A diversidade de peixes nos rios do Vale do Rio Pardo começa a ser ameaçada pela presença frequente de palometas no ecossistema. A espécie tem parentesco com as piranhas do Pantanal e chegou ao Rio Grande do Sul pela bacia do Rio Uruguai. Conforme o biólogo e professor do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Santa Cruz (Unisc), Andreas Köhler, as palometas foram introduzidas em arroios locais após um incidente na irrigação de lavouras de arroz na região da bacia do Rio Jacuí. Há três anos, a espécie foi encontrada pela primeira vez nos rios Pardo, Jacuí e Botucaraí.
“Depois disso, elas começaram a avançar para arroios menores da região, e isso preocupa muito, pois a palometa não tem predador natural aqui”, afirmou o biólogo em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9. O fato deverá causar diversos problemas ao ecossistema e aos pescadores, como a migração para lugares seguros de espécies de peixes que se sentem ameaçados.
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Köhler ressaltou que o aquecimento global tem contribuído para a proliferação da palometa. “As águas estão 3 graus mais quentes, criando um ambiente de que a espécie gosta.” Conforme o professor, em um ano, uma fêmea pode colocar até 1,5 mil ovos. “A metade consegue nascer e se desenvolver.”
Como esse tipo de peixe é exótico, sua proliferação ocorre de forma acelerada. O professor alertou que a presença do animal irá criar um ecossistema diferente do que estamos acostumados. “A palometa se alimenta de outros peixes, larvas de insetos e frutas, mas sempre vai preferir outros animais. Sempre que um animal se introduzir em um determinado local, haverá mudança.”
Uma alternativa para limitar a presença dessa ameaça nos cursos de água da região seria o peixe dourado. “Ele é um predador alfa no ecossistema, mas está ausente em nossos rios.”
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*Colaborou Ronaldo Falkenback
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