A prefeitura de Santa Cruz do Sul trabalha para suprir a falta de médicos que atinge as unidades de saúde. Atualmente, são dez postos na cidade e no interior que carecem de novos profissionais. Apesar dos esforços, a contratação e a manutenção dos profissionais são um problema sem solução até agora e que afeta os usuários. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, a pandemia do novo coronavírus afastou alguns médicos integrantes do grupo de risco para a doença.
Conforme a diretora técnica da pasta, Clauceane Venzke Zell, no perímetro urbano são oito postos de saúde que estão com falta de médicos. No interior, as duas unidades de Monte Alverne também sofrem com a falta de atendimento médico. “Devido à pandemia, vários profissionais se afastaram, ou por doença crônica, por pertencerem ao grupo de risco em decorrência da idade, ou gestantes. Isso fez com que tivéssemos vários ‘buracos’ em diversas unidades e uma das medidas que a Secretaria adotou foi suspender o atendimento em algumas unidades para que a gente tivesse equipe pra prestar assistência à comunidade”, explicou.
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De acordo com a diretora técnica, somente com a homologação do concurso público, o que ainda não aconteceu, é que a falta de profissionais vai ser suprida. “Teve um número alto de inscritos no último concurso para as unidade de saúde, mas enquanto não for homologado, nós não temos como chamar esses profissionais”, ressaltou.
A Secretaria da Saúde tem hoje 76 médicos: 35 são contratados e 41 estatutários. Destes, 14 estão afastados, sendo quatro médicos de Estratégia de Saúde da Família, sete médicos clínicos gerais, um médico auditor, um médico autorizador e um psiquiatra. Estão trabalhando 62 profissionais.
Além disso, Clauceane salientou que a Secretaria da Saúde conta com nove médicos do Programa Mais Médicos, do Governo Federal. Há ainda quatro vagas para contrato emergencial para a área de Atenção Básica. Segundo ela, a falta de médicos não é a única preocupação neste momento de pandemia.”Com a pandemia, o número de pacientes ausentes em consultas marcadas cresceu, em abril, para mais de 74% na comparação com janeiro deste ano.”
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De acordo com a Central de Regulação e Agendamento, o índice de 10,89% de ausências registrado em janeiro deste ano passou para 19% em abril, o que representa um acréscimo de 74,4%. Dados fornecidos pelos prestadores de serviços mostram que, no primeiro mês do ano, das 4.820 consultas marcadas, em 525 os pacientes não compareceram. Em fevereiro, mês no qual iniciaram as primeiras suspeitas de Covid-19 em Santa Cruz, foram 4.447 agendamentos e 618 faltas, o equivalente a 13,89% de ausência.
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Já em março, o impacto foi ainda maior. Dos 4.064 agendamentos, cerca de 3.340 foram efetivados. O índice de faltas nesse mês girou em torno de 17,6%. Com as regras mais restritivas em abril, as marcações de consultas reduziram de forma expressiva: foram contabilizadas apenas 1.499, sendo que 286 pessoas faltaram. Claucene reforça que é importante que os pacientes comuniquem, com antecedência, que não vão comparecer à consulta agendada. Segundo ela, os usuários não precisam temer o contato com os profissionais devido à pandemia.
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