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EM NOVEMBRO

No imaginário de gerações, Nenhum de Nós vai relembrar sucessos em show em Santa Cruz

Aos 60 anos, Thedy Corrêa interpreta as canções clássicas da banda Nenhum de Nós

Aos 60 anos, o porto-alegrense Thedy Rodrigues Corrêa Filho, ou Thedy Corrêa, para o ambiente artístico, é responsável direto por algumas das canções que os brasileiros aprenderam a cantar de cor ao longo de mais de três décadas. Não só porque, na condição de cantor da banda Nenhum de Nós, é a sua voz que se firmou no imaginário de gerações, mas porque ele tem assinado algumas das músicas emblemáticas do grupo, como compositor.

Em entrevista à Gazeta do Sul, já na divulgação para o show que a banda fará em Santa Cruz do Sul no dia 12 de novembro, Thedy lembrou que, em especial a partir do terceiro disco de estúdio, Extraño, lançado em 1990, tomou a si a tarefa da composição das letras. Nesse processo vale-se da bagagem das leituras a que não só ele, mas todos os demais integrantes costumam se dedicar.

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Preocupados com a ampliação de olhar sobre a vida, sobre cada momento, os integrantes perseguem a formação e o aperfeiçoamento, o que envolve a atualização das leituras de forma constante. “Posso dizer que a leitura, o hábito da leitura, é peça fundamental na minha formação como artista, como cidadão, mas principalmente como compositor”, frisa. “Contar histórias, saber contar histórias, é parte de a gente saber assimilar as histórias que os livros nos trazem, e eu acho que só com o hábito da leitura a gente consegue isso.” Confira algumas reflexões de Thedy Corrêa.

Entrevista – Thedy Corrêa, cantor da banda Nenhum de Nós

  • MagazineVocês estão com show programado para 12 de novembro em Santa Cruz do Sul. Qual a proposta que estão desenvolvendo ao longo deste ano? O que o público poderá conferir? Esse ano não deixa de ser ainda uma retomada, depois da parada obrigatória que a pandemia impôs aos eventos. Ainda existe um grande público que está muito a fim de assistir ao Nenhum de Nós, que está com saudade do nosso show. Então, a gente tem pensado esse show como uma grande celebração, um reencontro com o público numa celebração à vida depois de tudo de tão triste e complicado que aconteceu.
  • Vocês estão há quase quatro décadas na estrada. Muita coisa mudou no mundo, inclusive próximo, ao longo desse tempo, não é mesmo? Como foi de certa forma traduzir esse período na música de vocês? O afastamento, a saudade, a perda, como saber lidar com isso, buscar um equilíbrio emocional, tudo isso sempre fez parte das temáticas da Nenhum de Nós. Porque a gente sempre procurou traduzir o sentimento do público, o momento do público, ou, como se diz, o Zeitgeist, do que se vive não só no Brasil, mas também no mundo. Esse momento da civilização, da sociedade, é um desafio, e muitas vezes são assuntos até pesados, que a gente percebe que não vão trazer muita coisa positiva para o público se a gente abordar. Então, a gente procura colocar um espírito mais positivo, como em canções como Paz e Amor, que tem essa mensagem, tão positiva, para ajudar o público a encarar essas perdas, essa saudade e esse momento que foi tão delicado.
  • A Nenhum de Nós é contemporânea de muitas bandas que se firmaram na cena da MPB. Com quais a troca, em termos de parceria, foi mais intensa ou mais instigante? Nós tivemos várias trocas, parcerias. Algumas delas foram uma construção, digamos assim, como é o caso do Paralamas, de que a Nenhum de Nós sempre foi muito fã. Com os nossos encontros na estrada nos tornamos amigos e, para minha felicidade, parceiros. Escrevi canções com o Herbert Vianna, e que foram parar tanto em disco da Nenhum de Nós quanto da Paralamas, e essa foi uma das parcerias que mais me realizou. Assim como a parceria com o Edgar Scandurra, grande guitarrista brasileiro, do grupo Ira!, e, mais recentemente, uma parceria com uma intérprete, compositora, cantora incrível que é a Roberta Campos. A gente sempre busca expandir os nossos horizontes, até geograficamente, como foram as parcerias que fiz com o Fábio Cascadura, da banda baiana Cascadura. Acho que o artista tem de estar aberto e procurar essa comunicação com novos artistas, com outros artistas, até geograficamente falando.
  • Vocês formam um time muito unido, e que perdurou ao longo de todo esse tempo. Quais achas que são as grandes marcas de vocês, e o que mais contribuiu para essa união e essa parceria tão positiva? Eu vejo que uma de nossas marcas é justamente a seriedade, fidelidade e lealdade que a gente tem com nosso público. A Nenhum de Nós faz música pensando justamente em escrever coisas relevantes, que tenham camadas emocionais tais, que é o que o nosso público espera da gente. Então, é uma banda leal a seu público e leal a si mesma. Porque eu tenho bem claro que as vezes em que tentamos simplesmente agradar através de paradas de sucesso, ou caçar um sucesso fácil e tal, às vezes por pressão de gravadora, quando fomos compelidos a fazer isso o resultado não foi bem-sucedido, não foi uma coisa que nos realizou profissionalmente, digamos assim. Aprendemos que, se a gente tem de investir em alguma coisa, deve investir no nosso público, e não na parada de sucesso. Então, acho que a grande marca, e positiva, dessa nossa parceria, é isto: a lealdade que existe entre nós, e que se reflete também com o público.
  • Quais, em teu entender, foram os momentos mais marcantes dessa trajetória, algo que fica como divisor ou divisores de água? Tivemos vários momentos marcantes: subir no palco do Rock in Rio 2 em pleno Maracanã, participar de festivais como o Planeta Atlântida, o festival de verão de Salvador, o PopRock em Minas, o Prime Rock em Curitiba, grandes eventos, algumas incursões que fizemos para fora do País, como os shows em 2010 na China. Mas eu diria que o maior divisor de águas da nossa carreira foi o nosso primeiro disco acústico, onde o Nenhum, como uma boa banda de rock, mostrou a sua vocação para o folk. E isso acabou pautando toda a nossa trajetória a partir daí, a mistura entre o rock, o folk rock, ou o rock rural, como queiram dizer, um flash que a gente tem direto de grupos como Almôndegas, e essa linguagem de rock que a Nenhum trouxe, com Camila, Camila, com Sobre o Tempo, que acabamos misturando nesse primeiro acústico. Ali acho que foi uma redescoberta dessa vocação que a Nenhum de Nós tem para a mistura entre rock e folk.

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