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MEMÓRIA

Lança-perfume fez sucesso no Carnaval no passado até ser proibido

Lança-perfume ajudava a aumentar a euforia de homens e mulheres

Quando se fala em Carnaval, muitas lembranças vêm à memória, entre elas o lança-perfume, que foi um dos símbolos dos festejos no passado. A  novidade, vinda da França em 1907, fez tanto sucesso que o Brasil começou a fabricá-la a partir de 1922, até sua proibição em 1961.

O lança-perfume consistia em um tubo metálico de alta pressão (spray), que continha substâncias como éter e cloreto de etila, e uma essência perfumada. Os foliões (homens e mulheres) levavam-no para os bailes e acionavam o spray no salão. O jato fino e gelado era direcionado para as costas das amigas e amigos, ou borrifado sobre a pista de danças. Ao ser inalado, provocava efeitos de euforia, vontade de rir e sensação de estar voando.

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Por muito tempo, foi considerado uma brincadeira inocente e virou até tema de músicas como a de Rita Lee. Mas, com o tempo, alguns passaram a inalá-lo com profundidade e misturando com bebida alcoólica, o que potencializava seu efeito. A utilização inadequada passou a revelar efeitos colaterais graves, como alteração da frequência cardíaca, náuseas e destruição de células cerebrais.

O produto podia ser comprado livremente em bazares, em qualquer época. Muitas pessoas passaram a utilizá-lo diariamente, fora do período carnavalesco, e acabavam viciadas. Em 18 de agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros publicou decreto proibindo o comércio e o uso do estimulante.

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Nas considerações, explicou que o uso estava se generalizando de maneira alarmante como meio de embriaguez. Acrescentou que o Código Penal proíbe o fabrico e o consumo de “coisas ou substâncias nocivas à saúde” e que nada justificava a tolerância em relação ao produto.

Hoje, apesar do controle dos órgãos competentes, o lança-perfume entra no Brasil contrabandeado. Os tubos metálicos foram trocados por ampolas de vidro.

Propagandas eram bem-humoradas
Os lança-perfumes eram vendidos em bazares durante o ano

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