No tempo em que as vilas e cidades não tinham ruas pavimentadas e as pessoas deslocavam-se a pé, a cavalo ou carroça, na frente das residências e estabelecimentos em geral, existiam “equipamentos” indispensáveis para a época: os raspa-pés, para limpar os sapatos, e o palanques para amarrar os animais. Com o progresso, eles desapareceram, mas permanecem na memória de muita gente.
Em Santa Cruz, existiam raspadores em vários locais. Eram pequenas estruturas de ferro, fixas ao lado das portas, para serem usadas por quem caminhava pisando no barro. Antes de entrar em uma casa, armazém ou na igreja, devia ser feita a limpeza da sola do sapato, da bota ou do chinelo no raspa-pé. Na bodega, quando chegava um cliente mais humilde, alguém já gritava: “Tá com pé rapado?”.
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O raspador acabou associado às pessoas pobres, que costumavam andar a pé (os ricos deslocavam-se de cavalo ou charrete), e deu origem à expressão “pé-rapado”. Quando uma jovem namorava um rapaz sem posses, logo surgia o comentário maldoso: “Fulana arrumou um pé-rapado”.
Outro item necessário era o palanque, que ficava na frente dos armazéns, salões, casas e igrejas. Ali as pessoas amarravam os animais quando apeavam para realizar uma visita ou negócio. O poste de madeira precisava ser reforçado, e boa parte ficava enterrada no solo.
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Havia ainda o amarradouro, com três ou quatro metros de comprimento. A peça de madeira horizontal (como um parapeito) permanecia bem pregada em dois tocos de eucalipto.
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