Nas décadas de 1950 e 1960, Santa Cruz do Sul acompanhou pelas páginas da Gazeta do Sul as polêmicas que envolveram a remoção da zona do meretrício para a várzea do Rio Pardinho, na entrada da estrada velha para Vera Cruz.
As primeiras casas de prostituição surgiram nas proximidades da Viação Férrea, nos idos de 1910. Com a ampliação dos estabelecimentos, elas transferiram-se para a Rua Senador Pinheiro Machado, após a Rua Carlos Trein Filho em direção à São José. Formada por pequenas chácaras e terrenos desabitados, a região ficava distante do Centro.
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Com a expansão da cidade, começaram a ser construídas moradias naquela área e vieram os conflitos. Briga, gritaria, música alta e importunação de pessoas que passavam pela rua. Em 1953, apareceram as primeiras queixas no jornal. Reuniões eram feitas e as coisas se acalmavam. Mas logo as polêmicas voltavam, inclusive com denúncias de que donas de boates tentaram subornar policiais e jornalistas. Em junho de 1961, depois de muitas reclamações, o prefeito Edmundo Hoppe garantiu que daria uma solução para o problema.
Um ano depois, a Prefeitura criou a Rua Curupaiti, um beco para concentrar as “casas da luz vermelha”, como eram chamados os dancing. A gleba ficava no início da ERS-409 (na época ainda não existia a BR-471), no Bom Jesus. Ela fazia parte do Asseio Público, área do município que, nas enchentes do Rio Pardinho, costumava alagar. O espaço foi aterrado e a rua recebeu cordão, iluminação pública, esgoto, água encanada e ponto de táxi. Como o local era ermo e longe do Centro, foi instalado um posto policial, com cela para recolher eventuais arruaceiros.
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Cada lado da Curupaiti recebeu 12 terrenos, que foram vendidos para as donas das boates construírem as casas. Em agosto de 1962, elas receberam prazo de seis meses para fecharem os dancing na Senador. Quando o tempo se esgotou, boa parte dos lotes estava ocupada com novos chalés. A zona não existe mais, mas funcionou na Rua Curupaiti até a década de 1990.
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