“Wer nicht in die Welt zu passen scheint, der ist immer nahe dran, sich selbst zu finden” | “Quem parece não caber neste mundo, estará sempre perto de se encontrar a si mesmo.” (Hermann Hesse, renomado escritor alemão do século 20)
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Na Wilde Heimat – meu lugar silvestre de viver – existe um mundo para significar a vida.
A começar pelas inúmeras vidas que nela têm ou buscam temporário abrigo; a cada estação a terra oferece diferentes frutas e alimentos que lhes saciam a fome; fonte de água para lhes saciar a sede. Meu amor à Wilde Heimat é ancestral. Ela é fruto do labor de várias gerações.
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Amo a florescência e os frutos da terra; as árvores longevas, nas quais boas almas vivem; os aromas que a terra emana após chuva de verão; o farfalhar das folhas ao vento; contemplar o copado do arvoredo a elevar-se como em prece aos céus; amo a luz morna outonal e as longas sombras descansando na relva; as teias de aranha orvalhadas e o ar impregnado de aroma dos eucaliptos perfumosos ao amanhecer e o chamado do Aracuã; amo contemplar as nuvens, o voo das borboletas e dos passarinhos; amo o sol poente, quando resvala por trás dos morros e enrubesce o céu, e o ruflar das aves em seu recolhimento para o repouso noturno; amo o luar prateando a natureza, o canto noturno da coruja, as noites primaveris impregnadas de aromas silvestres e o firmamento salpicado de estrelas – sempre localizo as três Marias, eram as prediletas do avô Wilhelm; ele dizia que elas iluminariam eternamente sua sepultura, também na vida eterna; amo a melodia da chuva, contemplá-la em sua descida mansa para abençoar todas as vidas e o arco-íris no firmamento; amo os dias cinzentos e a neblina quando aos poucos descortina o céu e o sol volta a brilhar; amo a música de minha filha em seu HandPan – confere leveza à vida – e a tranquila companhia de meu filho. Tudo isso eu amo e muito mais. Sou um ser introspectivo, pouco afeito aos imperiosos ruídos urbanos; minha alma se intranquiliza, quando submetida a tumultos, a excessivas agitações.
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A Wilde Heimat é bálsamo, nela há um mundo a significar minha existência; prenhe de vida, tudo nela oferece infinita companhia. Na convivência com as vidas e todas as manifestações da natureza, aprendo e aperfeiçoo meus cuidados para com a MÃE TERRA, enquanto ela me ensina o que é amar. Finalizo com um pequeno poema meu:
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Sem cabimento, caber
Neste mundo eu não caibo.
É de meu destino, não caber.
Nunca coube.
O meu amor também não cabe
em regras e modelos vários
Para caber é preciso se moldar,
É preciso fôrma haver.
Quis minha estrela que nenhuma houvesse,
para livre, apenas ser.
Sem encaixe em moldes vários,
caber no espaço de meu viver.
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