, finaliza.

O que é necessário

Atitude – Para Áurea Binz, nem todo empresário é empreendedor, mas todo mundo pode ser. Isso depende da atitude de cada um e não necessariamente de ter um negócio próprio. “Todo mundo que trabalha pensando como se fosse dono da empresa é empreendedor”, analisa. Isso implica em inovar, fazer testes, se arriscar. “É colocar alma e coração em uma ação.” E é por isso que, na visão dela, a mulher tem tido conquistas importantes dentro do empreendedorismo. “Não há mais necessidade de ser ‘agressiva’, porque a mulher se mostra capaz de entregar resultados positivos”, destaca. A autocobrança, para Áurea, ainda é o principal inimigo das mulheres. “Entenda a sua essência, seu propósito e se realize como profissional”, sugere.

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Sucessão – Uma das preocupações de Áurea em relação à indústria é a sucessão das empresas familiares. “Eu me preocupo com os legados de quem criou os negócios, por isso estudei muito sobre o que leva uma empresa a terminar”, detalha. Atualmente, está retornando à ACI, justamente com essa abordagem: a sucessão dentro das empresas. Áurea é mãe de dois filhos, Helena e Jorge – igualmente empreendedores. “Hoje tenho a oportunidade de multiplicar o meu legado, ensinando o que aprendi na indústria também para filhos de outras famílias”, comenta.

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