A Polícia Civil segue investigando a briga generalizada ocorrida no último sábado em um baile de Linha Banhado Grande, no interior de Gramado Xavier. Várias pessoas ficaram feridas a tiros e golpes de facão. Um homem, Sidnei Alves dos Santos, de 35 anos, morreu após ser atingido por um disparo que teria sido efetuado pelo proprietário da empresa de segurança responsável pelo evento.

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O empresário foi autuado em flagrante pela delegada Raquel Schneider, pelos crimes de homicídio consumado, duas tentativas de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Ele teria disparado de forma fatal contra Sidnei, acertando ainda duas pessoas com tiros na cabeça e no braço. Também teria permanecido com a arma de fogo após os disparos, vindo a entregá-la aos policiais somente durante o seu atendimento no hospital.

Ele foi conduzido ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Ainda na noite de domingo, a juíza Luciane Inês Morsch Glesse, titular da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Santa Cruz do Sul e plantonista na ocasião, concedeu a liberdade provisória ao acusado. Segundo a magistrada, “há fortes indícios de que o flagrado agiu em legítima defesa própria e, possivelmente, de terceiros (demais seguranças)”.

Na decisão assinada pela juíza, ainda é ressaltado que o empresário é primário. A liberdade provisória foi concedida com a imposição de medidas cautelares – o acusado está proibido de se ausentar da Comarca de Santa Cruz do Sul e deve comparecer em juízo a cada trimestre para informar e justificar suas atividades. Após expedição do alvará de soltura, ele deixou o presídio na manhã dessa segunda-feira.

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Vítima fatal com histórico de crimes

Sidnei Alves dos Santos foi velado e sepultado no domingo na comunidade de Linha Silveira, em Gramado Xavier, região onde morava. Conhecido nos meios policiais, o homem colecionou ocorrências ao longo dos anos. São 18 registros em sua ficha, desde 2006, a maioria em Gramado Xavier, mas também em Santa Cruz do Sul, Sinimbu e Herveiras.

Entre os crimes pelos quais respondeu estão homicídio, tentativa de assassinato, roubo a estabelecimento comercial, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma de fogo e ameaça. Segundo o que foi apurado na ocorrência de sábado, na parte final do baile, cerca de cinco seguranças tiraram para fora um homem que estava embriagado e perturbando o evento.

Nisso, outros que estavam junto com ele – entre dez e 15 pessoas – investiram contra os agentes e começaram a agredi-los. Foi quando o empresário teria efetuado os disparos que atingiram Sidnei e mais duas pessoas. O homem alvejado no braço foi levado ao Hospital Santa Cruz (HSC) e depois liberado. Chegou a prestar depoimento à delegada Raquel.

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O outro, que teria sido atingido por um tiro na cabeça, foi transferido em estado grave para o Hospital de Caridade e Beneficência (HCB) de Cachoeira do Sul, onde permanece internado. Alguns seguranças também tiveram marcas muito profundas de facadas, sobretudo na cabeça. Quando teve oportunidade de falar, na delegacia, o empresário reservou-se o direito de permanecer em silêncio e falar somente em juízo.

Em depoimento informal a policiais militares, teria informado que efetuou os disparos após Sidnei ter apontado uma arma para ele durante as agressões. Ela não foi localizada pela Brigada Militar. Já a arma do empresário foi apreendida e periciada. O delegado Paulo César Schirrmann, titular da delegacia de Mato Leitão, assumiu o caso. Mais testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias. “Temos que analisar com muita paciência a tese da legítima defesa. Vamos apurar bem o fato durante esta semana”, relatou Schirrmann.

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