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Em meio à pandemia

Com queda no faturamento, restaurantes buscam se reinventar

Foto: Rafaelly Machado

Restaurante Thomas passou a investir em comida congelada como alternativa para tentar driblar a crise

Impactados fortemente pela pandemia do novo coronavírus, os proprietários de restaurantes do segmento comercial de self service de Santa Cruz do Sul buscam alternativas para driblar a situação diante das restrições de funcionamento. Com a liberação para operar apenas nos sistema à la carte, telentrega (delivery) ou por retirada no balcão, alguns estabelecimentos tiveram de se organizar rapidamente.

É o caso do Restaurante Thomas. Com perdas estimadas em 30%, o proprietário do estabelecimento, Erni Inácio Thomas, viu no mercado de comida congelada uma saída para evitar a crise econômica. Thomas explica que a adaptação foi necessária para manter o restaurante com as portas abertas. “No começo foi bem difícil, mas logo nos adequamos, e, com a proibição do uso do buffet, a comida congelada tem sido nosso carro-chefe. Uma coisa está cobrindo a outra, e estamos tendo bastante pedidos”, afirmou.

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Além da opção do cardápio do dia, o estabelecimento dispõe de 12 versões de pratos congelados, como feijoada, lentilha, sopa, mocotó, lasanhas e bife à parmegiana, entre outros. Os valores variam entre R$ 10,00 e R$ 28,00. Dos 200 almoços servidos antes da pandemia, houve uma redução para 60. No entanto, o número de marmitas chega a 160. Com o quadro de funcionários reduzido de 12 para 8 pessoas, a saída foi buscar a mão de obra familiar, como explica Thomas. “Estamos nos virando. Aqui o filho e a esposa também ajudam na cozinha e no atendimento”, frisou.

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COMPORTAMENTO

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O sócio-proprietário do Restaurante Centenário, Claudinei Cenci, esclareceu que o movimento caiu 70%. Entre as maiores dificuldades apontadas por ele está a questão do horário de atendimento, das 11 às 14 horas.“É muito difícil chegar à mesa de um cliente e ter de avisá-lo que às duas horas fecharemos e ele precisa se retirar. Nos finais de semana, é ainda pior, porque muitas pessoas têm o hábito de almoçar mais tarde”, disse. Antes da pandemia, o restaurante servia 250 almoços; agora são 70.

Atualmente, a equipe de trabalho é composta por 20 pessoas. Antes da pandemia, operava com 27 funcionários. Para evitar a proliferação do vírus, além do distanciamento de dois metros de cada mesa, talheres e pegadores são higienizados com álcool e embalados individualmente em sacos plásticos. O restaurante utiliza o papel parafinado sobre a mesa, e após a saída do cliente ele é trocado. Os condimentos compartilhados, como azeite de oliva, sal, vinagre e outros, são higienizados com maior frequência.

No Restaurante Le Chef, a situação não é muito diferente, com movimento reduzido também em 70%. O proprietário, Eugênio Paulo Baier, afirmou que a redução no consumo chega a 75%. Dos 600 almoços servidos diariamente, reduziu para 150. Outras 50 marmitas são entregues no balcão, pelo sistema de delivery. “O movimento está retornando aos poucos, mas não paga a despesa que temos. Alguns clientes têm bom senso, mas outros já chegam perguntando se vai demorar para montar o prato, e acabam desistindo” comentou Baier.

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O proprietário explicou que o sistema à la carte, diferente do buffet, exige bastante mão de obra. “Antes montávamos o buffet e era só o cliente se servir; era mais prático. Agora, temos de deslocar pessoas para montar os pratos”, disse. Os valores, tanto para consumir no local quanto para levar, custam R$ 18,00. Parte da entrega é feita por funcionários e o restante por um serviço terceirizado. Ele contou que, devido à crise, precisou dispensar cinco funcionários.

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Eugênio Paulo Baier, do Le Chef | Foto: Rafaelly Machado

Proprietário entende que poderia ter mais flexibilização

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O proprietário do Restaurante Comabem, Valdenir Correa, que, assim como os demais do ramo, enfrenta dificuldades para manter o negócio devido às medidas de prevenção ao coronavírus, acredita que algumas medidas de flexibilização poderiam ser avaliadas, como já existem em outras cidades. “A mão de obra diminuiu e a nossa situação econômica é quase inviável para atender às despesas. Temos consciência dos cuidados que devem ser tomados. Não quero, em hipótese alguma, que um cliente ou familiar venha a contrair a doença, mas precisamos trabalhar e nos manter”, disse. Segundo ele, a possibilidade de abrir o buffet e colocar funcionário para servir o cliente poderia ser alternativa operacional. Assim como o uso de luvas descartáveis pelos clientes durante o manuseio de alimentos junto ao buffet.

Uma reunião no sábado, 1°, entre membros do comitê emergencial e empresários do setor, discutiu as medidas de flexibilização impostas pelo Estado em regiões onde há a bandeira amarela. Na ocasião, a presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Cruz do Sul, Rosemari Hofmeister, e a procuradora-geral do Município, Trícia Schaidhauer, ouviram as reivindicações que estão em estudo no gabinete e que devem ser levadas ao Executivo nos próximos dias. No entanto, Rosemari esclareceu ontem que a bandeira amarela não libera o autoatendimento em buffet. “O pedido dos restaurantes é no sentido de o decreto municipal permitir o buffet sem autosserviço, previsto na bandeira amarela e portaria”, disse.

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