Réu confesso no processo que apura o assassinato de Rodrigo da Silveira, Sailon Giovan Corrêa Rodrigues, de 24 anos, vulgo Bebê, aguarda preso o andamento do caso, que segue a passos lentos no Poder Judiciário. Digo, como a vítima de 30 anos era conhecida, foi morto com 50 tiros há mais de três anos, na madrugada de 4 de junho de 2020, na cidade de Balneário Gaivota, Santa Catarina.
Jorcelito Renê Rodrigues, de 39 anos, conhecido no submundo do crime pelo apelido de Gordo Jô; e Jonatham Carpes de Moraes, 28 anos, o Doda, vão responder em júri popular pelo assassinato de Digo. O corpo do morador de Vera Cruz foi encontrado em estado avançado de decomposição por trabalhadores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que faziam roçadas às margens da BR-101 em 19 de junho, próximo ao viaduto que dá acesso a Passo de Torres.
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Responsável pela defesa de Bebê, o advogado criminalista José Roni Quilião de Assumpção detalhou à Gazeta do Sul o andamento do processo. Segundo ele, seu cliente não nega e confessa ter efetuado os disparos em Rodrigo. Contudo, estava sob pressão. “Ele agiu sob violenta emoção. A vítima deste caso matou o pai de criação dele, com quem ele trabalhava desde os 12 anos em uma revenda de carros. Ele ficou bastante traumatizado”, disse o advogado.
Quilião se refere ao homicídio de Silvio Vieira, conhecido como Bego, de 37 anos, no dia 23 de maio de 2020. Conforme as investigações, divididas entre a Polícia Civil de Vera Cruz e da cidade catarinense de Santa Rosa do Sul, o homem, que era considerado pai de criação de Bebê, foi assassinado a tiros e facadas e teve o corpo queimado. O seu cadáver foi encontrado carbonizado dentro de um Palio Weekend em Rebentona, a 100 metros da divisa entre Vera Cruz e Candelária.
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Bego era cunhado de Gordo Jô e pai de criação de Bebê. Os réus no processo que tramita em Santa Catarina teriam arquitetado e executado um plano de vingança contra Digo, pois ele era o principal suspeito de ter assassinado Bego. Esse homicídio teve relação com a disputa por um ponto de venda de drogas que funcionava no bar de Rodrigo da Silveira, na Travessa Becker, interior de Vera Cruz.
Na mesma noite da morte dele, o bar de Rodrigo foi incendiado em represália ao assassinato. Com medo, ele fugiu para Novo Hamburgo e seguiu para Torres, ainda no Rio Grande do Sul. Mais tarde foi para o litoral catarinense, em Passo de Torres, vindo a fixar residência em Balneário Gaivota. O grupo investigado teria ido até lá, sequestrado Rodrigo de casa e o executado a tiros.
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Justiça nega revogação da prisão preventiva dos acusados
Um dos principais advogados criminalistas da região, José Roni Quilião de Assumpção acompanha o caso desde o dia da operação da Polícia Civil de Vera Cruz, em 25 de novembro de 2020, quando Bebê, Jô e outros indiciados foram presos. Segundo o defensor de 62 anos, que largou a carreira na Polícia Civil em 1995 para advogar, o júri de seu cliente e dos outros dois estava marcado inicialmente para a última quarta-feira.
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No entanto, o Poder Judiciário atendeu a um pedido de desaforamento do Ministério Público (MP), que interpôs recurso. A alegação era de que não havia segurança suficiente em virtude de uma suposta ligação de Gordo Jô com o crime organizado. Isso poderia causar intranquilidade no Fórum da Comarca de Santa Rosa do Sul, em Santa Catarina, cidade com cerca de 8,5 mil habitantes. O fato foi analisado e aceito pelos desembargadores da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
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Assim, o julgamento ocorrerá na Comarca de Criciúma, em data ainda a ser marcada. Em razão dessa modificação, Quilião e o advogado de Jô, Luiz Pedro Swarovsky, pediram a revogação da prisão preventiva dos seus clientes, em virtude do excesso de prazo para o julgamento, ainda sem data definida. Segundo o advogado de Bebê, até medidas cautelares foram sugeridas, como tornozeleira eletrônica.
Entretanto, o MP, por meio da promotora Jéssica de Souza Rangel Fernandes, manifestou-se contrário ao pedido de revogação da preventiva. O juiz substituto Guilherme Costa Cesconetto, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Criciúma, atendeu à manifestação do MP e negou a revogação das prisões. O advogado dativo Leandro Pereira Gonçalves faz a defesa do outro réu, Jonatham Carpes de Moraes. Este está em liberdade, enquanto Jô e Bebê permanecem detidos no Presídio Regional de Criciúma.
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