Já era madrugada desta sexta-feira, 15, quando o juiz Klauss Corrêa de Souza proferiu a sentença, no Fórum da Comarca de Criciúma, para os santa-cruzenses Jorcelito Renê Rodrigues, de 39 anos, conhecido no submundo do crime pelo apelido de Gordo Jô, e Sailon Giovan Corrêa Rodrigues, de 24 anos, vulgo Bebê. A dupla, junto do vera-cruzense Jonatham Carpes de Moraes, de 28 anos, o Doda, responderam em júri popular pelo assassinato de Rodrigo da Silveira, conhecido como Digo, de 30 anos. Bebê foi condenado a 16 anos de prisão, Jô a 14 anos e Doda a 12.
A sessão iniciou às 9 horas de quinta-feira, 14, e foi terminar apenas às 3h da madrugada desta sexta, cerca de 18 horas depois. Os debates foram intensos entre o Ministério Público (MP) e os advogados de defesa dos réus, com réplica e tréplica. O advogado criminalista José Roni Quilião de Assumpção fez a defesa de Bebê; Luiz Pedro Swarovsky foi o defensor de Jô; e Leandro Pereira Gonçalves fez a de Doda.
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O homicídio que gerou uma das grandes operações deflagradas pelas forças de segurança nos últimos anos no Vale do Rio Pardo, chamada Revanche, aconteceu na madrugada de 4 de junho de 2020, na cidade de Balneário Gaivota, em Santa Catarina. O corpo de Rodrigo da Silveira, morador de Vera Cruz, foi encontrado com 50 marcas de tiros, em estado avançado de decomposição, por trabalhadores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que faziam roçadas às margens da BR-101 em 19 de junho, próximo ao viaduto que dá acesso a Passo de Torres.
Conforme as investigações, divididas entre as delegacias da Polícia Civil de Vera Cruz e de Santa Rosa do Sul, os réus teriam arquitetado e executado um plano de vingança contra Digo, pois ele era o principal suspeito de ter assassinado Silvio Vieira, conhecido como Bego, de 37 anos, no dia 23 de maio de 2020. Na data, às 7h30, o cadáver dele foi encontrado carbonizado dentro de um Palio Weekend em Rebentona, a 100 metros da divisa entre Vera Cruz e Candelária. A necropsia apontou que o homem havia sido assassinado com tiros e facadas.
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Esse homicídio teve relação com a disputa entre os dois por um ponto de venda de drogas que funcionava no bar de Digo, na Travessa Becker, interior de Vera Cruz. Bego era cunhado de Gordo Jô. Na mesma noite da morte dele, o bar de Digo foi incendiado em represália ao assassinato. Com medo, Digo fugiu para Novo Hamburgo e seguiu para Torres, ainda no Rio Grande do Sul. Mais tarde foi para o litoral catarinense, em Passo de Torres, vindo a fixar residência em Balneário Gaivota. O grupo investigado teria ido até lá, sequestrado ele de casa e executado a tiros.
Em 25 de novembro de 2020, a operação Revanche, deflagrada pelas delegacias da Polícia Civil de Vera Cruz e de Santa Rosa do Sul, prendeu Gordo Jô e sua esposa Rosemeri Vieira, de 33 anos (que era irmã de Bego), no Bairro Bom Jesus. Segundo as investigações, o casal teria sido mandante da execução. Bebê foi preso no Bairro Pedreira e, conforme a polícia, teria sido um dos executores; Josiane Padilha Vedoy, de 33 anos, que era companheira de Bego, foi capturada no Bairro Várzea e teria emprestado o seu Chevrolet Celta para o bando ir a Santa Catarina executar o plano.
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Um quinto homem, Júlio Bitencourt Goulart, conhecido pelo apelido de Tatuador, foi preso em Sombrio, Santa Catarina. Um sexto investigado, Jonatham Carpes de Moraes, o Doda, teria sido um informante da localização de Digo para o grupo que cometeria o assassinato. Inicialmente denunciados, Rosemeri Vieira, Josiane Padilha Vedoy e Júlio Bitencourt Goulart foram excluídos do procedimento e não responderam ao processo. O próprio Ministério Público pediu a impronúncia deles. Já os outros três – Gordo Jô, Bebê e Doda – terminaram condenados.
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