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Vera Cruz

Padre da Diocese de Santa Cruz é condenado a mais de 20 anos de prisão por abusar de adolescentes

padre Carlos André Mueller

Carlos André Mueller foi afastado em 2021 da Paróquia Santa Inês, em Mato Leitão

A Justiça de Vera Cruz condenou o padre Carlos André Mueller, de 57 anos, a uma pena de 21 anos, um mês e cinco dias de reclusão, pelo crime de estupro de vulnerável cometido contra adolescentes. A sentença foi assinada pela juíza Fernanda Rezende Spenner, da Vara Judicial de Vera Cruz. Mueller, que atuava junto à Paróquia Santa Inês, do município de Mato Leitão, foi afastado do cargo pela Diocese de Santa Cruz do Sul em maio de 2021. Ele poderá recorrer da sentença em liberdade.

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Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), o pároco teria cometido os crimes em visitas a Vera Cruz, cidade onde nasceu, contra adolescentes que seriam suas parentes. Os períodos dos fatos contra as quatro vítimas, analisados pela Justiça, compreenderam os anos de 2011 a 2017, 2015 a 2020, 2015 a 2020 e 2016 a 2021. Nesse caso, a Justiça reconheceu a existência da chamada continuidade delitiva nos crimes, havendo um aumento de pena por se tratarem de vítimas diferentes.

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Detalhes a respeito de que ações o padre teria cometido foram mantidos em sigilo, bem como os nomes e idades das vítimas, em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A defesa do padre Carlos André Mueller apresentou recurso. Conforme a promotora Maria Fernanda Cassol Moreira, o MP respondeu com as chamadas contrarrazões à apelação impetrada.

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Roma analisa o caso

A Gazeta do Sul entrou em contato com a Diocese de Santa Cruz do Sul, que confirmou a condenação na Justiça, e detalhou a análise do caso no âmbito canônico. Conforme o vigário-geral, padre Leandro Lopes, a orientação eclesial em situações do tipo é, havendo denúncia à Igreja, seja por qual meio for, como MP ou mesmo diretamente pela vítima ou familiares dela, inicia-se o processo penal administrativo.

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No caso da investigação prévia sobre o pároco Carlos André Mueller, uma comissão formada por um padre, um profissional do Direito e uma psicóloga analisou o conteúdo da denúncia do MP. “Havendo a investigação e se concluindo que seja verdadeira, notifica-se para a Santa Sé, em Roma, e se dá início a um processo de investigação canônica, que vai para um outro nível de análise”, explicou o vigário-geral da Diocese de Santa Cruz.

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A Santa Sé, também chamada Sé Apostólica, é a jurisdição eclesiástica da Igreja Católica, em Roma, na Itália. “No caso do padre Carlos, aplicamos a orientação da Igreja Universal. Antes mesmo da investigação prévia, ele foi afastado temporariamente das atividades como padre, passando a viver em um local onde não tenha contato com pessoas vulneráveis”, disse Lopes.

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O processo na Diocese de Santa Cruz já foi concluído e remetido à Santa Sé. Os detalhes do procedimento não foram revelados. “Estamos aguardando a resposta da Santa Sé para ver o que vai ser orientado. Lá não são os bispos que julgam, e sim uma comissão dentro da Doutrina da Fé que analisa casos do tipo, para ver se ele vai continuar como padre ou não”, complementou o vigário-geral. Até a sentença de Roma, Carlos André Mueller permanece afastado. Seu paradeiro atual é mantido em absoluto sigilo.

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