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CÂMARA DE SANTA CRUZ

“Nunca se ajudou alguém em troca de apoio político”, diz Elo

Foto: Reprodução

Em interrogatório que durou quase três horas à comissão parlamentar que conduz o seu processo de cassação na Câmara de Santa Cruz do Sul, o vereador Elo Schneiders (PSD) voltou a negar as acusações do Ministério Público que levaram ao ajuizamento de duas ações judiciais contra ele. Schneiders afirmou que os ex-assessores que denunciaram que repassavam parcelas dos salários a ele foram induzidos por “pessoas de má fé” e garantiu que jamais utilizou recursos públicos para auxiliar moradores do interior em troca de apoio político.

Atualmente no sexto mandato de vereador, Schneiders retornou ao Legislativo no início de novembro depois de atuar por dois anos e nove meses como secretário de Agricultura. Durante a investigação, duas ex-assessoras da Câmara e um ex-subprefeito indicado por Schneiders afirmaram que havia um esquema de recolhimento de salários instalado em seu gabinete. Além disso, ele também responde por supostamente autorizar entregas de materiais e prestação de serviços de forma irregular para agricultores.

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No depoimento, porém, ele negou todas as irregularidades. Sem citar nomes,se disse “decepcionado” com as pessoas que o acusaram e afirmou que elas “foram convencidas de ir denunciar” após perderem o emprego. “Só lamento pessoas com essa índole, em vez de se preocuparem em se aperfeiçoar para prestar um bom serviço para a comunidade, são orientadas por pessoas de má fé para atingir quem permanentemente está à disposição da comunidade de Santa Cruz”, disse. Questionado por Alberto Heck (PT) sobre o valor que daria às acusações feitas (e depois desmentidas) pelo ex-vereador Paulo Lersch ao Ministério Público em agosto do ano passado, Schneiders respondeu: “Zero”.

Na maior parte do tempo, Schneiders respondeu a perguntas de Mathias Bertram (PTB) relacionadas às supostas irregularidades cometidas na Agricultura. Confrontado com as interceptações telefônicas que revelam diálogos sobre serviços e entregas a produtores rurais que não foram registradas na secretaria, Schneiders afirmou que em muitos casos bancou os atendimentos por conta própria, inclusive beneficiando pessoas que não eram seus eleitores, e que não fazia isso em troca de apoio político. O parlamentar também atribuiu às despesas que tinha com esses auxílios o fato de não ter acumulado muitos bens ao longo da vida. “Me orgulho e me sinto bem quando posso estender a mão a alguém”, falou.

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O depoimento de Schneiders encerrou a fase de instrução do processo de cassação. A defesa tem prazo até a próxima sexta-feira para apresentar as alegações finais. Depois, a comissão irá produzir um relatório pedindo ou não a cassação. A palavra final será dada pelo plenário da Câmara, o que deve ocorrer em junho. Se Schneiders for cassado, ele ficará inelegível.

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