Muitas pessoas atuam na música, mas não exatamente vivem da música. Pois foi a música que se tornou a atividade profissional do santa-cruzense Jaime Luís Adam, 54 anos, e em torno dela hoje organiza toda a sua rotina. Nascido em 10 de janeiro de 1969, vivenciou na infância e na adolescência a fantástica efervescência artística dos anos 70 e 80.

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Filho de Elíbio Carlos Adam, nascido no interior de Vera Cruz, já falecido, e de dona Olivia dos Santos Adam, hoje com 90 anos, e natural de Herveiras, é o mais novo de três irmãos (Milton está com 66, e Mauro, o do meio, com 61). Seu Elíbio e dona Olivia se estabeleceram em Santa Cruz. O pai costumava tocar gaita de boca (harmônica) em bandas, e foi por essa influência que Mauro se sentiu inclinado à música. Por extensão, passou o mesmo gosto também ao irmão mais novo.

Jaime fez os estudos primários no Petituba e o 1º e o 2º grau na escola Ernesto Alves. Nesse período, o irmão Mauro já havia ingressado em bandas marciais, firmando-se na do Colégio Mauá, no qual ele e Milton estudaram. Dessa experiência para bandas que animavam bailes de Carnaval, foi só um passo.

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Mauro tocou nas bandas Mercado Musical, de Venâncio Aires, e Divulga Som, de Candelária. Jaime passou a acompanhar essas apresentações. De curioso, tornou-se auxiliar na percussão. Já nos anos 90, ingressou na Gazeta do Sul, como diagramador, e ali teve colegas que se dedicavam à música, caso de Rodrigo Sperb, seu colega na diagramação, e de Luiz Fernando Helfer, o Lula Helfer. Com eles, formou a banda Emenda Miranda, uma saudosa iniciativa em favor do melhor rock.

Mais para o final da década de 1990, quando já havia saído da Gazeta, ele e Mauro fizeram apresentações durante o veraneio em Arambaré, ele responsável pela percussão, e com apoio no vocal. Mauro intuiu que nascia ali cantor diferenciado, e o duo se firmou, para shows em bares e restaurantes. O que era dupla virou banda, e surgiu o Grupo Adam, ao qual se agregaram, entre outros, Paulo Petry e Cleusa Fagundes. E Mauro, na verdade, é um multi-instrumentista, tocando guitarra, trumpete, teclado, sax, violão, piano…

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Na virada do século, a fama do Grupo Adam se projetou para muito além da região, e até para fora do Estado. Hoje, é formado (além, naturalmente, dos manos Adam) ainda por Lucas Kist (outro multi-instrumentista) e Anderson dos Santos (guitarra e violão). As apresentações em eventos de empresas, casamentos e festas diversas tornaram-se uma constante. Como Mauro também compõe, por volta de 2005 determinaram-se a gravar um CD autoral do Grupo Adam, que fez bastante sucesso, ajudando a divulgar o trabalho. As canções, algumas de autoria também de Paulinho Petry, eram de vários gêneros, numa seleta de ritmos do que a banda gostava de tocar.

A partir desse período, a vida de Jaime voltou-se toda à música. Se não estava tocando com a banda, dava suporte ao mano, em estúdio que este montou em sua residência (para trabalhos diversos, como gravações de jingles), ou prestava apoio a projetos culturais. Profissionalmente, fez da carreira artística a sua área exclusiva de atuação. Solteiro, convive intensamente com a família, em especial com Mauro, seu parceirão nas andanças musicais, e que tem três filhos.

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Na carreira, Jaime sentiu-se inclinado para a percussão, mas, curiosamente, por intuição de Mauro, foi como cantor, o vocalista da banda, que se tornou muito conhecido em toda a região. Diz possuir um gosto eclético, que sintetiza em um quesito: boa música. Cita Louis Armstrong, David Lee Roth, o Diamond Dave do Van Halen; e David Coverdale, do Whitesnake, como influências. E, claro, muitos brasileiros, entre eles Nelson Ned, Jessé, Tim Maia, Rita Lee, Elis Regina… Dos mais novos, menciona Adriana Farias, por seu fôlego em Galopeira. Este é Jaime Adam, um artista que tem na música uma paixão e sua profissão.

Cinco músicas referenciais para Jaime:

• Smile (Charles Chaplin)
• Lago Verde Azul (Helmo de Freitas)
• Tocando em Frente (A. Sater/R. Teixeira) 
• A New Day Yesterday (Jethro Tull)
• With a Little Help from My Friend (Beatles)

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