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Operação Revanche

Julgamento de santa-cruzenses será em Criciúma

Foto: Alencar da Rosa

Jô foi capturado e é apontado como um dos autores do homicídio de Digo

Marcado inicialmente para 19 de julho, o julgamento dos santa-cruzenses Jorcelito Renê Rodrigues, de 39 anos, conhecido no submundo do crime pelo apelido de Gordo Jô, e Sailon Giovan Corrêa Rodrigues, de 24 anos, vulgo Bebê, foi adiado. A dupla, junto do vera-cruzense Jonatham Carpes de Moraes, de 28 anos, o Doda, vai responder em júri popular pelo assassinato de Rodrigo da Silveira, conhecido como Digo, de 30 anos.

No entanto, a sessão não tem nova data marcada. Isso porque o Poder Judiciário atendeu a um pedido de desaforamento do Ministério Público (MP), que interpôs recurso alegando que não havia segurança suficiente em virtude de uma suposta ligação de Gordo Jô com o crime organizado. Isso poderia gerar intranquilidade no Fórum da Comarca de Santa Rosa do Sul, em Santa Catarina, cidade com cerca de 8,5 mil habitantes. Assim, o caso será julgado na Comarca de Criciúma.

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Rodrigo da Silveira, conhecido como Digo, de 30 anos, foi assassinado a tiros

O homicídio que gerou uma das grandes operações deflagradas pelas forças de segurança nos últimos anos no Vale do Rio Pardo, chamada Revanche, aconteceu na madrugada de 4 de junho de 2020, na cidade de Balneário Gaivota, Santa Catarina. O corpo de Rodrigo da Silveira, morador de Vera Cruz, foi encontrado com 50 marcas de tiros, em estado avançado de decomposição, por trabalhadores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que faziam roçadas às margens da BR-101 em 19 de junho, próximo ao viaduto que dá acesso a Passo de Torres.

Conforme as investigações, divididas entre as delegacias da Polícia Civil de Vera Cruz e de Santa Rosa do Sul, os réus teriam arquitetado e executado um plano de vingança contra Digo, pois ele era o principal suspeito de ter assassinado Silvio Vieira, conhecido como Bego, de 37 anos, no dia 23 de maio de 2020. Na data, às 7h30, o cadáver dele foi encontrado carbonizado dentro de um Palio Weekend em Rebentona, a 100 metros da divisa entre Vera Cruz e Candelária. A necropsia apontou que o homem havia sido assassinado com tiros e facadas.

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Esse homicídio teve relação com a disputa entre os dois por um ponto de venda de drogas que funcionava no bar de Digo, na Travessa Becker, interior de Vera Cruz. Bego era cunhado de Gordo Jô. Na mesma noite da morte dele, o bar de Digo foi incendiado em represália ao assassinato.
Com medo, Digo fugiu para Novo Hamburgo e seguiu para Torres, ainda no Rio Grande do Sul. Mais tarde foi para o litoral catarinense, em Passo de Torres, vindo a fixar residência em Balneário Gaivota. O grupo investigado teria ido até lá, sequestrado ele de casa e executado a tiros.

MP pediu impronúncia de três indiciados

Bebê foi capturado no Bairro Pedreira

Em 25 de novembro de 2020, a operação Revanche, deflagrada pelas delegacias da Polícia Civil de Vera Cruz e de Santa Rosa do Sul, prendeu Gordo Jô e sua esposa Rosemeri Vieira, de 33 anos (que era irmã de Bego), no Bairro Bom Jesus. Segundo as investigações, o casal teria sido mandante da execução. Bebê foi preso no Bairro Pedreira e, conforme a polícia, teria sido um dos executores; Josiane Padilha Vedoy, de 33 anos, que era companheira de Bego, foi capturada no Bairro Várzea e teria emprestado o seu Chevrolet Celta para o bando ir a Santa Catarina executar o plano.

Um quinto homem, Júlio Bitencourt Goulart, conhecido pelo apelido de Tatuador, foi preso em Sombrio, Santa Catarina. Um sexto investigado, Jonatham Carpes de Moraes, o Doda, teria sido um informante da localização de Digo para o grupo que cometeria seu assassinato. Inicialmente denunciados, Rosemeri Vieira, Josiane Padilha Vedoy e Júlio Bitencourt Goulart foram excluídos do procedimento e não vão responder ao processo. O próprio Ministério Público pediu a impronúncia deles. Já os outros três – Gordo Jô, Bebê e Doda – vão sentar no tribunal do júri.

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“Não é esse criminoso que se pinta”, diz advogado sobre Jô

Apontado pelas forças de segurança como líder da facção Os Manos e principal investigado no caso analisado, Jô segue preso no Presídio Regional de Criciúma, em Santa Catarina. Sua defesa é feita pelo advogado Luiz Pedro Swarovsky. Na opinião do criminalista, não era necessário o desaforamento solicitado pelo MP, ainda mais que agora o caso irá demorar mais para ter um desfecho.

“Fizemos uma manifestação discordando desse desaforamento, mesmo porque não há elementos nos autos do processo que indiquem qualquer relação do meu cliente com alguma facção. Ainda durante a fase de instrução, nenhuma testemunha referiu tal indicação”, enfatizou Swarovsky. O Poder Judiciário, no entanto, atendeu ao pedido do MP e confirmou o desaforamento do júri para a Comarca de Criciúma, ainda sem data definida.

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Questionado sobre a relação de Jô com o crime organizado, o advogado disse que se trata de especulação. “Não temos dúvida nenhuma da inocência dele. Tanto é infundada essa versão, de que ele seria membro da facção Os Manos, que na maior operação realizada contra essa organização na região, a Cúpula – que envolveu policiais de todo o Estado, prendeu cerca de 20 pessoas e indiciou Chapolin, Cássio Alves e Toquinho –, meu cliente nem sequer foi citado ou identificado em alguma interceptação.”

Luiz Pedro Swarovsky acredita que os jurados devem absolver seu cliente no julgamento. “O Jorcelito veio de baixo, era pobre, trabalhou bastante, tem uma revenda de veículos e conseguiu se ajeitar na vida. Teve um passado que não se nega, mas não é esse criminoso que se pinta. Hoje é um comerciante estabelecido e benquisto na comunidade, tanto que uma grande quantidade de pessoas assinou um abaixo-assinado abonando sua conduta”, finalizou.

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