Ao sair do banho pela manhã há poucos dias, Itanira Aguirre Porciúncula, de 76 anos, não conseguia se mover. Ficou paralisada no meio da sala e chamou pela filha. Ao presenciar a cena, Daniela, que conhece o histórico de problemas de coluna da mãe, não pensou duas vezes. Pegou o telefone e chamou pelo 192. Minutos depois, socorristas do Samu chegaram ao Bairro Avenida, de Santa Cruz do Sul, realizaram o atendimento e levaram a paciente até o Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz.
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“Já conheço o trabalho do Samu e sei da capacidade que esses profissionais têm para auxiliar quando a gente precisa. Eles chegaram muito rápido para atender minha mãe, foram cuidadosos, deixando ela segura, passando confiança, foram muito eficientes”, disse, ao enviar um e-mail de agradecimento para o setor de Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde.
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Pedidos semelhantes ao de Daniela somam em média 400 por mês no Samu do município. Acidentes de trânsito, situações de afogamentos, choques elétricos, acidente vascular cerebral, hipoglicemias, queda de altura e problemas cardiológicos estão entre os casos atendidos. Em 17 de outubro, o Samu santa-cruzenses completou 15 anos.
Quem presenciou muitos dos chamados é a enfermeira Ivete Kirchhof Preussler. Atuando desde o primeiro dia em que o Samu passou a operar na cidade, ela que tem pós-graduação em urgência e emergência, e diversos cursos de capacitação, relembra alguns dos chamados que já atendeu.
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“Teve uma situação, nunca mais esqueci. Era 24 de dezembro, véspera de Natal, e um menino de 14 anos, que estava cortando grama, teve um choque elétrico e parada cardíaca. A gente chegou, conseguiu reverter e o menino não ficou com sequela nenhuma. Isso é uma coisa que não tem preço para nós, enquanto profissionais de saúde”, conta.
Também integrando a equipe desde o início, o agora coordenador médico da unidade, José Undeternack de Vasconcelos, conhecido como doutor Vasco, com experiência de 47 anos e natural de Candelária, escolheu Santa Cruz para trabalhar no Samu. “Na época que iniciamos, tínhamos uma boa estrutura e fomos comprando os equipamentos aos poucos. Aprendemos a trabalhar na prática. Hoje temos uma ótima estrutura de trabalho e uma equipe bem qualificada para atender as mais diferentes situações que se apresentam no dia a dia”, afirmou.
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A coordenadora do Samu, Simone Werlang, explica que a regulação do órgão é feita pelo Estado, mas o Município investe em materiais e equipamentos para oferecer a melhor condição possível aos socorristas.
O vice-prefeito e secretário de Saúde, Elstor Desbessell, salienta que o município busca dar suporte tanto em infraestrutura como na qualificação dos profissionais. “Nossa gestão não mede esforços para termos uma estrutura que ofereça qualidade no atendimento e segurança para os socorristas realizarem um bom trabalho.” De acordo com Elstor, a secretaria trata o assunto com atenção. “Buscamos proporcionar aos profissionais todas as condições necessárias para que nossa população seja bem atendida”, garantiu.
A estrutura
O Samu conta com duas ambulâncias, uma com estrutura avançada, e outra básica. Também dispõe de uma motolância, para realizar o primeiro atendimento em caso de necessidade. A equipe é formada por médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros e condutores. A média de atendimento é de 400 ao mês.
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Motolância
Com 20 anos de experiência no Samu, tendo atuado cinco em outro município, Anderson Adriano Graebner também integra a equipe de socorristas. Ele é o condutor da motolância. Com formação de técnico em enfermagem, já realizou diversas capacitações oferecidas via Ministério de Saúde e relembra alguns casos em que atuou.
“A moto sai na frente para chegar em um tempo menor na cena para fazer o primeiro atendimento. Teve uma situação de afogamento de uma criança. Chegamos no local, e a mãe já não sabia o que fazer, jogava a criança para cima, estava desesperada por tê-la deixado perto da piscina. Fizemos as manobras e conseguimos fazer com que ela voltasse a respirar normalmente. E nos outros dias o pai veio agradecer. Era um fazendeiro, e queria fazer uma festa para nós”, conta.
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