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MAPA DO CRIME

Após dois anos em queda, Santa Cruz volta a registrar aumento nos homicídios

Foto: Banco de Imagens/Gazeta do Sul

Após dois anos em queda, Santa Cruz volta a registrar aumento nos homicídios

O ano de 2023 marca o fim de uma sequência recente de queda no número de assassinatos em Santa Cruz do Sul. Em levantamento da Gazeta do Sul, em 2020 foram 30 crimes do tipo, caindo para 15 em 2021 e dez em 2022. O número subiu para 12 este ano, o que deixa a média de um assassinato por mês em 2023.

As mortes, nove de homens e três de mulheres, aconteceram em oito pontos da cidade: nos bairros Santa Vitória (quatro), Centro (dois), Santuário, Dona Carlota, Margarida, Faxinal Menino Deus, Esmeralda e São João. Dez crimes foram cometidos na Zona Sul e dois na área central. Outro ponto negativo é o aumento no número de assassinatos de mulher. Foram três em 2023, ante dois em 2022 e nenhum em 2021.

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Chama a atenção ainda como os homicídios concentraram-se na primeira parte do ano, pois apenas um foi no segundo semestre. Em três oportunidades houve dois casos no mesmo dia, sendo que em dois destes os mortos tinham algum tipo de ligação.

O número total de assassinatos ainda pode ter aumento. Isso porque João Omar Lenz, de 44 anos, morreu no dia 8 de dezembro, após ser atingido com quatro disparos efetuados por um policial militar. Este alega legítima defesa, pois teria revidado a menção de Lenz e de outro homem em disparar contra ele e a guarnição da Força Tática, que estava em patrulhamento no Bairro Belvedere. A conduta do PM, no entanto, ainda está sob análise de inquéritos da BM e da Polícia Civil.

Dos 12 casos já confirmados, divididos em investigações da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), 2ª DP e Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), sete já foram solucionados e aguardam desfecho judicial, mas cinco não foram completamente esclarecidos. A Gazeta do Sul fez um mapeamento dos homicídios ocorridos no município e detalha as particularidades de cada caso, investigações e conclusões.

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MIRIAN TEREZINHA PINTO QUEVEDO – 57 anos

Quebrando uma série histórica de mais de sete meses sem assassinatos registrados em Santa Cruz, Mirian Terezinha Pinto Quevedo, de 57 anos, foi a primeira vítima de homicídio no município em 2023. Ela foi morta por volta de 10 horas, em 10 de fevereiro, dentro do chamado Mercado do Toco, do qual era proprietária, na Rua Guilherme Keber, Bairro Santa Vitória. Conforme investigação da Deam, foi assassinada próximo ao caixa, com quatro golpes de picareta, por Aline Viana Alencar, de 32 anos. Não foi esclarecida a motivação para essa morte. De acordo com a Polícia Civil, tudo indica que tenha acontecido um desentendimento entre elas e, provavelmente, a desavença teria como pano de fundo o tráfico de drogas.

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ALINE VIANA ALENCAR – 32 anos

O segundo homicídio remete diretamente ao primeiro. Em 10 de fevereiro, cerca de três horas após Mirian Terezinha Pinto Quevedo ter sido assassinada a golpes de picareta, a autora do crime teve o mesmo destino. Aline Viana Alencar, de 32 anos, foi morta a machadadas em uma área de mata que fica junto a uma ponte na Avenida David Severo Mânica, próximo à Escola Harmonia, no Bairro Santa Vitória.
Detido pela Força Tática logo após o crime, um adolescente de 17 anos confessou o assassinato. Disse que o fez por vingança, em razão de a vítima ter assassinado sua mãe de criação, Mirian. Ele foi indiciado pela Deam por homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras de motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

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GILBERTO CONCATTO DA SILVA – 44 anos

O quinto assassinato registrado em Santa Cruz no ano aconteceu em 1º de maio. Gilberto Concatto da Silva, de 44 anos, foi morto com pelo menos um golpe de faca no Bairro Santa Vitória. Na noite do homicídio, a vítima foi encontrada por seu irmão dentro de casa na Rua Professor Léo Winterle. Desde que o crime aconteceu, não houve revelações por parte da Polícia Civil sobre o caso, que é investigado. Também não há detalhes a respeito de possíveis linhas de investigação. Sabe-se que Gilberto não tinha antecedentes criminais.

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FÁBIO RODRIGUES DA SILVA – 37 anos

Oitava vítima em 2023, Fábio Rodrigues da Silva, de 37 anos, foi assassinado a tiros às 23h45 de 20 de maio, em sua residência, na Rua Lino Manoel dos Santos, Bairro Santa Vitória. Em uma rápida investigação, a 2ª Delegacia de Polícia identificou o autor do crime. Tratava-se de um rapaz de 20 anos, conhecido de Fábio, com quem havia morado junto durante um tempo quando o mais jovem serviu o Exército. Ele foi preso na manhã de 2 de junho, escondido na casa de familiares, no distrito de Ferreira, interior de Cachoeira do Sul. Confessou o crime à Polícia Civil, mas disse que agiu em legítima defesa, tese rechaçada pela 2ª DP. A investigação apurou que dias antes do homicídio, Fábio havia solicitado que o acusado deixasse o imóvel, já que ele não estaria colaborando com as despesas da casa. Ele vai responder por homicídio qualificado, em virtude da impossibilidade de defesa da vítima.

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INÁCIO ROGAI DE MELLOS – 54 anos

A Praça Getúlio Vargas ficou marcada por uma ocorrência brutal. Em 16 de junho, às 19h50, Inácio Rogai de Mellos, de 54 anos, foi assassinado a pauladas e pancadas de vaso de concreto desferidas por Fabiano Rodrigues Vargas, de 26 anos. A vítima foi morta porque o autor, preso pela Brigada Militar, ficou com ciúme, achando que sua companheira de 34 anos, que também estava na praça, havia se insinuado para outro homem, João Carlos da Silva, o Sorriso, de 40 anos. Sem pensar, Fabiano agrediu João. Inácio tentou defender o amigo, mas também foi agredido e morreu a caminho do hospital. O autor vai responder por homicídio qualificado, por tornar impossível a defesa da vítima.

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JOÃO CARLOS DA SILVA, O SORRISO – 40 anos

Na mesma ocorrência em 16 de junho, na Praça Getúlio Vargas, que vitimou Inácio Rogai de Mellos, João Carlos da Silva, o Sorriso, de 40 anos, também foi agredido violentamente por Fabiano Rodrigues Vargas, 26. Sorriso foi levado para atendimento e lutou pela vida por dez dias, mas não resistiu e faleceu em 26 de junho. Preso na mesma noite pela Brigada Militar, Fabiano foi conduzido à delegacia, de onde fugiu no momento em que seria levado para o presídio. Após agredir um agente, ele ainda correu algemado pela Rua Ernesto Alves. Só foi contido depois de ser alvejado na perna pelo disparo feito por um policial civil. Por lesionar o agente, Fabiano responderá a outro procedimento, além do duplo homicídio contra Inácio e João Carlos.

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PAULO ROGÉRIO RIBEIRO – 50 anos

A sétima vítima de homicídio foi Paulo Rogério Ribeiro, de 50 anos. O assassinato aconteceu no dia 20 de maio, às 18h30. O homem levou um tiro na cabeça na Rua Irmão Willibaldo, no Bairro Margarida, e morreu na hora. Na cena do crime, policiais militares apreenderam duas buchas de cocaína. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) apurou evidências para a investigação do caso, que ficou com a 1ª Delegacia de Polícia. Sabe-se que Paulo já havia sido preso e respondeu a crimes como tráfico de drogas, lesão corporal, ameaça, roubo a pedestre e disparo de arma de fogo. A investigação continua, e até o momento não houve prisões. A Polícia Civil aguarda o retorno de resultados de perícias para avançar na apuração.

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FERNANDO PABLO ALVES, O KÉFAS – 32 anos

Conhecido no submundo do crime pelo apelido de Kéfas, Fernando Pablo Alves, de 32 anos, foi assassinado na noite de 22 de março, com dois tiros de pistola na cabeça, em frente a uma residência na Rua 8 do Loteamento Berçário Mãe de Deus, Bairro Santuário. O IGP apreendeu no local estojos de munições de pistola calibre 9 milímetros. Publicamente, a 2ª Delegacia de Polícia não chegou a revelar novidades sobre o caso, nem confirmou eventuais prisões de suspeitos de autoria. No entanto, sabe-se que Kéfas colecionou ocorrências em sua vida, por furto, roubo, associação criminosa, lesão corporal, ameaça, porte de arma de fogo e suspeita de homicídio. Sua morte segue em investigação com a Polícia Civil.

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MAICON ROBSON SCHMIDT, O MÁSCARA – 37 anos

A vida de crimes de Maicon Robson Schmidt, de 37 anos, conhecido como Máscara, foi encerrada na noite de 12 de junho. Apontado como integrante da facção Os Manos, ele foi executado com dez disparos de pistola calibre 9 milímetros segundos após deixar o Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, no Bairro Faxinal Menino Deus, às 18 horas. A maioria dos tiros acertaram sua cabeça. A morte ocorreu uma semana após ele ser condenado a 20 anos pelo homicídio de Alexsandro Luis dos Santos Mello, conhecido como Abelardo, de 18 anos, em 1º de janeiro de 2017. Na ocasião, Máscara chegou até a gravar a execução da vítima. Por enquanto, não houve novidades na investigação da morte de Schmidt e o caso permanece em investigação.

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LUIZ FERNANDO DE ANDRADE – 29 anos

O corpo de Luiz Fernando de Andrade, 29 anos, morador do Bairro Santa Vitória, foi localizado por volta das 10 horas de 3 de dezembro dentro do Arroio das Pedras, no Corredor Morsch, Bairro Dona Carlota. Apresentava marcas de tiros. A polícia apreendeu no local quatro estojos de pistola calibre 380. Além do sangue, nas imediações havia um boné e um pendrive. A vítima tinha antecedentes por crimes como furto, ameaça, desacato e lesão corporal. No dia 15 de dezembro, a 2ª DP cumpriu mandados de busca em residências de suspeitos na Zona Sul da cidade. A motivação não está esclarecida, mas sabe-se que no crime houve a participação de quatro pessoas, entre mandante e executores. O caso está em investigação.

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LISIANE VIEIRA BICCA – 40 anos

Um dos homicídios de maior repercussão no ano foi o de Lisiane Vieira Bicca, 40 anos, morta em 26 de junho, às 17h40, em sua casa na Rua José de Oliveira Lopes, Bairro São João. Grávida de quatro meses, estava no banho com a filha Gabrielly, de 5 anos, quando foi alvejada por um disparo de pistola calibre 9 milímetros por homens que entraram em sua casa. Em uma investigação com provas robustas a partir de câmeras, a Deam indiciou dois homens, de 31 e 34 anos, por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. Embora não esclarecida por completo, comprovou-se que a motivação do crime está ligada a desavenças entre grupos criminosos vinculados ao tráfico de drogas.

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VITOR GABRIEL NUNES – 18 anos

O mero boato de uma suposta traição, cometida por sua companheira, foi o estopim para um traficante apenado da facção Os Manos ordenar a execução de um jovem de 18 anos em Santa Cruz. Vitor Gabriel Nunes foi assassinado com quatro tiros de pistola calibre 9 milímetros em 28 de abril, na Rua Canguçu, Bairro Esmeralda. Os detalhes do caso foram apurados em uma investigação da 2ª Delegacia de Polícia, que apontou cinco pessoas envolvidas na trama, sendo três apenados. Todos os envolvidos vão responder por homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras de motivo fútil (suposta traição) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima (emboscada).

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