Está marcado para o próximo dia 6 de julho, uma quinta-feira, o último capítulo de uma das histórias mais trágicas registradas em Santa Cruz do Sul recentemente. O pedreiro Servo Tomé da Rosa, de 70 anos, sentará no banco dos réus para responder pelo assassinato de Heide Juçara Priebe, de 63. A sessão do chamado Caso Heide começará às 13h15, no Salão do Júri Juiz Gerson Luiz Petry, no Fórum, e será presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse.
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Autor da denúncia, o promotor de Justiça Flávio Eduardo de Lima Passos representará o Ministério Público (MP) no Tribunal do Júri. A defesa do acusado será feita pelo defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior. Estão confirmados os depoimentos da delegada Raquel Schneider, responsável pelo inquérito policial e titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), e de um dos filhos de Heide, Franklin Elimar Fetzer.
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Os dois foram arrolados como testemunhas pelo Ministério Público. Um sorteio definirá o corpo de jurados, formado por sete pessoas da comunidade. Um forte esquema de segurança está sendo montado para o dia do julgamento e o policiamento deve ser reforçado no entorno ao Fórum, tendo em vista a repercussão do caso.
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Linha do Tempo
O crime aconteceu por volta de 17 horas de 8 de julho do ano passado. A vítima morava na alameda 4 do Condomínio Terra Nova Moradas, no Bairro Pedreira. Servo morava na alameda 8, no mesmo condomínio de sua ex-companheira. Ele esperou a mulher sair do trabalho, na 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, na Rua Júlio de Castilhos, no Centro.
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No momento que a vítima buscava a pé seu carro estacionado na Travessa Tenente Barbosa, próximo ao seu serviço, ele atirou à queima-roupa contra a cabeça e o braço de Heide. No último disparo, que provocou a morte, o projétil entrou pela lateral do corpo e atingiu o pulmão. Embora tenha sido levada ao Hospital Santa Cruz (HSC), ela morreu ainda naquela noite.
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Servo foi detido em flagrante pela Brigada Militar depois de cometer o crime. Ele tentou se matar com um tiro no peito, mas sobreviveu após receber atendimento. Foi conduzido por policiais civis da Deam ao presídio logo depois de deixar o HSC, na tarde de 11 de julho. O processo do caso que tem Servo Tomé da Rosa como denunciado tramitou de forma rápida no Poder Judiciário.
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A sessão do Tribunal do Júri acontecerá menos de um ano após o crime. A investigação capitaneada pela delegada Raquel Schneider durou apenas sete dias e foi robustecida com inúmeros elementos de provas. Um dos que mais chamaram a atenção dos investigadores foi um caderno apreendido na casa do homem, escrito a próprio punho que detalha, entre outras coisas, o plano para matar Heide.
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O material, que foi juntado na investigação, veio a corroborar a confissão. Servo admitiu o delito à delegada Raquel Schneider e descreveu em ordem cronológica a violência contra Heide, alegando que não aceitava o fim do relacionamento. O inquérito foi remetido ao MP em 15 de julho. Dois dias depois, em 17 de julho, familiares e amigos da vítima realizaram uma caminhada pelas ruas de Santa Cruz em protesto por justiça e contra a violência contra a mulher.
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No dia 21 do mesmo mês, o promotor Flávio Eduardo de Lima Passos encaminhou a denúncia à 1ª Vara Criminal. Em 30 de agosto, a juíza Márcia Inês Doebber Wrasse aceitou a denúncia e Servo passou a ser réu. Apesar de ter confessado o crime na fase da investigação policial, na audiência de instrução do caso, em 28 de outubro, na sala da 1ª Vara Criminal do Fórum, em que participaram ainda os filhos de Heide, o réu reservou-se o direito de permanecer em silêncio.
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Ainda no ano passado, em 27 de dezembro, a juíza Márcia proferiu a sentença de pronúncia para o pedreiro, indicando que o caso deveria ser levado a júri popular. O despacho que confirmou a data da sessão foi assinado pela juíza Lísia Dornelles Dal Osto na última quarta-feira. Servo Tomé da Rosa aguarda o julgamento preso preventivamente no Presídio Regional de Santa Cruz.
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Ele responderá no dia 6 pelos crimes de perseguição, violação de domicílio e homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – foram elencadas por feminicídio (vítima ser mulher), motivo torpe (término do relacionamento) e recurso que dificultou a defesa da vítima (o fato de Heide ser pega de surpresa com a ação do homem).
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