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Em expansão

Vera Cruz: o município que cresce com um novo perfil

Foto: Albus Produtora

Você já pensou em morar em Vera Cruz? Se nunca cogitou essa possibilidade, é muito provável que, pelo menos, conheça alguém que decidiu fixar residência por lá, ou que seja vera-cruzense de berço. O município, aliás, tem ocupado lugar de destaque no Vale do Rio Pardo. Seja pelo calendário anual de eventos ou até mesmo pelos índices de desenvolvimento, motivo de comemoração para muitos.

Conforme dados preliminares do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Capital das Gincanas o crescimento populacional tem o terceiro maior percentual na região, atrás apenas de Mato Leitão e Santa Cruz do Sul. Segundo o levantamento, são 26.714 moradores (em 2010 eram 23.983). Basta transitar pelas ruas para identificar essa realidade.

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Não apenas pelo trânsito, que já apresenta gargalos, nem pelo número de novos loteamentos residenciais, que se multiplicam, mas pela expressiva mudança na paisagem da RSC-287. À margem da rodovia, Vera Cruz acompanha o crescimento do Distrito Industrial, com um leque de projetos futuros, além dos já consolidados.

Bons índices

Mesmo com o fechamento de grandes fumageiras (Alliance One e KBH&C), na primeira década dos anos 2000, Vera Cruz registrou crescimento econômico e diversificação na área industrial. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Administração, Desenvolvimento Econômico, Planejamento e Finanças, no período de 2016 a 2022 a média de novos alvarás emitidos por ano ficou entre 250 e 300.

Conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual da Fazenda e pela Receita Estadual, o Índice de Participação do Município (IPM) de Vera Cruz, para 2024, cresceu 11,28% em relação ao ano anterior. Em 2023, o IPM apurado foi de 0,152253, enquanto o provisório para 2024 alcançou 0,169422. O número determina os repasses financeiros a que o município tem direito na sua cota-parte do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

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De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Leandro Wagner, o dado é resultado do esforço coletivo e integrado para atração de negócios, e do crescimento contínuo dos setores primário, secundário e de serviços. Principalmente pela presença de novas empresas geradoras de Valor Adicionado atuando no município. “Temos mantido a ascensão, saindo da casa dos R$ 200 milhões para R$ 600 milhões em seis anos, o que impacta de forma direta no índice”, afirma.

Diante dos números, Wagner lembra dos desafios do presente e para o futuro. “Em contrapartida ao crescimento habitacional, vem a necessidade da ampliação de serviços públicos – vagas nas escolas municipais de Educação Infantil (Emeis), estrutura, abastecimento de água, saneamento e serviço de saúde, entre muitos outros”, ressalta.

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A partir do aumento da demanda hídrica, por exemplo, o Executivo deu início às tratativas para a construção da Barragem Dona Josefa, em Linha Andréas. O reservatório vai contar com 16 hectares de espelho d’água e capacidade de armazenamento de 300 mil metros cúbicos. As intervenções na área já tiveram início e devem seguir pelos próximos meses.

Trabalho no campo

Enquanto a área urbana cresce, o representante do Comude e do STR, Cristian Wagner, afirma haver índices elevados em relação ao êxodo rural. “Ainda existe a imagem de que o meio não tem potencial, como espaço de produção de renda. Na contramão, encontramos um crescimento na venda de áreas rurais para as chamadas chacrinhas, em que se destaca a região Norte.”

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O prefeito Gilson Becker corrobora a afirmação de Wagner. Ele aponta, também, outra peculiaridade do campo: a diminuição na média de filhos. Buscando reverter esse quadro de migração, a Prefeitura vem trabalhando aspectos para incentivar a permanência no campo. “Hoje nós já contamos com água tratada em 100% do município”, afirma.

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Ao mesmo tempo, o Executivo busca parcerias para disponibilizar sinal de internet; promove melhorias em estradas, como pavimentações, e amplia os pontos de atendimento de saúde. “Nosso objetivo é levar comodidades e serviços básicos a essa parcela da população”, diz Becker. Para frear o êxodo, são trabalhadas políticas públicas na linha da agricultura, o empreendedorismo rural e parcerias com escolas agrícolas, entre outras formações.

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Becker: apoio à permanência no interior | Foto: Rafaelly Machado

Na rota do desenvolvimento

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e do Conselho Municipal de Desenvolvimento (Comude), Cristian Wagner acredita que o crescimento municipal está alicerçado em diferentes fatores. Entre eles, os investimentos em infraestrutura por parte do Município, além do avanço industrial. Outro seria o próprio ramo imobiliário, com custo-benefício muito atrativo. “O crescimento de Vera Cruz ocorre mais ao Leste, região mais próxima a Santa Cruz. Mas em todo o entorno surgem loteamentos, mostrando que ainda haverá um grande crescimento nos próximos anos.”

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O presidente da Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária (Acisa), Rafael Iser, acredita que a proximidade com o centro urbano de Santa Cruz, considerada a cidade polo do Vale do Rio Pardo, também facilita a expansão vera-cruzense. “Algumas pessoas moram aqui, mas trabalham lá.” Ele lembra, porém, que há o movimento contrário, a partir da instalação de novas empresas, pela facilidade de logística. “Isso fortalece o comércio local e a prestação de serviços, ao mesmo tempo em que atrai mais investidores.”

Há nove anos e meio, desde que começou a atuar no ramo imobiliário santa-cruzense, a proprietária da Verena Imóveis, Sabine Scholz Schmitt, nota que a cidade vizinha é muito visada nos negócios. “Percebemos um incremento nas ofertas e na procura por imóveis. Apesar de já atuarmos nessa região, temos interesse em aumentar a participação no mercado, o qual tem grandes perspectivas de valorização e crescimento.”

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Possibilidade de ficar no interior

Ela nasceu no campo e trabalhou na cidade, mas resolveu retornar. Aos 26 anos, a técnica agrícola e em agroindústria Dais Daniele Schubert mantém negócios e a própria moradia em Linha Andréas, no meio rural de Vera Cruz. Ao lado dos pais, ela conduz a agroindústria familiar, com produtos derivados da cana-de-açúcar. “Em função dela, vi a possibilidade de ficar. Se a propriedade é organizada, conseguimos uma renda melhor, muito mais do que na cidade.”

Presidente da Cooperativa Mista de Agricultures Familiares de Vera Cruz (Coopervec), aos 20 anos Dais adquiriu a própria área de terras, na qual constituiu residência. Na casa, também conta com uma sala especial para a venda de produtos. E assim dá sequência aos planos de ficar. “Na cooperativa percebo isso. Os jovens que permanecem geralmente já têm uma propriedade estruturada.”

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As histórias daqueles que vieram para ficar

Em Vera Cruz, basta conversar com moradores para notar que muitos adotaram a cidade para construir a própria história. Diretor da maior instituição de ensino do município, Carlos Jardel Henn veio de Rio Pardo em fevereiro de 2004. Aos 35 anos, com formação em Educação Física, hoje ele está à frente da equipe diretiva da Escola de Ensino Médio Vera Cruz, com 812 estudantes matriculados.

“Vim morar aqui porque estudava no Poli e comecei a trabalhar. Ao entrar na faculdade, fiz estágio na Prefeitura, onde também passei num concurso. Depois, em 2012, fui nomeado no Estado.” De acordo com ele, a proximidade com o trabalho e com a família, residente na Cidade Histórica, foi um dos fatores que o levaram a escolher o solo vera-cruzense como morada. “A tranquilidade também faz eu gostar de morar por aqui”, revela.

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Natural de Belém, no Pará, desde 1986 a professora aposentada Maria Dinair Conceição de Bruchard, de 63 anos, integra o time daqueles que migraram para o município. Ao acompanhar o marido Luis Maria de Bruchard, que passava a trabalhar no antigo curtume, conheceu uma nova realidade.

“Criei minhas crianças brincando na rua, com tranquilidade. Vim de cidades grandes, como a própria Belém, Porto Alegre e Novo Hamburgo. Seria difícil elas terem a mesma liberdade que tiveram na infância.” Ela também recorda das boas relações construídas com os moradores. “Quando cheguei, as pessoas me chamavam de esposa do químico. Hoje tenho identidade. Sou a prô Dina ou somente Dina.”

O que dizem alguns moradores

Bernadete Assmann, aposentada e comerciante: “Nasci em Santa Cruz do Sul, mas, mesmo assim, digo que sou vera-cruzense. Meus seis irmãos foram para outras cidades, mas optei por morar sempre aqui. Convivo diariamente com meu povo do bem-querer. Meus dois filhos também escolheram Vera Cruz como morada. Esse é o meu viver. Por ter o lindo dia. À tarde, calmaria. E toda boa noite para descansar.”


Geci Vicente Schmidt, professora: “Morei em outras cidades, porém, conheci Vera Cruz. Compramos nossa casa aqui e fixamos moradia. É uma cidade muito acolhedora, com um povo maravilhoso.”


Loiva Maria Ullmann, vendedora: “Meu ex-marido veio trabalhar em Vera Cruz e acabei amando a cidade. Gosto muito daqui. A tranquilidade e a educação das pessoas sempre me cativaram. Espero envelhecer aqui.”


Salomão Gebin Claro, servidor público municipal: “´Viver em Vera Cruz é um privilégio que abraço todos os dias com gratidão. Este município, situado no coração do Vale do Rio Pardo, combina a calorosa hospitalidade de seu povo com um horizonte repleto de promissoras oportunidades. Aqui, a hospitalidade é uma virtude enraizada na cultura local, onde um sorriso é o idioma universal e todos são recebidos de braços abertos. É um lugar onde os laços comunitários se fortalecem, criando uma sensação de pertencimento que aquece o coração. Além disso, Vera Cruz é um dos municípios mais promissores do Vale. Com uma economia em ascensão, educação de qualidade e ambiente propício para o crescimento pessoal e profissional, a cidade é verdadeiramente um local onde os sonhos podem se tornar realidade. Vera Cruz é mais do que uma residência; é um lar onde a hospitalidade floresce e o futuro brilha intensamente. É com orgulho que chamo este lugar de meu lar.”


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