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Escola ensina sobre educação financeira na ‘ponta do lápis’ no interior de Santa Cruz

Foto: Albus Produtora

Alunos elencaram gastos e apontaram como reduzir despesas

A soma dos gastos mensais que famílias têm com alimentação, água e luz, internet, gasolina e outros é tema para uma aula diferente na Escola Estadual de Ensino Fundamental Sagrada Família, em Linha Pinheiral, no interior de Santa Cruz do Sul. A educação financeira é uma forma de os alunos aprenderem, desde cedo, como administrar o dinheiro na ponta do lápis.

É por meio da iniciativa da professora de Matemática Carla Jandrey que estudantes do 8º e do 9º ano aprendem a ter uma poupança, controlar os gastos essenciais dentro de casa e ter rendimentos. “Esse tipo de educação é muito importante para a vida, pois é uma forma de os alunos terem objetivos com a profissão que eles vão escolher para o futuro.”

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Na Escola Sagrada Família, a aula de educação financeira instigou 28 alunos a elencarem as despesas que uma família tem, a partir do ganho de um salário mínimo, que hoje é de R$ 1.320,00. “Eles tiveram que destinar certas quantias para os gastos essenciais, como 20% para manutenção em casa; 30% para alimentação e 10% para aplicação no CDB (Certificado de Depósito Bancário), poupança ou Tesouro. Além de gastos com viagem, carro e outros”, explica Carla. “No início, eles acharam muito um salário mínimo, mas depois perceberam que o dinheiro se tornava pouco.”

Neste ano, já foram nove encontros sobre o tema na escola. A estratégia de controle de gastos também serve como uma base de estudos para ingressar em instituições de ensino profissionalizante. De acordo com Carla, os alunos começaram a entender a importância de regular as despesas e manter uma poupança.

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“Realizamos diversos trabalhos, pois não basta dizer que o salário mínimo é pouco; tinha que haver uma solução.” O estudo também foi aplicado na merenda escolar, e os estudantes calcularam quanto é investido na refeição feita na escola.

Técnicas sustentáveis, que podem substituir alguns produtos dentro de casa e trazer economia, também foram estudadas pelos alunos da professora Carla Jandrey. “Trocamos o produto ‘lava-roupas’ por uma barra de sabão que rende mais, e a escova de esfregar por buchas naturais.” Já para diminuir a temperatura do ambiente, sem o uso de aparelhos elétricos, os estudantes utilizaram telas de sombreamento (sombrite) nas paredes.

Aprendizado que vale para toda a vida

Cada vez mais cedo, as finanças fazem parte da vida de todos os cidadãos. Para o aluno do 9º ano Guilherme Gollman Heinen, 15 anos, a educação financeira é uma lição para toda a vida. “Aprendi que é bom já pensar nos rendimentos desde cedo, para não me arrepender quando eu estiver mais velho. O que mais me chamou a atenção foi o cálculo de porcentagem aplicado para melhor destinar o salário com os gastos.”

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O tema também anima o aluno do 8º ano Gabriel Hackenhaar Paim, 14 anos, que já acompanhava o assunto na internet. “Quando a professora trouxe o tema para a sala de aula, eu gostei muito. É uma maneira de aprendermos a fazer investimentos.” Ele destaca que levou o assunto para debater em casa. “Meus pais aprovaram a ideia.”

Gabriel e Guilherme: educação financeira precisa começar cedo

A iniciativa de Carla Jandrey é apoiada, com grande entusiasmo, pela diretora da Sagrada Família, Josiane Bertram. “Ela é uma das primeiras professoras que iniciou o componente curricular do cooperativismo e incluiu a educação financeira em sala de aula, previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).”
Josiane destaca que a Escola Sagrada Família tem a essência de preparar o aluno para a vida. “A gente vê ele como um cidadão do mundo, além do Ensino Médio e do vestibular. É um projeto que esperamos que siga adiante”, conclui.

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