O cultivo de noz-pecã vem ganhando espaço na região. A cultura é rentável e compatível com outras atividades agrícolas. Somente no Vale do Rio Pardo e Centro-Serra, a área destinada à planta é de 890 hectares, divididos entre 134 produtores. A produção ainda é baixa, em torno de 235 toneladas, e se justifica pela maioria dos pomares serem jovens.
De acordo com dados da Emater/RS-Ascar, as maiores áreas de cultivo se encontram nos municípios de Encruzilhada do Sul, com 490 hectares, seguida por Rio Pardo e General Câmara, ambas com 100 hectares, e Pantano Grande, com 67 hectares. Em Santa Cruz do Sul, são 85 hectares e 15 produtores.
Dentre as localidades santa-cruzenses com maior área plantada estão Linha Antão, Monte Alverne, Rio Pardinho e Linha Eugênia. Segundo o técnico agrícola da Emater, Vilson Piton, o cultivo no município já foi maior. Um dos empecilhos é o tempo que a nogueira leva para produzir. “Para começar a ter retorno financeiro são necessários, em média, oito anos. Além disso, o custo de produção e manejo é alto. A muda custa em torno de R$ 30,00, além dos produtos e serviços com podas e adubação”, afirmou.
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O equatoriano que optou por Santa Cruz
A maior área plantada de noz-pecã no município de Santa Cruz do Sul se encontra em Linha Antão. Em uma propriedade de 71,4 hectares, o equatoriano e biólogo Jorge Lussio administra a propriedade do primo Jaime Henrique Swoboboda, que reside na Itália. No local, 35 hectares são destinados ao cultivo de noz-pecã.
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O primeiro plantio teve início em 2015, um ano após ele se mudar para o local. Os demais ocorreram em 2016 e 2017, respectivamente, totalizando 5,4 mil plantas. A produção ainda não é expressiva e este ano rendeu apenas 4 quilos, que foram destinados para consumo próprio.
Sobre o interesse em introduzir a noz-pecã na propriedade, Lussio conta que teve início logo após visitar a Expoagro Afubra e obter conhecimentos sobre manejo e produção. “Eu e meu primo queríamos investir em algo voltado ao reflorestamento e a ideia nos pareceu bastante interessante e rentável a médio e longo prazo. Até por termos outra fonte de renda”, disse. A intenção segundo ele, é comercializar o fruto para a Europa.
Paralelo ao cultivo de noz-pecã, Jorge Lussio também cultiva em sua propriedade de 8 hectares, que faz divisa com a do primo, mil pés de pitaia em 1,2 hectare. Além disso, ele possui um elevado cultivo de diferentes variedades de frutíferas e pretende investir na produção de geleias.
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Cultura surge como alternativa de renda
A produção de noz-pecã permite cultivos intercalados nos primeiros anos de plantio. Por meio do sistema silvipastoril, que permite a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), pode-se fazer uso da combinação intencional de árvores, pastagem ou culturas anuais, como milho, feijão e tabaco, ou ainda criar gado e ovinos em uma mesma área. O extensionista rural em agropecuário da Emater, Vivairo Zago, afirmou que a cultura possibilita uma boa remuneração. “É uma cultura que pode alcançar uma produtividade de 1,5 a 2,0 toneladas por hectare”, disse. Já o preço do quilo varia com o rendimento de nozes, entre R$ 12,00 a R$14,00.
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A comercialização da safra da região divide-se em feiras nos municípios, supermercados e também a empresas, como a Nozes Pitol, de Anta Gorda, Pecanita Alimentos, Paralelo 30 e Divinut, todas de Cachoeira do Sul. Além de comprar a produção, elas também vendem as mudas das plantas aos produtores. Há demanda no mercado interno e externo para países asiáticos, como a China.
A safra 2019/2020 que ainda está em andamento, foi menor se comparada com a de anos anteriores. Dentre os motivos, Zago citou a estiagem. “Apesar da seca, o resultado foi satisfatório, mas as perdas acumularam 25% de produção e qualidade, o que reduziu, além do tamanho, o rendimento das nozes”, disse.
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