O santa-cruzense Mauro Airton Adam aproxima-se de quase meio século de dedicação intensiva à arte, que, afinal, constitui sua grande vocação. Nascido em 2 de setembro de 1961, filho de Elibio Carlos Adam, já falecido, e de Olivia dos Santos Adam, aos 62 anos conseguiu o que nem todos os músicos concretizam: fazer do próprio sobrenome referência cultural. Ocorre que, à frente do Grupo Adam, ao lado do irmão Jaime, oito anos mais jovem, ele firmou uma marca em toda a região central do Rio Grande do Sul, em agenda de apresentações junto a bares, restaurantes e eventos diversos. Ele e Jaime têm ainda um irmão mais velho, o Milton.

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O envolvimento de Mauro com a arte começou de fato muito cedo. Quando estudava no Colégio Mauá, ingressou na banda do educandário, como corneteiro, e logo se tornou trompetista, sob orientação do mestre Bendinha. Desde então, sua ligação com esse instrumento nunca mais se rompeu. A primeira vez em que atuaria como músico profissional foi aos 15 anos, durante um Carnaval, e até precisou de autorização dos pais, por ser menor.

Logo estava integrando o conjunto Os Christians, de Cachoeira do Sul, e depois passou à banda Arpeje Som, de Santa Cruz. Pelo final da década de 70, já vivia uma intensa atividade artística. Por indicação de um colega, foi convidado para atuar em uma banda municipal de Estrela, que acabara de ser considerada campeã estadual e se preparava para viajar ao Rio de Janeiro, na etapa nacional. Lá foi o jovem Mauro conhecer a realidade carioca: ficaram hospedados em Niterói, num forte, e seguiam ao Rio para apresentações.

De volta ao Sul, ainda com menos de 20 anos ingressou no conjunto Divulgasom, de Celso Rosa, em Candelária. E logo estava no Pop Som, em Santa Cruz. Na animação de bailes de Carnaval, quem começava a ir junto era o mano Jaime, que ajudava na percussão. A parada seguinte foi o conjunto Mercado, de Venâncio Aires, e ali Mauro passou a se interessar mais pelo teclado, mostrando sua versatilidade. Com o Mercado, em 1982, gravou um disco de vinil que se tornou referencial. Esse grupo depois mudaria o nome para Romance.

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Por falar em romance, justamente por essa época Mauro conheceu Meri Angelita, com a qual viria a se casar. O casal tem três filhas: Jaqueline, Tatiana (que há um mês deu-lhes o neto Augusto) e Cintia, a caçula. Faz questão de ressaltar que sua família sempre lhe deu total apoio e incentivo na carreira musical.

Porém, no final da década de 80, e depois de uma intensa rotina artística, decidiu dar um tempo na música. O que durou seis anos, nos quais apostou em padaria e loja de produtos coloniais. Quando voltou à cena cultural, por volta de 1995, arriscou uma carreira solo: adquiriu um teclado eletrônico, tecnologia já mais avançada, e passou a cantar e tocar em bares e restaurantes. Numa dessas agendas, na Serra Gaúcha, Jaime foi junto. Além de atuar na bateria, para sua completa surpresa, Jaime soltou o gogó, e ali se revelava um excelente cantor. Firmaram a dupla.

Da dupla rapidamente migraram para um grupo, adotando o sobrenome, Adam. Com eles atuaram, entre outros, Paulinho Petry e Cleusa Fagundes. Com letras suas e de Petry e arranjos seus, gravaram o CD A Música, em 2001, difundindo o forte trabalho autoral, que nunca deixaram de lado, sendo que Mauro também compõe bastante.

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Por essa época, ele também instalou um estúdio pessoal para a produção de jingles e para realizar trabalhos musicais de terceiros. Em 2012, ingressaram no grupo Anderson Anton dos Santos e Lucas Kist.

Anderson saiu por volta de 2017. Eventualmente, algum dos demais colegas que já passaram pela banda volta a participar, e eles se tornam um quarteto. Mas é como sinônimo de boa música, de baile ou de eventos sociais, que o Grupo Adam segue animando a cena musical na região.

Cinco músicas referenciais para Mauro:

• Stayin’ Alive (BeeGees)
• In the Mood (Glen Miller)
• Garota de Ipanema (Antônio Carlos Jobim)
• Rosanna (Toto)
• Help (Beatles)

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