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DIRETO DA REDAÇÃO

Um legado que devemos honrar

A Gazeta do Sul prossegue em seu esforço de elaboração de conteúdos especiais alusivos ao bicentenário da colonização alemã, a ser comemorado em 2024. Na série Rumo aos 200 anos da Imigração Alemã, iniciada no final de semana da véspera do Dia do Colono e do Motorista, em julho, o jornalista Iuri Fardin e o fotógrafo Alencar da Rosa, que viajaram a São Leopoldo na companhia do professor Jorge Luiz da Cunha, compartilham nesta edição mais uma reportagem sobre o ambiente em que se fixaram os pioneiros, em 1824. Nas páginas 20 e 21, trazem as contribuições de uma autoridade sobre o tema em âmbito de Brasil, o professor Arthur Blásio Rambo.

Da altura de seus 93 anos, o professor Rambo aponta aspectos que, se dizem respeito à região do Vale do Rio dos Sinos, se ajustam também ao Vale do Rio Pardo. Afirma o mestre que, naquele momento histórico do início do século 19, os que partiam da Europa em busca de novo lugar para se fixar o faziam porque, simplesmente, sua terra de origem já não lhes oferecia a mínima condição para serem felizes. Foi esse o motivo para que deixassem tudo para trás (família, emprego, moradia) e se determinassem a enfrentar o que viesse, mesmo que em um ambiente estranho.

Assim, tanto no Vale do Sinos quanto nos demais vales para onde os imigrantes alemães se deslocavam, havia muita coisa a ser feita, a ser providenciada. Empenharam-se nessa tarefa (e o mesmo fizeram os demais povos: africanos, italianos, poloneses, espanhóis, ucranianos, judeus, portugueses, açorianos, ingleses, árabes, asiáticos etc.) porque, à medida que o tempo passava, de repente se sentiram realizados, constituíram família, e foram felizes. São as realizações daqueles pioneiros e de seus descendentes que chegaram às mãos das gerações de hoje, e que têm o compromisso moral e ético de honrar essa herança, de cuidar bem dela.

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Uma dessas heranças, aponta o professor Rambo, é a ligação intensa, afetiva, afetuosa com as árvores, com as florestas. Delas, das florestas, veio a matéria-prima para quase tudo o que os imigrantes precisavam empreender no momento inicial de sua fixação: a madeira, para as construções e para elaborar os móveis; a lenha, para se aquecer, proteger-se contra animais ferozes e para acender o fogo com o qual cozinhariam alimentos. A floresta, a mata, a árvore são fonte primeira, primordial, e indispensável, de tudo aquilo que permite a um ser humano chamar um local de: lar. E em um lar, um ambiente digno desse nome, ele será feliz.

Que saibamos, cada um de nós, olhar em nosso entorno e perceber que só teremos um lar, que só seremos plenamente felizes, que só haverá qualidade de vida se houver árvores. Se não houver, partiremos. Alguns, ao menos, partirão, em busca de ambiente melhor, como já fizeram imigrantes há quase 200 anos. Boa leitura, e bom final de semana!

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