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JOSÉ ALBERTO WENZEL

801 metros

Wenzel e Vera no Rio São Francisco; ao fundo, a ponte que liga Petrolina a Juazeiro

Entre as cidades de Petrolina e Juazeiro, uma ponte se atreve a cruzar o Rio São Francisco. Ali, o rio se faz gentil. Estreita-se para unir duas comunidades representativas de um país quase desconhecido da maioria dos brasileiros. Um país que se revela nas imensidões e nas particularidades próprias de cada recanto. Petrolina esparrama-se à margem esquerda do rio de franciscanas águas. Sua coirmã, berço de Ivete Sangalo, flui do outro lado do curso d’água. Juntas, congregam 570 mil pessoas. Habitantes que têm o privilégio de se refletir nas águas que vêm de longe e seguem bem adiante.

As duas cidades irmãs convidam. Têm muito a oferecer: as plantações de 84 espécies de frutas, como uvas, melões, mangas e cajus; as instituições universitárias; o sistema de saúde; as bibliotecas; o comércio pujante; os folguedos de São João; a receptividade aos visitantes e os banhos no rio. “As videiras da região produzem duas safras de uva por ano”, se orgulha a guia Lidiane, junto às videiras verticalizadas.

Se a oportunidade se ofertar, tome um barco e desembarque na Ilha da Fantasia ou na do Amor. Aporte na areia. Aspire a brisa que move as ondas que trocam biodiversidades com as margens. Caminhe um pouco, afague as raízes das plantas ribeirinhas. Marque o tempo para não perder a volta ao barco. Antes, tome um banho. Não se afaste muito da margem, mas deixe as águas o envolverem num abraço líquido. O mundo das águas lhe contará segredos que só um rio São Francisco pode revelar. Se o apito de chamada do barco ecoar, insista uma última vez. Mergulhe por inteiro. Saia devagar.

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No barco, espraie o olhar sobre a ilha.

De volta, no hotel ou na pousada ou, ainda, na casa de quem o tenha acolhido, não seque logo as vestimentas de banho. Elas ainda guardam, entre os fios, a umidade das águas. Mas, mesmo quando as roupas estiverem secas, não se abale. Seu corpo nunca mais será o mesmo. Quem se banha nas águas que percorrem distâncias continentais jamais delas se perderá.

Há Petrolinas e Juazeiros em muitos lugares. Depois de conhecer as originárias, todas terão um pouco delas. Mesmo que não consiga chegar às coirmãs, saiba que elas existem porque irrigam-se de águas misteriosas. Águas que se estendem por distâncias muito maiores que os 801 metros da ponte que une as duas cidades.

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Obrigado, leitores!

Há mais de trinta anos, o Romeu Neumann nos oportunizou a primeira coluna. Seguiram-se artigos e matérias diversas. Há dois anos, o Romar Beling nos convidou para compartilhar uma coluna bissemanal. Nossos maiores agradecimentos aos leitores e à Gazeta.

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