Quem já não teve a sensação de que o dia, a semana ou até o ano passaram “voando”. Envolvidos em várias atividades pessoais, familiares, profissionais, sociais, religiosas e outras mais, além de distraidores que podem consumir horas, principalmente pelo acesso frequente às redes sociais, aprender a fazer a gestão do tempo é cada vez mais necessário. Mas, como diz Márcio Zeppelini, CEO da Rede Filantropia, “para ser mais exato, é fundamental que se aprenda a fazer a gestão das prioridades para gerenciar melhor o tempo.”
Por isso, na gestão do tempo, as atividades, os compromissos ou obrigações devem ser classificadas em quatro quadrantes principais:
- importante e urgente: atividades que tem prazo e são essenciais; caso não realizadas, podem gerar algum tipo de prejuízo pessoal, para alguém ou para alguma entidade; exemplo: pagar um boleto no vencimento;
- importante, mas não urgente: não tem um prazo rígido; exemplo: agendar uma reunião;
- urgente, mas não tão importante: tem prazo, mas não é prioritário; exemplo: não participar de um evento pode não causar prejuízo, mas poderia trazer benefícios;
- não urgente e não importante: pode esperar, ser delegado ou até eliminado; de acordo com Zeppelini, “por serem tarefas mais fáceis e/ou mais prazerosas de fazer a tentação é realizá-las antes das demais”; exemplo: responder comentários nas redes sociais.
A gestão do tempo, necessária e benéfica em várias atividades, pode trazer benefícios também às finanças pessoais, observadas as condições dos quadrantes citados acima. Como diz Diogo Angioleti, especialista em finanças e comportamento do Sistema Ailos, “com a vida cada vez mais agitada, e as inúmeras distrações que temos no país que mais usa as rede sociais, fica fácil se perder no tempo. Muitas vezes as pessoas confundem a falta do tempo com o aproveitamento dele”.
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Para Angioleti, é essencial incluir nas rotinas da vida o planejamento financeiro e a consciência nas escolhas cotidianas, do que faz sentido para cada pessoa. “O status social, o medo de encarar a própria realidade financeira e a fobia econômica podem nos fazer ignorar a importante tarefa de gerenciar nosso dinheiro”, resume o especialista.
Dada a importância do dinheiro – para nossa vida, para a economia e para a sociedade – e à vista dos desafios de pensar sobre ele de forma racional, a solução indicada tem sido a educação financeira. É claro que a educação financeira não se resume a cotar preços, elaborar e seguir um orçamento pessoal ou familiar, anotar e cortar gastos, saber fazer algumas contas, etc. São técnicas básicas e importantes, mas que precisam estar protegidas por uma mudança de comportamento.
Para ter clareza e entender melhor a realidade financeira, a DSOP Educação Financeira sugere fazer um levantamento dos ganhos e despesas. Como na próxima semana inicia um novo mês, a sugestão é aproveitar os últimos dias do mês de maio para organizar as contas e gerir o tempo de forma inteligente, em três passos:
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- fazer o planejamento individual ou familiar das finanças para o próximo mês: com uma folha, planilha de computador ou aplicativo, prever as receitas e despesas do próximo mês; lembrar-se de tudo que pode ganhar e gastar;
- a partir do primeiro dia do mês ou em qualquer dia, até completar 30 dias, anotar tudo: gasto com cafezinho, aluguel, condomínio, prestações;
- no último dia do mês ou quando completar 30 dias de anotações, comparar o valor efetivamente gasto em cada item com o previsto.
A verdade financeira só pode ser obtida através de um diagnóstico, o primeiro pilar de quatro da metodologia da DSOP Educação Financeira. O objetivo do diagnóstico financeiro é identificar toda a movimentação financeira de ganhos e despesas, além de apurar o montante de dívidas e recursos disponíveis ou a receber.
O segredo é, durante 30 ou até 60 dias, anotar todas as entradas e saídas de dinheiro, por mais insignificantes que sejam. Aplicativos em celular facilitam essa tarefa, de modo que não ocorram “esquecimentos”. Ao final do período de anotações, a pessoa ou família terá um levantamento completo e preciso de quanto dinheiro entrou e em que ou onde foi gasto – a verdade financeira. A análise dos números pode mostrar que o dinheiro está sendo gasto de forma aleatória. É o momento de já reduzir, substituir ou eliminar itens. Pesquisas indicam que só com essa ação é possível reduzir as despesas de 20% a 30%, sem interferir no padrão de vida pessoal ou da família.
Não adianta frustrar-se nem culpar-se por equívocos financeiros cometidos no passado, mesmo que o último deslize tenha sido hoje ou há poucos dias. Se é verdade, como diz um ditado, que “o dinheiro não aceita desaforo”, é verdade também que a mudança depende de nossa iniciativa e ação.
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