Os imigrantes alemães que chegaram ao Sul do Brasil a partir da colônia de São Leopoldo, em 1849, trouxeram inúmeras contribuições. Uma das áreas nas quais imprimiram sua marca é no estilo das construções. E foi ao estudo dessas características que se dedicou o professor e pesquisador Günter Weimer, 84 anos, a ponto de ter se tornado uma das maiores referências na área.
Nascido em Estrela, em 1939, é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da Ufrgs, em 1963. Entre 1964 e 1965 foi instrutor na Universidade de Brasília; especializou-se em desenho industrial na Hochschule für Gestaltung, de Ulm/Alemanha (1965-67), e foi bolsista no Laboratório de Engenharia Civil em Lisboa, em 1968.
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De volta ao Brasil, tornou-se docente na FA-Ufrgs, onde lecionou até se aposentar, em 1995. Seguiu até 2015 como professor colaborador no Curso de Pós-Graduação em Planejamento Urbano da FAU-Ufrgs. E depois da aposentadoria ainda lecionou na Unisinos e na FA-PUC-RS. Casado com uma geneticista baiana, tem dois filhos. Exerceu diversas atividades junto a órgãos governamentais e respondeu pela presidência do Departamento do Rio Grande do Sul do Instituto de Arquitetos do Brasil, de 1974 a 1976.
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Membro ativo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e do Instituto Histórico de São Leopoldo, é autor de dezenas de livros de leitura obrigatória para quem deseja se familiarizar com o tema. Nesta entrevista exclusiva para a Gazeta do Sul, reflete sobre seus trabalhos de pesquisa.
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Entrevista – Günter Weimer, arquiteto, professor e pesquisador
- Gazeta do Sul – Em que momento, e a partir de que circunstâncias, o senhor se sentiu inclinado para os estudos na área da arquitetura? Sou filho de um carpinteiro e isso, naturalmente, me levou a ter certas curiosidades ou simpatias sobre o trato da madeira e da arte de construir. Quando cheguei à puberdade, meu pai conseguiu um estágio para mim junto a um amigo dele que era arquiteto e que haveria de me ensinar a desenhar. Naturalmente, era o desenho técnico e, acompanhando como seu auxiliar, eu ia aprendendo os elementos básicos da profissão. Tais experiências serviram de encaminhamento para seguir essa trilha. Depois de alimentar muitas dúvidas sobre as possibilidades de aprendizado acadêmico, decidi fazer o vestibular para o curso de arquitetura. Duas razões me levaram a isso: a primeira foi o fato de já ter algumas noções da profissão e, muito especialmente, devido à larga propaganda que se fazia de Brasília, que era a bandeira do presidente de então, Juscelino Kubitschek. Na minha fantasia, eu alimentava a perspectiva de que, a partir desse empreendimento, haveriam de ser construídas muitas novas cidades na “marcha para o oeste” que o presidente estava promovendo.
- O que a arquitetura, especificamente, tem a ensinar sobre um povo, sobre uma etnia, ou sobre toda uma região? A arquitetura surgiu como uma necessidade de qualificar o abrigo no qual desenvolvemos nossas atividades. Como disse o poeta Ferreira Gullar, a arte existe porque a vida apenas não é suficiente. Tenho seguido uma linha divergente das concepções mais comuns que entendem que a arquitetura é específica das construções socialmente relevantes, quando se define a arte como uma forma superior às construções corriqueiras. Isso decorre do entendimento de que o prefixo arqui significaria “superior”. Segundo meus escassos conhecimentos de grego, originalmente, seu significado é de obra de um mestre, ou seja, de um profissional qualificado. Passei a me orientar no sentido de que essa arte deve ser entendida como uma construção de altas qualificações, independe de sua relevância social. Afinal de contas, será que uma simples habitação é menos importante que um palácio governamental? Para mim, a arquitetura deve ser entendida como uma obra qualificada independentemente de seu status social. Se etnia é entendida como as características de um determinado agrupamento social sob os pontos de vista da língua, da religião e das maneiras de agir, creio ser difícil estabelecer uma vinculação da arquitetura com a etnia a não ser por vias indiretas. É evidente que “as maneiras de agir” de um povo vão impor certas condições para sua arquitetura. Acontece que os diversos povos, no decorrer de sua evolução histórica, desenvolveram formas específicas de viver e de se organizar naquilo que chamamos de “cultura”, que tem sido definida como “complexo de atividades, instituições e padrões sociais ligados à criação desde objetos materiais até as artes, as ciências humanas e concepções filosóficas”. A arquitetura tem sido enquadrada dentro da cultura material e faz parte desse processo civilizatório que é mutável na exata medida das transformações sociais. Cada povo, portanto, desenvolveu soluções arquitetônicas próprias e que vão se modificando na exata medida em que evoluem os condicionamentos sociais. Isso também vale para as condições ambientais. Já na minha dissertação de mestrado, tentei mostrar que a arquitetura do imigrante alemão (estava olhando para meu próprio umbigo), que tinha uma multimilenar tradição, passou por um profundo processo adaptativo quando passou a ser realizada na mão dos carpinteiros alemães quando se assentaram aqui no sul do Brasil. E, numa atitude meio desaforada para os conceitos então em voga, até ousei dizer que a arquitetura de enxaimel teuta – das mesma forma como a alemã – era muito mais antiga que a de concreto armado, do que decorria o tamanho de sua importância. A arquitetura tem tido a função de orientar as melhores formas de atender às necessidades de abrigo requeridas por nossas atividades em seus mais variados aspectos. Ela nos mostra como têm sido atendidas essas necessidades, seja sob o ponto de vista da materialidade das construções, seja de suas qualidades artísticas ou simbólicas. Sabendo-se como esses problemas foram resolvidos no passado, tem-se as diretrizes de dar soluções mais favoráveis às construções do presente.
- O que é mais determinante para as soluções que as famílias de uma região adotam em sua arquitetura? O primeiro dos teóricos da arquitetura conhecido, que foi o arquiteto de Júlio Cesar, no primeiro milênio antes de Cristo, dizia que a arquitetura tinha de atender a três quesitos básicos: a durabilidade, a utilidade e a beleza (independentemente da ordem). Isso, no meu entender, continua plenamente válido. O mal foi que os arquitetos que vieram depois se esqueceram disso. Ao longo de sua história, um desses princípios acabou por receber mais valor que outro. Em passado não muito distante, durante o período chamado de ecletismo, deu-se valor extremado à estética e os arquitetos se limitavam a se ocupar com questões estilísticas. Nessas condições, o projeto da obra em si era elaborado por algum desenhista mais ou menos habilidoso. Depois de definida a organização dos espaços era chamado um “frentista” – como passaram a ser chamados os arquitetos – que dava uma “burilada” na fachada com a complementação de uma porção de adereços de formas tradicionais, de determinada orientação formal conhecida como “estilo”, apresentado numa esmerada aquarela. Com isso, a arquitetura perdeu sua característica básica de harmonia com sua durabilidade e, principalmente, com sua utilização. Como reação a isso, o modernismo acabou por exagerar pelo lado oposto, ou seja, julgou-se que a utilização deveria ser o carro-chefe da concepção da arquitetura.
- O senhor se dedicou, entre outros temas, a estudar a arquitetura adotada pelos imigrantes alemães no Rio Grande do Sul. Eles expressaram conceitos e modelos que trouxeram consigo? E também introduziram novidades? Como foi isso? Como já me referi antes, a arquitetura popular (para não me referir à arquitetura palaciana, religiosa ou militar, que era dita como grande arquitetura) apresentava características próprias para o clima frio europeu. Algumas de suas características eram a organização da construção em torno de um fogo aberto colocado no centro da construção, na forma de uma “central de aquecimento”. Isso contemplava a inclusão de todos os animais na mesma construção (para que não morressem de frio no inverno), a armazenagem de grandes quantidades de feno no sótão, com a dupla função de servir de alimento para aos animais durante o inverno e servir de isolamento térmico do frio da neve em cima da cobertura; a existência de uma oficina profissional onde eram exercidas atividades artesanais durante o longo inverno, quando as atividades da agricultura era inviáveis. Essas eram as principais. Claro está que essa forma de organização era inadequada em nosso clima subtropical. A primeira iniciativa a ser tomada era tirar os animais de dentro da casa. E isso foi feito de forma bem radical: em vez de construir uma só cobertura para as diferentes espécies, viu-se que era mais conveniente construir uma edificação específica para cada tipo de animal. Um dos grandes problemas das construções na Alemanha era a necessidade de manter o fogo aceso ao longo do período de friagem. Isso trazia o permanente perigo do incêndio de toda a construção. Por isso, era necessária a permanente vigilância do fogo aberto. Aqui, o clima ameno facilitava as coisas, mas, por tradição, o fogo era tido como um grande perigo. Em razão disso, separou-se a “casa” da “cozinha” sob alegação de que, se a cozinha pegava fogo, a casa ficava preservada. Muito rapidamente se percebeu que aqui a demanda de feno era muito menor do que na Europa. Em decorrência, os depósitos de feno perderam sua importância e acompanharam os animais em sua exclusão domiciliar. Novas espécies agrícolas, desconhecidas na Alemanha, receberam construções próprias, como a moenda de cana ou o paiol de milho. Essas diferenças poderiam ser ampliadas muito mais. O fundamental é que esses imigrantes foram capazes de processar transformações tão profundas em uma única geração sem abandonar outras, como as estruturas de enxaimel, dentre muitas outras que não tenho condições aqui de enumerar.
- Estes imigrantes, alemães, e também italianos e de outras origens, ajudaram a conformar um tipo específico de arquitetura? Não. Cada uma dessas correntes imigratórias desenvolveu seus próprios tipos de arquitetura. Não podemos esquecer que os alemães não vieram para um deserto demográfico. Como exemplo pode ser citada a moenda de cana, que passou por um longo período de adaptações por parte dos nativos. Em relação aos italianos, é importante assinalar que sua vinda passou a ocorrer meio século após o início da colonização alemã, em razão do que tiveram a oportunidade de aprender muita coisa com eles. Isso evidentemente não quer dizer que tivessem aberto mão de sua própria cultura. Eles provinham de uma região onde as madeiras eram escassas e tinham longa tradição de edificações em pedra. Inicialmente procuravam manter essa tradição, mas a abundância de pinheiros, madeira que se adapta muito bem ao beneficiamento, evidenciou que a construção com tábuas era muito mais adequada que as pesadas construções em pedra. Levaram um pouco mais de tempo para optar por estruturas mais leves e uma boa solução foi construir um porão de pedra semissubterrâneo, onde abrigavam suas cantinas, e a moradia num piso superior construído com madeiras beneficiadas constituía uma solução excelente.
- Em que medida o Rio Grande do Sul se difere das soluções de arquitetura adotados em outras regiões do Brasil? Não há um só Brasil: há muitos. Veja bem: a administração do Brasil está nas mãos de uma elite que se perpetua no poder há longos tempos e dele não abre mão (só mudam os nomes, os sobrenomes continuam os mesmos). Essa é a razão primeira pela qual podemos encontrar uma certa unidade na arquitetura erudita. Mas a população é extremamente diversificada. Essa é uma boa razão para explicar a grande variedade de sua arquitetura popular. Desde os tempos de minha formatura, acontecida em 1963, venho me dedicando ao estudo de suas manifestações populares e até hoje continuo a ser surpreendido por sua diversidade. Há pouco, tive a grata satisfação de receber um volume sobre a arquitetura dos ucranianos do Paraná, cuja existência ignorava até aquele momento. A diversidade é tão grande que há muitas facetas que ainda carecem de ser exploradas.
- O senhor também estudou a arquitetura indígena. A que conclusões chegou? Depois de ter trabalhado a questão da arquitetura teuto-brasileira e percebido a vastidão de possibilidades que o campo da arquitetura popular oferecia e o quão pouco ele havia sido explorado, comecei a reunir dados e passei a viajar pelo Brasil para fazer uma documentação de suas realizações. Quando a aposentadoria me aliviou das solicitações diárias, passei a analisar o tema intensivamente, tomando como partida a arquitetura trazida pelos escravizados. Constatei que essa arquitetura havia se tornado hegemônica no período colonial. Desse trabalho surgiram as “Inter-relações Afro-brasileiras na Arquitetura”. Depois me dediquei ao estudo da contribuição dos indígenas. Comecei com sua diferenciação a partir dos 80 mil anos antes do presente, sua longa adaptação ao clima siberiano, a transposição do estreito de Bering até suas adaptações às regiões árticas da América do Norte e suas migrações até o extremo sul do continente. Sua evolução, independente dos demais agrupamentos humanos, por 80 milênios condicionou uma evolução completamente diferente daquela atribuída ao processo cultural europeu, que tem sido apresentado como o único que deu certo, apesar de suas características autodestrutivas e de sua desmedida violência. Esses estudos foram publicados em “A arquitetura indígena: sua evolução desde suas origens asiáticas”. Só então me considerei maduro para estudar as contribuições das influências da arquitetura popular ibérica ao contexto da nação: era necessário primeiro saber o que não era português para entender quais eram as reais contribuições dos lusos desvalidos. Nisso estou trabalhando atualmente.
- O que o senhor vislumbra hoje em termos de soluções na arquitetura urbana lhe agrada? Para que haja um desenvolvimento urbano aceitável, é fundamental fazer um planejamento que analise a dinâmica da evolução das cidades para estabelecer metas a médio e longo prazo. Isso é absolutamente elementar e perceptível a qualquer um que esteja premiado com um mínimo de inteligência. Acontece, porém, que qualquer tentativa de planejamento cai nas mãos de políticos interessados em assegurar sua reeleição e que pouco estão interessados em temas prospectivos. Acompanho de perto os árduos esforços dos urbanistas brasileiros em estabelecer alguns princípios elementares de planejamento urbano que invariavelmente resultaram em fracasso, posto que os interesses financeiros dos grandes investidores imobiliários conseguem aprovar regras cada vez mais esdrúxulas de adensamento progressivo dos centros urbanos, sem atender minimamente às condições de uma vida social aceitável. Os lucros dos grandes empreendimentos ficam com as empresas e os gastos com a revisão das redes de abastecimento e de esgoto ficam por conta das prefeituras, ou seja, dos contribuintes. Numa perspectiva histórica, primeiro foram promovidas iniciativas destinadas a incentivar a ampliação do mercado imobiliário através de migrações do campo para a cidade. Disso resultou um crescimento absurdo dos centros urbanos em detrimento do hinterland. Que esse projeto iria conduzir ao desastre era evidente desde o princípio. Hoje vivemos uma situação insustentável de violência urbana que faz com que os mais bem aquinhoados abandonem as grandes cidades a favor de centros de médio porte, enquanto os desvalidos – por falta de opção – continuam a migrar para os grandes centros, aumentando ainda mais a violência já estabelecida. É claro que no meio desta confusão toda surgem iniciativas que não deixam esse processo se esvair completamente. Atualmente, após mais de quatro décadas de debates, chegou-se à conclusão de que investir em redes de esgoto e abastecimento de água é um bom negócio financeiro ao ponto de se aprovar medidas governamentais em sua implementação desde que, obviamente, as iniciativas sejam viabilizadas através de orçamentos secretos; em caso contrário, sua fiscalização inviabilizaria os procedimentos ditos “ilibados” dos senhores congressistas e empresários. Ou seja: de corrupção em corrupção, também podem acontecer alguns melhoramentos.
- Em que medida a arquitetura e o entorno, a natureza, devem conviver e se harmonizar? Durante os 500 anos de existência da assim chamada civilização, os únicos brasileiros capazes de gerir uma administração saudável do meio ambiente têm sido os indígenas. Os demais concidadãos são especializados em destruir a natureza com o objetivo de acumular capitais. Minha carreira universitária esteve centrada no ensino da história da arquitetura brasileira. Quando vejo meus ex-alunos atuando no mercado imobiliário, fico frustrado ao perceber que esse ensino não serviu para coisa alguma. Vivemos a ditadura do capital e, em qualquer confrontação, o capital vence sempre. A única possibilidade de haver algum ganho é se unir ao capital e se sujeitar a suas condições. A preservação de qualquer obra arquitetônica só acontece se sua existência continua a ser útil ao capital. Há muitas décadas os cientistas têm alertado sobre a necessidade da preservação ambiental, mas, lamentavelmente, muito pouco tem sido feito sobre a reversão do processo. Iniciativas no sentido de conseguirem-se resultados positivos só acontecerão se a situação se tornar extremamente crítica.
- Quais têm sido suas curiosidades ou investigações mais recentes? Algum trabalho por ser publicado? Estou trabalhando na contribuição das massas pobres dos lusitanos para a nossa arquitetura, como foi apresentado anteriormente e, em paralelo, estou empenhado em analisar o papel dos imigrantes alemães e seus descendentes na formação de Porto Alegre. Tenho alguns livros prontos à espera de uma oportunidade de publicação. Já tentei comercializar livros por mim financiados, mas não me saí bem porque a conciliação de pesquisador e comerciante é muito difícil. Por isso, optei pela pesquisa.
- Na sociedade atual, há plena consciência pública do que a arquitetura significa e requer? A arquitetura era atraente aos tempos em que o Juscelino promovia Brasília. Depois disso, a arquitetura erudita tem se afirmado em mãos de pessoas bem afortunadas e generosas e, no plano popular, artífices experimentados vêm segurando a vela. Os arquitetos formados fazem um esforço muito grande para promover sua arte, mas tem sido uma luta inglória. Atualmente, o nível tem se tornado tão baixo que até mesmo a luta por ensino presencial nas faculdades de arquitetura às vezes parece estar sendo perdida. Não é a qualidade do ensino que importa, são os seus lucros. Contudo, talvez aconteça uma reversão nesse sentido e as universidades públicas voltem a ser valorizadas.
- A sociedade tem gerido devidamente, ou a contento, seu legado em arquitetura, em âmbito de Estado? Sempre existem alguns arquitetos que lograram alguns resultados de notória qualidade, mas, de forma geral, seria de esperar que houvesse uma demanda maior e mais diversificada. Com o boicote às instituições universitárias promovidas ultimamente e à cultura em geral, os arquitetos se constituem numa massa de sobreviventes. Sob o ponto de vista de minhas contribuições pessoais, eu estava muito pessimista até alguns tempos atrás, mas venho percebendo que surgem progressivamente pessoas interessadas nesses conteúdos. O importante na vida é produzir conhecimentos; quando eles serão valorizados e incorporados no conhecimento da sociedade é uma questão que transcende à individualidade do pesquisador.
- Com que áreas do conhecimento o diálogo da arquitetura é mais importante e está mais avançado? Quando a décima parte da população brasileira passa fome, um quinto sofre de carência alimentar e dois terços da população lutam por manter o seu emprego, 5% dos grandes vencedores que têm conseguido aumentar substancialmente seus capitais na pandemia têm efetivas condições de promover a arquitetura em sua versão erudita. No plano popular, artesãos anônimos continuam a sustentar os bons procedimentos. Chegará um tempo em que essas contribuições serão devidamente valorizadas, como já acontece nos países que estão em fase de superação do capitalismo selvagem, que ainda está grassando em nossa América Latina.
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