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FOTOS: buracos transformam RSC-471 em uma armadilha

Foto: Albus Produtora

Além da RSC-287 e da RSC-153, outra importante rodovia do Vale do Rio Pardo está em condições muito precárias de conservação. Trata-se da RSC-471, com destaque para o trecho entre Encruzilhada do Sul e Canguçu, a principal ligação entre a região central do Estado e o porto de Rio Grande. Os problemas são diversos e vão desde sinalização apagada ou inexistente até a ausência de acostamento e falta de roçada. Os buracos – ou crateras –, no entanto, são o principal perigo enfrentado pelos motoristas.

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A Gazeta do Sul percorreu o trecho na tarde dessa quinta-feira, 22, e pôde ver de perto os desafios enfrentados diariamente por motoristas e moradores, além dos pedaços de carros e caminhões que ficam pelo chão. O trecho entre Pantano Grande e Encruzilhada do Sul, apesar de oferecer os mesmos transtornos, como falta de placas, pinturas no asfalto apagadas e mato invadindo as laterais da pista, está com o pavimento em condição razoável. Existem buracos – alguns com profundidade considerável – e remendos, mas é possível dirigir com as condições mínimas de segurança.

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Após Encruzilhada, no trajeto até a ligação com a BR-392, em Canguçu, é que os riscos aumentam muito. Além dos inúmeros remendos no asfalto, alguns buracos chegam a ter mais de um metro de comprimento e profundidades superiores a 30 centímetros. Após chuvas como as da última quarta-feira, a água empoçada serve como camuflagem e torna ainda mais difíceis e arriscadas as manobras para desviar. No entorno, marcas de freadas, retalhos de pneus, calotas e pedaços de para-lamas demonstram que muitas já foram as vítimas da falta de manutenção da 471.

Uma das crateras chama a atenção de quem passa. No trecho próximo ao acesso ao Rincão da Formiga, ao lado da Cotribá, a perfuração no asfalto é tão acentuada que “engole” a roda de um carro de passeio. Na tentativa de desviar e evitar acidentes e danos, os condutores não hesitam em cruzar pela contramão ou frear bruscamente quando a primeira opção não é possível. Se o pneu acertar o desnível, o prejuízo é certo e pode ir muito além da instalação do estepe.

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Funcionário de um posto de molas às margens da RSC-471, Maurício de Barros diz que é corriqueira a situação de caminhões com pneus estourados, rodas amassadas, molas quebradas e outras avarias diversas. “O pior são os carros pequenos. Se bate em um buraco desses e estoura o pneu, sai da pista e até capota”, relata.

“Graças a Deus não acertou ninguém”, diz caminhoneiro

A fala é do motorista Fernando Toebe, que na noite de quarta-feira, 21, perdeu parte do rodado da carreta após cair em um dos buracos da RSC-471, nos arredores do restaurante João de Barro, em Encruzilhada do Sul. “Tentei desviar, mas a parte traseira acabou acertando e arrancou o eixo inteiro, com as duas rodas”, revela. A peça que se desprendeu do veículo caiu no mato e só foi localizada na manhã seguinte. “Tive que dormir ali perto, em um refúgio, e consegui encontrar ao amanhecer.” Apesar do susto e do prejuízo, ninguém ficou ferido.

Ele pede que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) faça alguma coisa para evitar mais danos, acidentes e possíveis mortes em razão das péssimas condições de conservação do pavimento. “Nós estamos abandonados. Vai ter que morrer alguém ou chegar a um nível insuportável de prejuízos aos carros, caminhões e empresas para que alguma autoridade dê jeito e olhe por nós?”, questiona.

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Toebe conta que usa a rodovia regularmente há oito anos, transportando cereais do Centro-Serra até o porto de Rio Grande. Ao longo desse tempo, já presenciou todo tipo de situação. “Buraqueira não é uma palavra adequada, são crateras que dificultam e deixam a viagem arriscada e muito perigosa.” Diz ainda que vê diariamente condutores com os carros estragados, caminhões tombados e vários outros problemas, enquanto as soluções apresentadas pela autarquia são apenas paliativas e não duram mais do que algumas semanas.

Já o prefeito de Encruzilhada do Sul, Benito Fonseca Paschoal, classifica o estado da RSC-471 como caótico e afirma já ter solicitado reparos ao Daer muitas vezes. “Estamos aguardando intervenções com urgência, é um total descaso que já resultou em acidentes e prejuízos generalizados.” Segundo ele, o órgão chegou a fornecer material e a Secretaria Municipal de Obras executou uma operação tapa-buracos, mas a durabilidade é curta e logo tudo volta a se repetir.

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Paschoal chama a atenção ainda para o impacto econômico negativo de ter um corredor de exportação sem as devidas condições de trafegabilidade. “Por aqui passam os cereais do Centro-Serra, vem o tabaco de Santa Cruz e toda a produção do Vale do Taquari. Isso aqui não poderia, de maneira nenhuma, estar abandonado dessa forma.”

Daer promete atuar

O Daer informa que já está programada uma operação tapa-buracos na RSC-471, no trecho entre Encruzilhada do Sul e Coronel Prestes. A intervenção depende da conclusão dos trabalhos na RSC-153. Já no trajeto entre Coronel Prestes e Canguçu, os reparos devem ocorrer em julho. Ainda sobre a RSC-153, está marcado para a manhã desta sexta-feira, 23, um protesto na localidade de Pinhal São Francisco, em Gramado Xavier, também com o objetivo de exigir melhorias por parte do Estado.

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