A aposentada Melanie Cecilie Schuster, de 89 anos, passará o primeiro Dia das Mães sem a presença de filhos, noras, genros e netos. A grande família – formada por cinco filhos, parte deles em Porto Alegre – contará com carinho a distância. Dona Melanie mora no Solar Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, e por conta dos decretos de calamidade pública não pode receber ninguém. Do quarto dela, fala com os filhos pela sacada. Na tarde da última quarta-feira, uma surpresa.

As irmãs Noeli e Elaine vieram de Porto Alegre para dar um “oi” para a mãe, antecipando as conversas de domingo. “Está com saudade, mãe?”, pergunta Noeli. Dona Melanie confirma que sim, emocionada. “Neste ano não haverá discussão sobre o sabor da torta”, contou a matriarca. Melanie diz que em dias das mães passados ela sempre fazia a torta da sobremesa do almoço em família. “Aí sempre um dizia, porque não fez assim, não fez assado. Neste ano não terá”, decretou.

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No Solar Ana Nery, vez por outra, dona Melanie junta-se aos cozinheiros e faz cucas, tortas e pães. “Tem gente que vem aqui só para comer quando a gente faz estes doces.” Este ano, como não haverá visitas presenciais, ela também não se prontificou a fazer quitutes. Está louca para ver os filhos da sacada e conversar pelo telefone celular, como tem feito desde o fim do mês de março, quando as visitas foram interrompidas por questão de segurança dos idosos residentes do lar.

Além das gurias Noeli e Elanie, Melanie é mãe de Sueli, que também mora em Porto Alegre e dos guris, José Luiz e Carlos Alberto, que permaneceram em Santa Cruz do Sul. “Quando tudo isso passar eu acho que eles vão me convidar para sair. Assim eu espero”, confessou Melanie, saudosa dos almoços em família de antes da pandemia.

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