O Rio Grande do Sul viveu, desde o final de semana passado, alguns dos momentos mais dramáticos da história no Estado. Tem sido recorrente enfatizar ou afirmar isso, mas talvez alguns, de regiões mais distantes ou que não chegaram a ter presente a dimensão dos estragos causados pela água no Vale do Taquari, imaginem que é algo que se poderá contornar com a reconstrução da infraestrutura, ou com a volta de certa normalidade.
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Não será o caso. Cidades e comunidades como as de vários municípios pelos quais cruza o Rio Taquari precisarão de muito, muito tempo para assimilar o que aconteceu. É um trauma imenso. E não são apenas as vidas ceifadas. Como restabelecer a estrutura referente à documentação de milhares de pessoas; os serviços essenciais, as instâncias públicas, os bens de centenas e centenas de residências, tudo o que foi levado embora pela água? E como viver com a tensão decorrente do risco de que pode vir a ocorrer de novo?
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Ao longo de toda a semana, as plataformas de conteúdo da Gazeta se mobilizaram a fim de noticiar sobre os acontecimentos naquela área. Ao mesmo tempo em que os profissionais se deslocavam por rodovias e estruturas (pontes, por exemplo) que ofereciam risco, precisavam atentar à própria segurança. Afinal, assim como ocorreu com os moradores da região afetada, que tentavam dimensionar os estragos em um contexto sem sinal efetivo de internet ou de telefonia, além do perigo representado por rede elétrica danificada e casas em risco de desabamento, ou com os socorristas, outros profissionais, entre eles jornalistas, e deviam ter presente a importância de colaborar, de contribuir, e não de atrapalhar.
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Nas edições diárias da Gazeta do Sul, nossos colegas procuraram relatar o cenário que tinham diante de si, e, principalmente, convocar à solidariedade para com o Vale do Taquari. Para que essas comunidades possam dispor do apoio máximo e da mão amiga, que deve vir do poder público e das instâncias privadas. A mobilização surtiu efeito ao longo da semana, mas muita energia mais será necessário mobilizar. Nesta edição, nossa equipe repercute a cobertura realizada nessa sexta-feira naquela região. E o colega Marcio Souza dimensiona, na página 11, o choque que representou deparar-se, na quinta-feira, com o cenário de desolação em cidades que ele conhecia tão bem, por já ter atuado profissionalmente junto a elas.
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Contra infortúnios da natureza, eventos climáticos, em geral aventamos que pouco há a fazer. No entanto, diante do que se viu no último final de semana no Vale do Taquari, e diante da extensão dos estragos causados pelas águas, talvez a sociedade deva se dedicar com afinco a projetar as formas mais eficazes de reduzir o risco de tragédias. Até porque, a levar-se em conta previsões da meteorologia para anos vindouros, tais ameaças podem vir a ser muito mais constantes do que gostaríamos que fossem. E em todas as áreas.
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