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DEPOIMENTO

Paulo Lersch diz que não tem provas contra vereadores

Em depoimento prestado de dentro do Presídio Regional na tarde desta quarta-feira, 13, o ex-vereador de Santa Cruz Paulo Lersch afirmou que não possui provas contra outros parlamentares. Lersch, que está preso preventivamente há mais de 11 meses, havia acusado ex-colegas de Câmara de manterem esquemas de captação de salários de assessores em seus gabinetes.

A acusação havia sido feita ao Ministério Público em agosto do ano passado. Nesta quarta-feira, Lersch depôs como testemunha às comissões parlamentares que conduzem os processos de cassação dos vereadores Elo Schneiders (PSD) e Alceu Crestani (PSD) na Câmara. O depoimento foi realizado por videoconferência. Foi a primeira manifestação pública de Lersch desde a sua prisão, que completará 1 ano no próximo dia 5. Em fevereiro, ele foi condenado em primeira instância a mais de nove anos.

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Os dois depoimentos foram concedidos em sequência. Em ambos, Lersch confirmou ter feito acusações contra vereadores no MP, mas admitiu que não possui “prova concreta” contra ninguém. “Eu ouvia nos corredores da Casa que seria uma prática comum dos colegas. Mas nada de prova concreta contra o colega A, B ou C. Ouvia-se no geral”, disse.

Além de Crestani e Schneiders, quase todos os vereadores foram citados por Lersch nas acusações feitas ao MP. Questionado novamente sobre se possuía alguma evidência, Lersch reiterou: “Vou ser repetitivo: nada de provas concretas. O que se comentava é que era uma prática comum”, alegou. O ex-vereador disse ainda que resolveu repassar informações ao MP porque queria “auxiliar” e negou qualquer intenção de prejudicar ex-colegas.

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Visivelmente abatido, Lersch chegou a chorar em dois momentos quando foi questionado pelos advogados de defesa se, ao delatar colegas ao MP, esperava obter a liberdade. “Não é pela pergunta, é por estar vendo vocês”, disse Lersch, com dificuldade de falar. Depois, confirmou: “Criei a expectativa, sim, de ser beneficiado”, disse.

Lersch também relatou sobre a dificuldade de viver dentro do presídio. “Duvido que algum juiz ou advogado tenha noção do que é ficar 24 horas dentro de uma cela”, falou, muito emocionado. Em outro momento, alegou que está sob a proteção de Deus. “Estou há 11 meses dentro de um presídio, fui acusado e condenado pelas leis dos homens da Terra. Estou aqui agarrado às leis divinas”, falou.

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