No ginásio, apenas o silêncio. O garrafão vazio aguarda pelos duelos entre os atletas. O placar está em branco. Mas nem por isso o basquete deixa de ser praticado, ainda que fora das quadras. Enquanto espera pela retomada dos treinamentos e dos jogos, o técnico santa-cruzense Athos Calderaro, do União Corinthians (UniCo), procura reforçar o aprendizado durante este período de quarentena. Ele integra diferentes grupos de estudos virtuais sobre a modalidade, que reúnem treinadores de todo o Brasil. O objetivo é aperfeiçoar conhecimentos e trocar experiências com os colegas.
Athos participa do UOUS Basketball, criado pelo técnico do Pinheiros (SP), Davi Pelosini, que conta com cerca de 200 integrantes e tem a chancela da Associação de Técnicos do Brasil (ATB). Entre os convidados está Alberto Bial, irmão do jornalista Pedro Bial. Também faz parte de um grupo formado pelo técnico do Botafogo-RJ, Léo Figueiró, em que encontros semanais são realizados para estudar táticas, com técnicos do NBB, além de ter marcado presença em uma clínica virtual internacional com Greg Popovich, técnico do San Antonio Spurs, da NBA. Athos foi selecionado ainda pelo Comitê Brasileiro de Clubes para fazer um curso básico de gestão, promovido pelo Instituto Olímpico Brasileiro.
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“A importância de se manter em constante estudo e a procura de conhecimento são fundamentais primeiramente para nossa mente, porque estamos vivendo uma fase ímpar, a qual mudou totalmente as nossas rotinas. Temos que, de alguma maneira, procurar tirar algum proveito. É o momento para você conseguir adquirir novos conhecimentos, poder estudar de uma forma mais abrangente e globalizada”, explicou Athos.
O treinador entende que a forma de ensinar à distância quebrou paradigmas para se passar o conhecimento. “Antes de iniciar a quarentena, estávamos disputando o Brasileiro de Clubes Sub-21, em Uberlândia (MG), e todas as noites havia uma reunião dos técnicos envolvidos na competição, onde cada um mostrava a sua maneira de trabalhar. Com o início do isolamento, esse processo ficou muito maior, o que mostra que, da mesma maneira que você ensina, você aprende”, exemplificou.
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Metodologia aplicada depende de cada treinador
O estudo do basquete não se baseia em uma única filosofia de trabalho, segundo Athos Calderaro, que treina a base e o adulto do União Corinthians há 12 anos e desempenha a função desde 1990. “Quanto mais material com embasamento tivermos, melhor para se ter um leque maior de informação. A ideia é ampliar e levar o conhecimento do basquete para os técnicos, que irão escolher qual a linha para seguir. Essa estrutura é montada com reuniões, onde debatemos, montamos pesquisa e avaliamos os resultados”, explicou Athos.
Os contatos com os jogadores do UniCo são feitos de maneira constante. “Por meio do WhatsApp, montamos um estudo diário sobre o basquete, onde os atletas têm de manter a mente pensando no jogo. Colocamos situações de perguntas e vídeos, para serem respondidas e debatidas”, observou Athos. O desafio para o futuro vai muito além das quadras e envolve valores, que são atribuídos ao esporte. “A meta principal é a formação pessoal, visando um respeito com os atletas, ou seja, ajudar principalmente na formação de cidadãos. Isso é primordial”, frisou o treinador.
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