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Rock Grande do Sul

Livro reúne 100 grandes álbuns do rock gaúcho; lançamento é neste sábado

Foto: Edward Eyer/Pexels

Que o rock gaúcho é de primeira qualidade e que se projeta em todo o País e no exterior, disso nenhum apreciador da melhor música teria dúvida. Talvez faltasse abordagem cultural de envergadura que deixasse isso definitivamente fixado. Essa iniciativa acaba de ser concretizada, com o lançamento do livro 100 grandes álbuns do rock gaúcho: influências e vertentes, com 308 páginas, formato 25x30cm, miolo totalmente colorido, em papel cuchê 115g e capa dura, uma (desde já) obra-prima, sob o selo da Nova Carne Livros. E essa obra terá lançamento neste sábado, 29, em Santa Cruz do Sul.

Quem estará na cidade, para apresentar o livro e participar de sessão de autógrafos, é o artista gráfico, fotógrafo e diretor de arte Rafael Cony. Ele e o jornalista Cristiano Bastos assinam a obra, como organizadores, tendo reunido amplo time de colaboradores. Acreditando firmemente nesse propósito, colocaram em prática um arrojado projeto.

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Cony vai estar a partir das 19h30 no Velasco Craft Bar, na Rua Borges de Medeiros, 394, para conversar com os presentes sobre essa obra. A ação tem apoio na divulgação do programa Voo Livre, veiculado às sextas-feiras, das 22 horas à meia-noite, na Rádio Gazeta FM 99,7.

Ambos (Bastos e Cony) apoiaram-se em sua vivência no ambiente da música gaúcha para idealizar o volume. Cony comenta que as primeiras palavras escritas para o livro deram-se em despojada postagem no Facebook, em plena pandemia, em maio de 2020. “Fomos inoculados por uma infecciosa epifania: a concepção de uma obra que conjugaria num só volume, de forma aprofundada, séria e na medida do possível precisa, jornalismo e artes gráficas enfocando a produção discográfica de rock feita no Rio Grande do Sul”, descreve.

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E explica que num primeiro momento ele e Cristiano cogitaram de eles próprios realizarem a escolha dos títulos. Mas reconheceram que isso incorreria em seleção fundamentada sobretudo em critérios pessoais. A fim de assegurar mais equidade, convidaram um grupo constituído por uma centena de curadores, os quais participaram de grande pleito, cujo resultado consagrou os “100 grandes álbuns” que dão nome ao livro. E, para de imediato evitar polêmica, optaram por usar “grandes” em lugar de “melhores”.

Serviço

  • O quê: lançamento do livro 100 grandes álbuns do rock gaúcho, de Cristiano Bastos e Rafael Cony; Cony estará presente para conceder autógrafos
  • Quando: neste sábado, a partir das 19h30, durante o Night Rock
  • Onde: no Velasco Craft Bar, na Rua Borges de Medeiros, 394, no centro de Santa Cruz do Sul
  • Para adquirir: haverá exemplares à venda no local, ao valor de R$ 330,00
  • Apoio: Voo Livre | Rádio Gazeta FM 99,7

Pelos meandros da produção fonográfica

Em relação à seleção dos álbuns que constam no livro, os autores salientam já na introdução que, embora os títulos resenhados tenham obtido número de votos, para eles importou apenas o coeficiente que os possibilitou figurar na lista. “Temos plena consciência de que, não importando se grandes ou melhores, há muito mais do que uma centena de álbuns que poderiam ser destacados nas páginas dessa publicação“, frisam.

Quanto aos resultados, cuja divulgação, segundo eles, gerou acaloradas discussões durante o carnaval de 2021, em nenhum momento questionaram as escolhas do corpo de curadores. “Uma vez sacramentada a lista, concentramos nosso trabalho, que compreendeu, além de encontrar fontes bibliográficas confiáveis, na apuração de detalhadas informações sobre os álbuns junto aos autores.“

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Em relação aos procedimentos do pleito, e a fim de auxiliar nas escolhas, disponibilizaram aos curadores um panorama do universo discográfico da música jovem no Estado. Antes de enviarem as “cédulas” de votação, empreenderam ampla pesquisa para recolher, em todas as épocas, a maior quantidade possível de títulos lançados por bandas e artistas gaúchos. O levantamento resultou num apanhado de cerca de 800 álbuns, os quais (e o reiteraram à curadoria) serviram apenas ao intuito de lhes “refrescar a memória”. “Em outras palavras, as escolhas dos mesmos, se assim desejassem, poderiam basear-se tanto nos discos por nós elencados quanto naqueles que porventura não estivessem entre o montante inventariado pelos idealizadores“, salientam.

A partir desse momento, houve a gradativa seleção que, ao final, apontou os 100 grandes álbuns do rock no Estado. A obra, entretanto, traz ampla série de artigos especiais que contextualizam influências e vertentes do rock gaúcho, na capital e no interior. Inicialmente previsto para ser lançado em novembro de 2021, o livro chega ao mercado somente agora. “Nessa exploração guiada pelos meandros da produção fonográfica do Rio Grande do Sul, aproveitamos para agradecer a todos que de uma forma ou outra ajudaram a tornar isso possível. Curtam a leitura tanto quanto nós curtimos o desafio e, sobretudo, a aventura que foi escrever esse livro“, concluem.

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Um panorama do rock gaúcho

Foi a parceria entre dois apaixonados pelo rock gaúcho, e com larga vivência na cena artística e cultural, que viabilizou a concretização do livro 100 grandes álbuns do rock gaúcho, já disponível no mercado, em formato impresso. O projeto foi liderado pelo jornalista Cristiano Bastos, tarimbado biógrafo de expoentes como Julio Reny, detalhado na obra Julio Reny – Histórias de amor e morte, Prêmio Açorianos de Literatura de 2015, e pelo artista gráfico e diretor de arte Rafael Cony.

E é Cony quem, tendo vínculo regular com Santa Cruz do Sul, estará na cidade neste sábado para conceder autógrafos, em atividade no Velasco Craft Bar. Aos 48 anos, Luiz Rafael Grünewald Cony, ou simplesmente Rafael Cony, é porto-alegrense. Músico, produtor e colecionador de discos, como “criativo” elaborou capas de álbuns para bandas como Garotos da Rua, Lápide e Emerson Dent. Trabalhou ainda na produção de shows de Bebeto Alves e do primeiro vocalista do Iron Maiden, Paul Dianno, entre outros. Foi essa experiência que agregou ao projeto de uma arrojada edição para selecionar os grandes discos do rock gaúcho.

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Cristiano Bastos, por sua vez, trouxe ainda na bagagem a elaboração das biografias Júpiter Maçã – A efervescente vida e obra e Nelson Gonçalves – O rei da boemia. Também é um dos autores da obra Gauleses irredutíveis: causos e atitudes do rock gaúcho. Em 2019, publicou o livro de jornalismo Nova carne para moer. Atuou em revistas de circulação nacional, como Aplauso, Bizz e ESPN e integrou equipes de jornais como O Estado de S. Paulo e Jornal de Brasília. Atualmente, faz reportagens especiais para o Jornal do Comércio, de Porto Alegre. No currículo de vivência musical, foi repórter especial da revista Rolling Stone Brasil por mais de uma década, e dirigiu e produziu em audiovisual.

Na véspera de sua vinda a Santa Cruz para o lançamento do livro, neste sábado, Rafael Cony concedeu entrevista à Gazeta do Sul, que pode ser conferida à direita. Nela, enfatiza que a música sempre esteve presente em sua vida, e pôde apreciar os mais variados gêneros, interagindo desde cedo com artistas da cena cultural de Porto Alegre. Na condição de músico, há mais de duas décadas participa da banda Só Creedence, da capital gaúcha.

ENTREVISTA

Rafael Cony – Designer, diretor de arte, músico, produtor e fotógrafo

  • Magazine – Como surgiu a ideia de elaborar esse livro e como foi conduzida a produção e a viabilização?
    • A ideia para escrever o livro 100 grandes álbuns do rock gaúcho surgiu num domingo chuvoso, 10 de abril de 2020. Estávamos no início da pandemia de coronavírus, ainda tentando entender o que estava acontecendo, e o Cristiano Bastos fez uma publicação em rede social perguntando o que os amigos dele achavam da ideia de um livro sobre discos do rock gaúcho. Como éramos “conhecidos de Facebook” e eu conhecia e admirava o trabalho dele pelo livro Gauleses irredutíveis e as biografias do Júpiter Maçã e do Julio Reny, mandei uma mensagem inbox dizendo algo como “tu é o cara pra escrever sobre e eu sou o cara pra desenhar esse livro”, já que, com minha experiência enquanto músico, radialista e colecionador de discos, além de amigo de muitas das figuras que aparecem no livro, seria também uma boa fonte de informação para o conteúdo. Ali começamos a esboçar a ideia. Propus fazermos um projeto de lei de incentivo, mas o Cristiano não arredou o pé para fazermos um livro independente. Concordei, arregaçamos as mangas e começamos a trabalhar. O livro em si foi um processo vivo, mutante, que até o final recebeu alterações, mudanças e evoluções.
  • Que critérios vocês entenderam como mais determinantes para essa seleção?
    • Como os discos foram escolhidos por cem pessoas, esses critérios com certeza foram bastante subjetivos, misturando relevância histórica, comercial, afetiva. E isso, tenho certeza, foi o que deixou essa obra com um colorido e um sabor únicos.
  • Qual o teu envolvimento pessoal com a música? És músico, certo?
    • A música sempre esteve presente na minha vida. Meus pais sempre ouviram música. De samba e bossa-nova a tango, erudito e rock’n’roll. Um pouco a ver, inclusive, com essa mistura de gêneros, influências e vertentes que subintitula o livro. Uma ideia que pintou num papo com o Vitor Ramil. Adolescente, vivenciei o início de bandas como Cascavelletes, TNT, Garotos da Rua, Taranatiriça, Replicantes e muitas outras das quais assisti a shows naquela época. Meu pai tinha um bar, um boteco próximo ao Bairro Bom Fim, que foi o epicentro cultural da cidade nos anos 80, quase uma década depois de o Bairro da Vila do IAPI nos brindar com o Liverpool e sua transmutação para o Bixo da Seda. Pelo bar, eu via passar aquela “fauna ensandecida a caminho da Osvaldo Aranha”. Ídolos daquela época que hoje se tornaram queridos amigos. Sou músico também e há 21 anos toco e produzo na banda Só Creedence, que presta um tributo ao Creedence Clearwater Revival. Já produzi dezenas de shows. 
  • Desse conjunto, qual seria o teu álbum número 1? Ou, para facilitar, qual seria o top five?
    • Meu “top one” é o Estação Elétrica, do Bixo da Seda, lançado em 1976. Difícil escolher apenas cinco. Vou num por década: anos 60, Os Brasas, nosso “exemplar” da Jovem Guarda; como já citei o Bixo da Seda nos anos 70, fico com o “Guitarreiro” Luis Vagner; anos 80, Garotos da Rua; anos 90, o Estação de Pedro da Bandaliera; anos 2000, o groove instrumental da Pata de Elefante, e nos anos 2010 o Tempo Feiticeiro do Fughetti Luz, que foi um dos caras que começou essa história que decidimos contar do nosso jeito, e que nos deixou enquanto finalizávamos o livro. Fazer a página que homenageia o Fughetti foi algo muito intenso.
  • Costuma-se dizer que cada seleção dessas envolve alguma polêmica pelos inúmeros discos que acabam por ficar de fora. Estão preocupados com polêmica?
    • As polêmicas e tretas são sempre bem-vindas. Eu me preocuparia se não houvessem tretas, pois aí me parece que alguma coisa está errada e não estou no caminho certo.
  • Algum outro projeto na área cultural, artística ou da música nos planos?
    • Depois de três anos intensos de trabalho, assim que terminar de divulgar o livro, a ideia é retomar a dedicação ao espetáculo da Só Creedence que idealizei para teatros, no qual contamos a história do Creedence interagindo com o público e tocando as canções em cronologia, ilustradas por projeções num telão no fundo do palco. Também tenho planejado um livro de fotografias e a retomada do meu programa diário de rádio.

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