A véspera de feriado foi um dia de trabalho intenso, correria e muita repercussão em Santa Cruz do Sul. O município acordou com a Operação Controle, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS). O objetivo foi desarticular grupo que seria responsável por prejuízos que podem alcançar R$ 47 milhões aos cofres públicos.
Desde o início da manhã, 139 ordens judiciais foram cumpridas contra os investigados. Entre as medidas anunciadas pela equipe do Gaeco estão 46 mandados de busca e apreensão, bloqueios de bens e valores, determinação de pagamento de fianças de aproximadamente R$ 1,4 milhão, indisponibilidade de 28 veículos e três embarcações, sequestro de dez imóveis e afastamento das funções públicas, em Santa Cruz, dos secretários da Administração, Edemilson Severo; do Planejamento e Governança, Everton Oltramari; do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Márcio Martins; e da Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis. E ainda do vice-prefeito, Elstor Desbessell, e do líder do governo na Câmara de Vereadores, Henrique Hermany.
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Todos são suspeitos de envolvimento nos crimes. Por isso haverá restrições patrimoniais aos investigados por fraudes em licitações, peculatos – desvios de valores públicos realizados por funcionários públicos – e lavagem de dinheiro.
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Em pronunciamento oficial, o vice-prefeito afastado negou quaisquer irregularidades: “Estou muito tranquilo e já tomando as devidas providências, buscando a minha defesa para mais uma vez provar que não tenho nada a temer. […] Mas meu nome foi jogado na lama, minha família foi exposta. Por que fazer todo um circo?”.
Também em fala oficial com a imprensa, o vereador Henrique Hermany se manifestou, negando as acusações. “Nunca houve nenhuma interferência minha como líder de governo, enquanto vereador, ou como advogado em qualquer processo licitatório no município de Santa Cruz do Sul.”
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Os secretários afastados, no entanto, não concederam pronunciamentos. Eles foram contatados pela reportagem da Gazeta do Sul. Veja, abaixo, quem são e o que dizem.
Quem são os secretários afastados e o que dizem
Edemilson Severo – Administrador com ênfase em Processos Gerenciais e pós-graduado (MBA) em Relacionamento Interpessoal. Especialista com formação nas áreas de Inteligência Emocional, Comunicação e Marketing e Produção de Projetos Culturais. Foi secretário de Administração por quatro anos (2013/2016). Também assumiu como titular as secretarias de Políticas Públicas (2017) e de Fazenda em (2018), e foi nomeado o primeiro secretário de Cultura do município (2019). Diz que responderá apenas no decorrer do processo.
Everton Oltramari – É coronel da reserva da Brigada Militar. Graduado em Direito, é advogado, foi secretário estadual adjunto da Segurança Pública, secretário-chefe da Casa Militar do Estado e coordenador da Defesa Civil Estadual. Afirmou não estar envolvido em quaisquer irregularidades.
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Márcio Martins – Natural de Santa Maria, atuou como oficial temporário no Exército Brasileiro, de 2002 a 2008. É empresário do comércio há 14 anos. Foi presidente da Associação de Jovens Empreendedores de Santa Cruz (Ajesc) em 2013, presidiu a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) no biênio 2019-2020 e foi vice-presidente de Eventos da Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp) no período 2017-2018. Ele deve se pronunciar nos próximos dias.
Valmir José dos Reis – Aos 52 anos, o coronel Valmir José dos Reis atuou por 35 anos na Brigada Militar. Nos últimos oito anos, foi comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP). Reis atuou como oficial em Porto Alegre, Rio Pardo, Candelária, Região Centro-Serra e Santa Cruz do Sul. No Palácio Piratini, trabalhou com os governadores Antônio Britto e Germano Rigotto. Reforça que não há irregularidades em sua gestão.
VEJA COMO FOI A COBERTURA COMPLETA SOBRE A OPERAÇÃO CONTROLE
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