Quem vivenciou a época de ouro dos festivais de música, em especial ao longo da década de 1980, saberá perfeitamente bem quem é Marcello Seffrin. Ele era personagem onipresente nos palcos, e raramente saía sem troféu. Ao lado de colegas de sua geração, que com ele compunham as bandas ou igualmente disputavam os certames, percorreu o Estado, assegurou a gravação de músicas autorais e projetou seu nome nas artes.
LEIA TAMBÉM: Para tocar o coração: seu Donato Weis é um mestre absoluto do trompete
Hoje, aos 62 anos, se já não atua diretamente só com música, há mais de duas décadas dedica-se a nova vertente: a das palestras de cunho motivacional e educacional, direcionadas ao meio empresarial e a escolas. Com elas, cumpre agenda sempre disputada. É a evidência da constante atualização desse santa-cruzense, filho de seu Guido Seffrin, professor inesquecível para legiões de alunos, e de dona Lisete, falecidos. Marcello foi o primogênito e tem as irmãs Bárbara, que atua na Gazeta, e Silvana, também cantora.
Publicidade
Marcello guarda uma foto de quando tinha 5 anos, e ali já aparece com um violão nas mãos. Por volta dos 7 teve suas primeiras aulas desse instrumento, inclusive com o mestre Bendinha. Detalhe: é canhoto. Tanto aprendeu bem que aos 14 era professor, repassando seus conhecimentos. Seus alunos eram principalmente do público que o vira, já com essa idade, nos palcos do Festival de Música do Cine Apollo, e logo finalista, com canção autoral.
LEIA TAMBÉM: Bea Dummer: da fé na vocação para a carreira internacional
Sua caminhada de estudos fez toda junto ao Colégio Mauá, e ali integrou, entre outros, o famoso coral Pequenos Cantores, o conjunto mirim e a banda marcial. Mal concluíra o Ensino Médio e recebia premiação pelo segundo lugar no Festival de Música organizado pelo Leo Clube, o que lhe assegurou a gravação de canção no LP Nosso Trabalho. Do mesmo modo, frequentava festivais em Venâncio Aires, Rio Pardo e, outro marco, a Vindima da Canção, de Flores da Cunha, de onde sempre saía com troféu.
Publicidade
Inesquecível foi o terceiro lugar no 2º Festival Canto da Lagoa, de Encantado, com a canção “O Canto da Lagoa”, que foi adotada nas edições seguintes como uma espécie de música-tema desse certame.
Na formação, apostou no curso de Ciências Exatas, na antiga Fisc, formando-se no início dos anos 80.
LEIA TAMBÉM: Guinther Bender: quatro décadas com a banda Viúva Negra
Mas nunca atuou nessa área. Mais tarde, fez pós em Musicoterapia, pela UFPel, concluindo-a em 2000, e outro pós de Coaching, formato EaD, em 2014, justamente porque já mergulhara nesse ramo. Enquanto estudava, trabalhou em empresas locais, inclusive no ramo da comunicação, no Riovale Jornal, e abriu duas empresas.
Publicidade
Mas foi no segmento de jingles que obteve muita visibilidade, por cerca de duas décadas, fixando-se tanto em Santa Cruz quanto em Santa Maria e ainda em Caxias do Sul. Fez alguns dos primeiros jingles, por exemplo, para a Rádio Gazeta FM 107,9. E nesse nicho foi premiado diversas vezes.
É pai de Eduarda (Duda Seffrin, atriz) e de Guilherme. Quando residiu em Santa Maria, em 1993, lançou um LP, Nascer, uma forma de homenagear a chegada do seu segundo filho. Esse trabalho autoral repercutiu de tal forma que uma produtora/gravadora carioca o relançou em forma de CD, no período uma novidade.
LEIA TAMBÉM: Sandra Mohr: a solista de música erudita e a compositora
Publicidade
Se chegou aos anos 2000 dedicando-se à produção de jingles, já sinalizava para a guinada rumo a palestras e treinamentos. Em 2007 ainda gravou um CD infantil, Marcelinho Pais e Filhos, com 14 músicas. Como palestrante, compartilha reflexões de cunho motivacional, com música (violão), dinâmicas, descontração, humor, envolvendo temas como educação, saúde, liderança, fortalecimento de equipes, motivação e felicidade, autoconhecimento, entre outras.
Fez ainda um MBA em Gestão de Franquias e atualmente cursa pós em Felicidade Organizacional, formato EaD. Durante a pandemia, idealizou ainda um curso online para a criação e produção de jingles. Seu trabalho como palestrante pode ser conhecido no site institutoacorde.com.br.
Cinco músicas referenciais para Seffrin:
- Meu Mundo e Nada Mais (Guilherme Arantes)
- Depende de Nós (Ivan Lins)
- Águas de Março (Tom Jobim)
- Oceano (Djavan)
- João e Maria (Chico Buarque)
LEIA MAIS NOTÍCIAS DE CULTURA E LAZER
Publicidade
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙