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OPINIÃO

Romeu Neumann: “Tenhamos cautela para que tudo seja investigado e fique devidamente esclarecido”

Foto: Ronaldo Falkenback

Estive fora de Santa Cruz do Sul na última semana e fiquei sabendo à distância do tsunami político que sacudiu o município. De tudo o que li, recuperando informações publicadas na Gazeta do Sul sobre a Operação Controle, desencadeada pelo Ministério Público e que resultou no afastamento temporário do vice-prefeito, de quatro secretários e de um vereador por suspeita de fraudes em processos licitatórios, deduzo que precisamos nos munir de muita precaução neste momento.

Entendo que a animosidade, própria do palanque e do cenário político, nos pressione a firmar posição, a favor ou contra, dependendo do lado em que cada um se encontra. Penso que nem a incredulidade que tende a absolver, nem o ímpeto em julgar e condenar são atitudes razoáveis.

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Deveria ser desnecessário, mas não custa lembrar o Artigo 5º, inciso LVII, da Constituição: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Toda a responsabilidade agora está nas mãos do Ministério Público, que viu fundamento para afastar os agentes políticos a fim de sustar eventuais irregularidades e tratará de comprovar ou não suas suspeitas.

E é assim que tem que ser. Tenho respeito e admiração pelo trabalho do MP como órgão fiscalizador da sociedade. Mas também levo em consideração as biografias dos envolvidos na Operação, alguns concursados e com carreiras que se estendem por décadas, outros aposentados em funções de comando e respeitados por sua trajetória profissional.

Tenhamos cautela para que tudo seja investigado e fique devidamente esclarecido. Que não se repita em âmbito local o que temos visto no cenário mundial, onde se admite e até se justifica a barbárie, de um lado e de outro na guerra entre Israel e o Hamas, por conta de ideologia.

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Independente do desfecho da Operação Controle, penso que ela pode ser oportunidade para revermos uma questão que está no epicentro da discussão: o investimento de mais de R$ 8 milhões na recuperação da pista do autódromo.

Vamos ponderar: do jeito que está, o autódromo tem pouca ou nenhuma chance de sediar eventos das principais categorias do automobilismo nacional. Aliás, justamente as provas que mais atraem público e carreiam recursos para a cidade, direta ou indiretamente.

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Por outro lado, percebo que este investimento está longe de ter uma aprovação majoritária na comunidade. O cidadão que quer lazer ou uma oportunidade de trabalho extra por conta de grandes atrações é o mesmo que quer ver sua rua em bom estado de trafegabilidade. E, convenhamos, há muito por fazer nesta área, sobretudo nos bairros.

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Duvido, também, que as famílias que residem no interior, sujeitas a adversidades de toda ordem, não questionem um investimento de R$ 8 milhões na pista de um autódromo que poucos vão frequentar, quando poderia custear trechos de asfalto nas sedes de várias localidades. A exemplo de Boa Vista, São Martinho, Linha Saraiva, Linha Brasil, Linha Nova, Entrada Seival, Cerro Alegre, já contempladas, outras tantas estão à espera da melhoria. Linha Andrade Neves, Quarta Linha Nova Alta e Baixa, Linha Araçá são apenas algumas delas, que passariam a outro patamar de qualidade de vida a partir da pavimentação.

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Quanto ao autódromo, quem sabe se pensa em firmar parcerias com a iniciativa privada para torná-lo autossustentável no futuro.

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