Por volta das 14 horas da última quarta-feira, 3, um caminhoneiro de 31 anos foi preso pela Polícia Federal (PF) de Santa Cruz do Sul com 130 quilos de cocaína escondidos sob 36 toneladas de soja, em um fundo falso aberto na carroceria de uma carreta bitrem Scania. A abordagem ocorreu em Sinimbu, na RSC-153, perto de um posto de combustível nas proximidades do quilômetro 298. Antes da barreira, no entanto, uma megaoperação, que envolveu 15 agentes, foi realizada com base em uma denúncia descrita pelo delegado Élton Roberto Manzke como “bastante precisa, com uma riqueza de detalhes muito grande”.
Segundo ele, a informação chegou aos agentes da PF santa-cruzense há quatro dias. Desde então, um plano estratégico foi traçado para abordar o motorista, que havia saído de Sidrolândia, interior do Mato Grosso do Sul, com destino ao Porto de Rio Grande, para exportação da soja. A cidade sul-mato-grossense, com pouco mais de 50 mil habitantes, fica a 250 quilômetros de Ponta Porã, que é fronteiriça ao Paraguai, país de onde vieram as drogas apreendidas.
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Telefone será periciado nesta sexta
O motorista do caminhão não possuía antecedentes criminais. Segundo o delegado Élton Manzke, o homem teria sido contratado por uma organização criminosa para fazer o transporte da droga. “Ele não participou como traficante, mas sim fazendo o trabalho de motorista, do qual tinha ciência”, comentou o ex-superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul. A reportagem apurou que o Scania teria sido comprado, em parte, com a venda de um apartamento que ele possuía em Pelotas. “Aparentemente, ele pretendia exercer a profissão de caminhoneiro. Contudo, pode ter sido seduzido por esse transporte”, ressaltou o delegado Élton Manzke.
No caminhão, com placas de Pelotas, foram encontrados um rádio amador e uma faca. O motorista do veículo segue recolhido no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul e poderá pedir judicialmente para ser encaminhado a um presídio das proximidades de Pelotas, cidade onde vive sua família. A Polícia Federal já obteve a quebra de sigilo telefônico do motorista. “A perícia deve iniciar nesta sexta-feira o acesso ao celular dele para que sejam extraídos dados e colhidas novas evidências”, revelou o delegado Manzke.
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“Ele não acreditava que encontraríamos”, conta delegado
Segundo o delegado Élton Roberto Manzke, o motorista, que foi levado à sede da Polícia Federal de Santa Cruz do Sul, tinha ciência de que estava transportando o material ilícito. De início, porém, não admitia o crime.
Nesse meio tempo, a carga de soja foi totalmente removida do caminhão, fazendo com que os peritos pudessem analisar onde estaria escondido o material. O caminhão foi levado, inicialmente, a uma oficina, onde um mecânico auxiliou a identificar os compartimentos originais do caminhão e os que poderiam ter sido violados. Com a ajuda de um cão farejador da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, de Porto Alegre, por volta das 19 horas os 120 pacotes de cocaína, com pouco mais de um quilo cada um (totalizando 130 quilos), foram encontrados na parte traseira do caminhão bitrem, em um compartimento com 40 centímetros de largura por 80 de comprimento e 60 de profundidade.
Um narcoteste foi utilizado para verificar se era mesmo cocaína, e deu positivo. “Quando comunicamos ao homem sobre a droga encontrada, ele acusou o golpe, o semblante mudou. Ele demonstrou sinais de abatimento, pois até então não acreditava que encontraríamos”, relatou o delegado Manzke.
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