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AGRICULTURA

A lavoura como fonte de pesquisa: entenda como funcionam as áreas de demonstração e de teste

Anderson Barros é um dos produtores que faz a testagem de variedades | Foto: Rafaelly Machado

Tornar a atividade rentável e com maior ganho de produtividade é aspiração de todo produtor. No caso do tabaco, essa realidade tem sido impulsionada pelo melhoramento genético e pela descoberta de novas cultivares. E tudo isso tem ocorrido justamente em meio à lavoura, em áreas de demonstração e de teste. Uma delas, localizada em São José da Reserva, interior de Santa Cruz do Sul, fica na propriedade de Anderson Rafael da Silva Barros, 33 anos.

A Gazeta do Sul visitou o local para conhecer o trabalho que ele realiza em parceria com a ProfiGen do Brasil, uma das maiores produtoras de sementes de tabaco, presente em mais de 30 países, e que tem atuado para ajudar produtor e indústria a obter maiores rendimentos com a cultura. Há seis anos, Barros testa as variedades para a ProfiGen. Para a safra 2023/24 ele plantou 16 variedades distintas na área de demonstração. A lavoura de testes fica próxima das demais, onde ele cultiva 70 mil pés do tipo Virgínia.

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Com a ajuda da esposa Débora Roberta Wink Barros, de 27, ele ocupa cinco dos 22 hectares da propriedade com a fumicultura. Até a safra anterior, quando ainda contava com a ajuda do pai, Jair Rodrigues de Barros, para tocar a propriedade, eram plantados 140 mil pés de tabaco. “Nesse ano, assumi em definitivo e aí precisei reduzir pela metade”, justificou.

Sobre as lavouras de teste, o produtor cita algumas vantagens. “A gente quer acompanhar as tecnologias e ficar por dentro das novidades para poder ir sempre melhorando a lavoura. Ficamos felizes em poder participar porque também temos a oportunidade de melhorar a nossa produtividade, pois, se tivermos acesso a uma variedade que rende mais, teremos mais produção e menos custos”, relatou.

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Isso, segundo observa, ajuda a solucionar um problema recorrente nas lavouras, que é a escassez de mão de obra. “Plantando uma variedade que tem maior rendimento, não precisamos plantar tantos pés e nem depender de muitas pessoas para ajudar na colheita”, acrescentou. Além disso, Barros considera importante unir tecnologia com a orientação e a assistência técnica.

Ele deu início à colheita da safra 2023/24 no dia 10 deste mês. A colheita da área de teste, que ele próprio prefere fazer, começou no dia 13. Ao todo, dispõe de três estufas de grampo para a secagem das folhas. A previsão é de encerrar a colheita no fim de dezembro.

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Testado e aprovado

Uma das variedades que o produtor Anderson Rafael da Silva Barros testou no ano passado em sua propriedade, a PVH 2444, do tipo Virgínia, rendeu cinco toneladas por hectare, uma produtividade considerada muito acima da média. O resultado foi tão satisfatório que a variedade será lançada em escala comercial pela ProfiGen em 2024. Conforme o gerente de vendas da ProfiGen, o engenheiro agrônomo Nirlei Joacir Storch, além de o produtor poder acompanhar o que a empresa está desenvolvendo, ele pode ajudar com a avaliação e opinião.

Nesse sentido, informou que a PVH 2444 se destacou pela produtividade e pela qualidade e que o próprio produtor já começou a testar em maior escala. “Produziu muito bem no ano passado e eu já comecei a plantar para aumentar o rendimento dessa próxima safra. Plantei seis mil pés dessa variedade”, informou. Outros diferenciais desse híbrido são a produtividade uniforme, a maior quantidade de folhas por pé, a planta mais estruturada e a ausência de brotos.

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Melhora da qualidade e resistência às doenças

A ProfiGen investe continuamente na melhoria da qualidade de suas sementes, bem como no desenvolvimento de híbridos com maior potencial de produtividade e qualidade e que sejam resistentes às doenças que comumente ocorrem na cultura do tabaco. As cultivares que a empresa produz e comercializa são registradas junto ao Registro Nacional de Cultivares (RNC) e a semente é certificada pelo Ministério da Agricultura. Todos os processos de desenvolvimento de novos híbridos, bem como a produção e a comercialização de sementes, seguem padrões rígidos de qualidade e são atestados pelo certificado ISO9001:2015.

O engenheiro agrônomo Nirlei Joacir Storch explica que os híbridos resultam do cruzamento de duas linhagens selecionadas, cada uma contendo uma característica que seja interessante para a produção, e que, juntas, trazem ainda mais benefícios. Entre as características que podem ser reunidas, Storch lista a alta produtividade, a qualidade, a resistência ao amarelão, a resistência à murcha e a resistência a outras doenças e pragas. “Temos vários experimentos em diferentes regiões. Cada um deles leva em conta características que sejam propícias para o desenvolvimento da planta, como o tipo de solo, o tipo de clima e a época de plantio”, explicou.

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“Há, ainda, algumas variedades cujo plantio pode ser antecipado, o que permite ao produtor acelerar a produção e a colheita antes da época de forte calor, evitando perdas com a estiagem”, descreveu. Nas áreas de avaliação, as diversas variedades são testadas lado a lado, com repetições, para fazer um comparativo em termos de produtividade. Atualmente, a ProfiGen atende clientes das Américas, da Europa, da África e da Ásia, consolidando-se como uma das maiores empresas de sementes de tabaco do mundo.

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