Assassinado de forma brutal, com pauladas e pancadas desferidas em sua cabeça, João Carlos da Silva, de 40 anos, morador do Bairro Belvedere, conhecido popularmente pelo apelido de Sorriso, tinha como ponto de visita diária a Praça Getúlio Vargas, onde permanecia boa parte dos dias e acabou sendo morto.
Sempre ao seu lado, um cão era o fiel escudeiro. No entanto, desde a morte de seu tutor, há pouco mais de seis meses, o cachorro, chamado pelo nome de Lobisomem, não deixa o entorno da praça e permanece nas imediações da área em frente à Catedral São João Batista. Desde então, é cuidado por moradores de rua e comerciantes locais.
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“Ele ficou no Centro depois do crime. Muitas pessoas que trabalham no comércio o alimentam. Nós aqui damos água e ele vem umas duas, três vezes por dia”, comentou o taxista Álvaro Assmann, que trabalha no ponto situado na esquina das ruas Marechal Floriano e Ramiro Barcelos. A desavença que resultou na morte de Sorriso e de um amigo dele, Inácio Rogai de Mellos, de 54 anos, aconteceu nas imediações de um banco da praça que fica de frente para a Rua Marechal Deodoro.
E é ali, no mesmo banco onde seu tutor foi morto, que Lobisomem dorme e é encontrado em muitas oportunidades. De porte médio, cor amarronzada, o cão é considerado sem raça definida (SRD), expressão que abrange os cachorros que não possuem uma origem confirmada e tem misturas em sua linhagem de duas ou mais raças.
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Alguns dos moradores de rua que conversaram com a reportagem da Gazeta relataram a necessidade de cuidados ao animal. “Nesses dias de calor, nós sentimos muito. Imagina ele, com esse pelo todo. Seria bom se alguém conseguisse tosar e dar um banho. Caso alguém consiga ajudar, pode nos procurar que estamos sempre aqui na praça”, comentou um dos homens que cuida de Lobisomem.
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Relembre o caso
Fabiano Rodrigues Vargas, de 26 anos, foi preso em flagrante pela Brigada Militar, apontado como autor dos assassinatos de João Carlos da Silva e Inácio Rogai de Mellos, em 16 de junho. O crime aconteceu por volta de 19h50. Conforme apurado pela Polícia Civil, as duas vítimas, o acusado e a companheira deste à época, estavam bebendo na praça, encontro que já havia acontecido em outras oportunidades.
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Em determinado momento, Fabiano, com ciúmes, achou que a companheira se insinuava para João Carlos e, sem pensar, iniciou as agressões. Foram diversos golpes com pedaços de pau na cabeça e no pescoço da vítima. Amigo de Sorriso, Inácio tentou defendê-lo, mas não conseguiu conter a fúria de Fabiano e também levou pauladas.
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Por fim, teve jogado contra a sua cabeça um vaso de concreto utilizado para o plantio de flores na praça. Fabiano Vargas vai responder em júri popular ainda a ser marcado por duplo homicídio qualificado, com a qualificadora, que pode aumentar a pena, elencada por tornar impossível a defesa das vítimas. Ele permanece detido no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.
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