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retrato da situação

Imagens de satélite mostram a dimensão da enchente do Rio Taquari

As fotografias e os vídeos que mostram a destruição causada pela cheia do Rio Taquari em municípios não muito distantes de Santa Cruz do Sul são chocantes. Casas inteiras levadas pela força das águas, lama por todo lado e famílias desfeitas são alguns dos incontáveis estragos causados por essa enchente, considerada uma das maiores do Rio Grande do Sul. Até a tarde desta quinta-feira, 7, 39 pessoas foram encontradas sem vida em decorrência da enxurrada.

Mas o que explica esse episódio devastador? E por que o Vale do Taquari sofre tanto enquanto no Vale do Rio Pardo, com a exceção de Venâncio Aires, pouca coisa aconteceu, apesar da chuvarada? O professor de Geografia do Campus de Garopaba do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), João Henrique Quoos, que já morou em Santa Cruz, analisou imagens de satélite, antes e depois do rio sair do leito, que mostram a dimensão da enchente nos municípios de Taquari e Lajeado. “Não deu para ter toda a área da enchente no Rio Grande do Sul, pois ainda haviam nuvens”, explicou.

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As imagens obtidas pelo professor são de monitoramento diário a partir da PlanetScope/Planet.com, feito pelo laboratório Meio Ambiente e Geomática (MAGe) do IFSC.

Segundo ele, o que explica a diferença no impacto que o fenômeno climático teve nas duas regiões é o tamanho das bacias. “Resumidamente: a bacia do Rio Taquari é muito maior que a do Rio Pardo”, disse. Além disso, estações meteorológicas apontam que a concentração de chuva foi maior naquela região.

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As bacias hidrográficas, detalha Quoos, são as áreas de captação e drenagem das chuvas, que, naturalmente, escorrem para as áreas mais baixas e são delimitadas por áreas mais elevadas na superfície. Conforme o professor de Geografia, Santa Cruz do Sul tem no seu relevo uma característica que a deixa localizada com boa parte do território na divisa entre duas grandes bacias hidrográficas. “Assim as chuvas no município escoam, principalmente, por duas diferentes bacias: a do Rio Pardo a Oeste, em áreas mais baixas; e a leste, em uma topografia um pouco mais elevada, pela do Rio Taquari-Antas”, ressaltou.

Há ainda uma pequena parte das chuvas que caem sobre Santa Cruz que escoam pela bacia do Baixo Jacuí. Portanto, João Henrique Quoos aponta que Santa Cruz não sentiu os mesmos efeitos das enchentes vividos pelos municípios do Vale do Taquari porque a maior parte da zona urbana do município está dentro da bacia do Rio Pardo ou fica em áreas mais elevadas.

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“Os municípios mais atingidos fazem parte da bacia do Rio Taquari-Antas, que é aproximadamente sete vezes maior do que a do Rio Pardo”, afirmou. Lá, a chuva que caiu sem parar na última segunda-feira, 4, ocasionou um maior acúmulo de água nos cursos d’água, que transbordaram.

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