A rio-pardense Jéssica Alves, de 24 anos, inaugura neste fim de semana a primeira exposição da carreira. A ilustradora vai apresentar uma série de trabalhos produzidos para o livro O Povo que Desaprendeu a Dançar. O evento de abertura da exposição “Em busca de suas raízes” ocorre neste sábado, 16, a partir das 19 horas, no segundo andar do Centro Regional de Cultura de Rio Pardo. A entrada é gratuita.
As obras são inspiradas na história do livro, que conta a trajetória de uma menina e seus amigos, que vivem num futuro distópico, onde a maior parte do planeta está destruída. Ainda assim, Tiuna precisa encontrar um caminho para recuperar algo essencial para seu povo. Jéssica foi a responsável por criar as ilustrações para a obra infantojuvenil, que vem sendo distribuída de forma gratuita em Rio Pardo e outros municípios da região.
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Entre os temas que serão abordados nesta exposição estão a natureza, os impactos causados pela degradação humana no meio ambiente e a representatividade de diferentes povos. Além das ilustrações publicadas no livro, a mostra vai trazer também outras artes inéditas inspiradas nesta mesma história.
“Por meio das ilustrações, tento criar universos diferentes, um mundo novo. Algo que te faça viajar e que permita que as pessoas mergulhem nessa história. Me inspira eu, como mulher negra, ver ilustrações que me representam. Quero passar isso para outras mulheres, homens, meninos, meninas. Nós conseguimos trazer isso na literatura e agora aqui”, diz a ilustradora.
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A exposição contará também com o Espaço Carajuru, um local onde o público poderá assistir projeções de artes e despertar outros sentidos, ampliando o universo lúdico. Os personagens da obra, interpretados pelos atores da Andarilhos Companhia Teatral, também farão parte da ação. Haverá atividades especiais para crianças, como um cantinho de leitura e maquiagem artística. O evento marca o encerramento do projeto O Povo que Desaprendeu a Dançar. Ao longo das atividades de distribuição do livro, foram realizadas ações em Rio Pardo e na região.
“É muito emocionante que possamos encerrar nosso projeto com a inauguração da primeira exposição da Jéssica. O livro ganhou uma dimensão muito mais lúdica por meio das ilustrações dela. E, ao longo desses meses, vimos o trabalho dela se espalhar por tantos lugares. Creio que essa é a primeira de muitas mostras das artes dela que virão por aí. Espero que isso inspire muitas meninas de Rio Pardo ou de outros locais a perceberem que elas podem sim acreditar na arte que produzem”, diz a autora do livro, Letícia Mendes.
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A ilustradora
Como muitas crianças, Jéssica Alves teve o primeiro contato com a arte ainda na escola. Aos 10 anos, começou a explorar e fazer releituras de obras brasileiras reconhecidas de Tarsila do Amaral, como Abaporu, A Negra, Sol Poente, Carnaval em Madureira, Operários e a Cuca. Quanto mais aprendia sobre a arte, mais tentava se encontrar nesse universo.
“Deixei de fazer somente releituras e comecei a buscar pela minha arte, o meu traço. Com o tempo, percebi que não tenho um traço único, que são muitos. A arte é abrangente demais para se prender a um tipo específico de pintura. Comecei a testar minhas ilustrações em diferentes estilos, até mesmo naqueles que não me encaixava tão bem”, recorda.
O primeiro livro ilustrado por Jéssica foi Sofia – A Menina que Odiava o Natal. Depois disso, surgiu o projeto de O Povo que Desaprendeu a Dançar.
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O livro
Voltado para crianças, adolescentes e adultos, O Povo que Desaprendeu a Dançar conta a história de Tiuna. Curiosa, a menina provoca o desaparecimento de uma pipa, adorada por seu povo. Depois disso, ninguém mais consegue dançar no povoado. Desesperada, ela precisa deixar a montanha onde vive e se aventurar por territórios desconhecidos. Ao lado do fiel amigo Cazú, enfrenta criaturas como os gigantes do deserto, conhece imitadores de árvores e descobre que tem muito em comum com uma navegadora tagarela.
“O livro passa por muitos temas, como a degradação ambiental, sobre o quanto nos distanciamos da natureza e de quem nós somos. Sobre essa busca por nos encaixarmos em algum lugar. Mas, essencialmente, acredito que o livro fala sobre buscar a humanidade como um conjunto. Só assim penso que poderemos, quem sabe, plantar um futuro melhor”, diz Letícia.
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Em maio, o Centro Regional de Cultura de Rio Pardo recebeu oficinas de escrita criativa, com a autora, e de ilustração, com Jéssica Alves. A ilustradora comandou o encontro voltado para meninas e mulheres. As artes produzidas nessa oficina, por sinal, foram utilizadas para ilustrar o totem do projeto Viaje Lendo. Por meio dele, foram distribuídos os livros de forma gratuita em rodoviárias da região.
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Após o lançamento do livro, nos meses de julho e agosto, atores estiveram em alguns locais de Rio Pardo, realizando leituras dramáticas. Os pontos escolhidos foram o Lar São Vicente de Paulo, onde são acolhidos idosos; o Orfanato Mary Taranger; e a Comunidade Quilombola Rincão dos Negros. Em todos, além de encenação de parte da história, foram entregues exemplares da obra.
O projeto é realizado com recursos do edital FAC Publicações, do Pró-Cultura RS, por meio da Secretaria da Cultura do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
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