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MARCIO SOUZA

Por onde andas, Astro Rei?

Chegou a primavera! Não tenho dúvida de que essa é a minha estação preferida do ano. O pólen incomoda as minhas “ites”, o perfume exuberante do enflorescer faz com que espirre mais do que a média, mas isso não atrapalha em nada o fato de que admiro muito esses três meses de calor crescente, de vida presente e de beleza ímpar.

É claro que sei admirar o que há de especial em cada período. Sou um pouco Tim Maia, para quem o que importa é estar junto ao seu amor. Disse isso em Primavera: “Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti; pode o outono voltar, que eu quero estar junto a ti; porque (é primavera); te amo (é primavera)”. Mas tenho que admitir a presença forte do Rappa, na atualidade, ao questionar até o Todo Poderoso: “Oh, Deus! Será que o Senhor se zangou e é só por isso que o sol se arretirou fazendo cair toda chuva que há?”

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Mesmo não tendo o perfil de quem reclama das condições climáticas, por entender que não temos domínio sobre elas – assim, queixar-se do frio não fará calor; amaldiçoar o calor não resgatará o frio –, vejo-me obrigado a engrossar o coro daqueles que não conseguem aguentar a saudade do Astro Rei. Por onde andas, poderosa luz, que aquece a moleira do vivente? Por que se esconde daqueles que tanto te veneram, ao ponto de compararem-te ao Deus? Por acaso, em uma linguagem típica do gaúcho, lembrando o nosso mês de culto à tradição, acadelou-se diante do atrevido El Niño? Seria esse menino sapeca, que inunda planícies, transborda rios e, em meio às suas estripulias, traz consigo a desgraça, tão intimidador ao ponto de fazer o sol vestir-se de um manto intransponível?

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Seria pedir muito uma reedição das Quatro Estações de Sandy e Júnior? Aquele disco desenhou a característica de cada uma delas de forma que pudesse ser vivenciado o que têm de melhor. E, à primavera, reservou a calmaria e a possibilidade de viver sonhando: “Na primavera, calmaria; tranquilidade, uma quimera; queria sempre essa alegria; viver sonhando, quem me dera”.

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A mesma sensação de que o período combina com sol, combina com clima agradável, com a beleza das flores, vem do Sol de Primavera, de Beto Guedes: “Mesmo assim não custa inventar uma nova canção; que venha nos trazer sol de primavera. Abre as janelas do meu peito. A lição sabemos de cor. Só nos resta aprender”.

Só nos resta aprender com o que estamos vivendo, que tão envergonhado com a forma como tratamos o planeta, o sol escondeu-se, deixando órfãos os apaixonados, que se postam a vê-lo nascer ou despedir-se todos os dias.

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