O mercado de trabalho em Santa Cruz do Sul acompanha o desempenho positivo percebido na média nacional e no Rio Grande do Sul. O setor gerador de novas oportunidades de trabalho, no entanto, é diferente. Enquanto no País o “serviço” é quem puxa os bons resultados de janeiro, Santa Cruz tem o efeito da antecipação das contratações das indústrias fumageiras. Com isso, registra o melhor início de ano desde 2020, quando foi instituído o novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foram criadas 1.178 novas vagas.
Ao mesmo tempo em que a indústria teve avanço e números positivos já no primeiro mês, o comércio e a agropecuária frearam o desempenho, com fechamento de 91 vagas no primeiro e 255 no segundo. Os serviços ampliaram em 175, na segunda colocação, seguido da construção civil (23).
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A média do Rio Grande do Sul evidencia o bom momento do agronegócio, com crescimento de 10,94%. O Estado, assim como Santa Cruz, teve fechamento de vagas (-0,34%). Isso não influenciou os números gaúchos, fazendo com que o saldo fosse de 20.810 em janeiro.
O exemplo prático de que está no setor primário o impulsionador do desempenho estadual é a lista dos municípios mais bem posicionados. À exceção de Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre, cidades industrializadas ou focadas no comércio e serviços, os outros sete melhores obtiveram bons resultados em decorrência de movimentações da safra. Santa Cruz também poderia enquadrar-se assim, mas os dados favoráveis são na indústria.
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O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Cesar Cechinato, reforça que o saldo das contratações da indústria do tabaco em janeiro foi de 1.460. “Fez com que o saldo de contratações da indústria de transformação fosse altamente positivo, compensando também alguns desligamentos sazonais e naturais da indústria metalúrgica e da borracha”, observa.
Pleno emprego
O Rio Grande do Sul foi o terceiro Estado que mais gerou empregos em janeiro, de acordo com dados do Caged. No período, os gaúchos contabilizaram 134.553 admissões e 113.743 desligamentos, totalizando saldo de 20.810 postos de trabalho. Foi o maior saldo registrado nos últimos 23 meses e representa um aumento de 93,4% em comparação a janeiro do ano passado.
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A agropecuária foi o setor econômico que mais se destacou em janeiro, com saldo de 10,7 mil postos, seguida pela indústria (6.834), serviços (3.786) e construção (1.686). O melhor desempenho é percebido pela sazonalidade de determinados segmentos. Isso pode ser observado no grupo de municípios com melhores números.
O diretor-presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), José Scorsatto, destaca que se percebeu maior formalização nos setores que costumam ter bom desempenho sazonal. “Estamos em uma época de pleno emprego. Há muitos anos a FGTAS/Sine não ultrapassava as 10 mil vagas disponíveis.”
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Scorsatto enfatiza que a geração de empregos deve focar o número de desocupados, que está em 5,9%, o menor índice apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Vamos desenvolver ações para diminuir essa curva”, afirma. Com os dados já observados, o diretor acredita que o pleno emprego possa diminuir o peso da sazonalidade durante o ano.
Primeiro mês do ano dobrou vagas do mesmo período de 2023
O Brasil fechou janeiro com saldo positivo de 180.395 empregos com carteira assinada. É resultado de 2.067.817 admissões e 1.887.422 desligamentos. O estoque total de trabalhadores celetistas apresentou crescimento de 0,39% em relação a dezembro de 2023, contabilizando 45.697.670 vínculos. O balanço é do Caged, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
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O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o resultado de janeiro representa o dobro dos empregos gerados no mesmo mês em 2023, quando foram criados 90.177 postos. “É um patamar importante de largada na economia desse ano. Vamos olhar fevereiro, mas creio que também virá com números importantes. Tenho certeza que será um bom ano para a economia e para os empregos e salários”, acentuou.
Das 180.395 novas vagas, os homens representaram 134.697 e as mulheres, 45.720. A faixa etária com maior saldo foi a de 18 a 24 anos, com 89.523 postos de trabalho. O Ensino Médio completo apresentou saldo de 113.623 postos.
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Entre fevereiro de 2023 e janeiro, o Novo Caged anotou saldo positivo de 1.564.257 empregos, decorrente de 23.422.419 admissões e de 21.858.162 desligamentos. Em janeiro, quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas acusaram saldos positivos. O destaque ficou para o setor de serviços (80.587); em seguida, a indústria geral, com 67.029 postos, principalmente na indústria de transformação (65.763). Na sequência, surgem a construção (49.091 postos) e a agropecuária (21,9 mil). O comércio registrou saldo negativo de 38.212 empregos.
“Todo janeiro o comércio tem uma queda, uma transição. Outubro, novembro e dezembro são meses bons para o comércio e janeiro, às vezes fevereiro, tem uma queda”, observou o ministro. Ele ainda destacou o resultado da indústria que, a seu ver, aponta para a reestruturação do parque industrial brasileiro, especialmente no cenário de transição da matriz energética.
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